Iniciação das crianças no futebol
Por: Caiogsb • 28/4/2021 • Trabalho acadêmico • 1.637 Palavras (7 Páginas) • 196 Visualizações
A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no ordenamento jurídico brasileiro – assegura a todos o direito à saúde. Nesse sentido, o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, bem como a prática de esportes na infância, contribui para que tal direito seja vivenciado na prática. Com efeito, faz-se oportuno avaliar essa temática na contemporaneidade.
Sendo assim, sobretudo no contexto atípico vivenciado por todo o mundo, nota-se que a atividade física, a exemplo do futebol, especialmente no desenvolvimento da criança, se faz essencial para o seu desenvolvimento físico, mental e coletivo – dado que muitos exercícios são realizados no ambiente escolar.
Com isso, o objetivo geral desse trabalho é identificar como ocorre a iniciação ao futebol. Como objetivos específicos, enumeram-se os seguintes: I) apresentar os métodos utilizados nas escolinhas de futebol; II) descrever a importância do profissional de educação física na escolinha de futebol; III) verificar a importância do futebol na socialização das crianças.
Em uma primeira análise, é preciso compreender a relevância da educação na formação intelectual e humana. Sendo assim, o ensino ocorre por diferentes vertentes, sendo elas formais ou não, intencionais ou não intencionais, bem como se pode constatar a influência de agentes externos na formação do indivíduo.
Dessa forma, Burrhus Frederic Skinner, filósofo e psicólogo no século XX, acreditava que as ações humanas eram dotadas da influência de fatores externos e, por meio da realização de diversas experiências, as teorias de Skinner levaram ao chamado ‘’condicionamento operante’’.
Nessa vertente, o psicólogo foi o criador da teoria do ‘’behaviorismo radical’’, que analisa o comportamento dos seres vivos. Destarte, as transformações ocorridas no corpo social especialmente em época de pandemia, impactam no aprendizado da criança, de maneira que isso reflete na interação e compreensão do mundo à sua volta.
Desse modo, a captação das modalidades esportivas está diretamente ligada ao comportamento humano. Nessa perspectiva, a didática na iniciação das ciranças do futebol se constitui uma importante área pedagógica, uma vez que ela possibilita o desenvolvimento do indivíduo, bem como a troca de experiências entre a criança e demais colegas.
Dessa maneira, o instrutor deve utilizá-la como ferramenta dinâmica no planejamento dos treinos, acompanhando as mudanças que ocorrem na realidade social e a singularidade de cada criança, pois, caso assim não a faça, esta será
A posição de quem encara os fatos como algo consumado, como algo que se deu porque tinha que se dar da forma como se deu, é a posição, por isso mesmo, de que entende e vive a História como determinismo e não como possibilidade. (FREIRE, 1996, p. 114).
Aliado a isso, há que se falar na relevância do profissional de Educação Física nas escolinhas de futebol. Em conformidade com tal posicionamento, Bielinski (S.D, p. 42) aponta que: “O professor, que atua como orientador na escolinha de Futebol, além de ser um especialista em futebol, precisa entender de evolução psicobiológica do ser humano, pois vai lidar com atividade física de crianças ainda em formação”.
Nesse contexto, as atividades elaboradas para os pequenos devem estar em consonância com a sua faixa etária e desenvolvimento físico, psíquico e motor, posto que
A metodologia deve ser baseada na variação dos exercícios a serem ministrados de acordo com o nível de idade (fraldinha, dentinho e dente), devendo ser programada quanto à complexidade, intensidade e duração. Nestes níveis de idade, os trabalhos técnicos devem ser formados por ações básicas, não visando à técnica propriamente dita, sem o aperfeiçoamento e sim, objetivando a aprendizagem dos movimentos (FILGUEIRA, 2008, p. 3).
Outrossim, tem-se que as habilidades motoras fundamentais são aquelas relacionadas às ‘’habilidades de controle de objetos e habilidades locomotoras’’ (MENEZES, 2014). Nessa perspectiva, atividades como drible, arremesso, chute, dentre outras, estão associadas às habilidades de controle, enquanto a corrida e o salto, por exemplo, estão ligados às habilidades de locomoção.
Desse modo, considerando as quatro fases do desenvolvimento são ‘‘motora reflexiva, motora rudimentar, motora fundamental e motora especializada’’ (GOMES; MAGALHÃES; MAIA, 2015, p. 19), tem-se que as habilidades supracitadas se relacionam diretamente com tais etapas.
Isso ocorre porque, a partir de observação de outros indivíduos, as crianças, associadas aos seus movimentos involuntários, desenvolvem atividades voluntárias que, à medida de seu desenvolvimento, vão sendo relacionadas com outros movimentos – o que permite a realização de atividades consideradas complexas.
Dessa maneira, a iniciação de crianças nas atividades futebolísticas contribui para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades motoras fundamentais. Tal fato se dá porque, tem-se a coordenação de atividades motoras, bem como ajudando na saúde mental, forma física e aumentando a qualidade de vida (CITADELLA, 2014, p. 3).
Nesse sentido, é perceptível a relevância do esporte na infância, bem como sua ocorrência precisa se dar de forma dinâmica e criativa, considerando os conhecimentos diversos que os indivíduos adquirem antes mesmo de ingressarem na escolinha de futebol, bem como respeitando a as limitações que podem ser encontradas.
Portanto, para esse objetivo ocorrer, é necessário que as crianças tenham acesso, ainda que de modo simplificado, à ciência do que, e como, será abordado durante os treinos, dado que a informação ‘’(...) é a base para a formação crítica de um cidadão a respeito de tudo que interfere em seu bem-estar’’ (ALVES; ANDRELO; CABRAL, 2016, p. 49).
Sendo assim, há que se falar na problemática da especialização precoce no futebol. Desse modo, analisando os especialistas que versam sobre o assunto, entende-se tal conceito como quando se tem um ‘’processo pelo qual crianças tornam-se especializadas em um determinado esporte mais cedo do que a idade apropriada para tal” (RAMOS e NEVES, 2008, p. 1).
Destarte, tal temática traz consigo benefícios e desvantagens para o indivíduo. Dessa maneira, ao ser inserida no ambiente esportivo desde muito nova, a criança pode desenvolver um espírito de equipe e competitivo, promovendo sua socialização, bem como desenvolver valores como respeito, cooperação e autonomia.
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