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A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Por:   •  27/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.461 Palavras (10 Páginas)  •  2.104 Visualizações

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FACULDADE DE SANTA CATARINA

Paulo Sergio

Bruna Sanches

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS (APS)

SÃO JOSÉ

18/05/2018

Estudo de caso

N.B.S. 70 anos, sexo feminino, viúva, primeiro dia de internação, com diagnóstico médico de insuficiência cardíaca descompensada. Segundo relato da família, há uma semana evolui com cansaço aos mínimos esforços, ganho de peso e redução de volume do volume urinário. Queixava-se também de tosse persistente, associada ao uso dos medicamentos e desânimo importante, referindo não conseguir mais se cuidar sozinha e estar cansada de viver desta forma, preferindo a morte. Quando interrogada, referiu que não evacuava há sete dias e mantinha sensação de plenitude gástrica, além de não seguir a recomendação de dieta hipossódica e restrição hídrico de 800/ml dia. Antecedentes pessoais: infarto agudo do miocárdio há dois anos, hipertensão, dislipidemia. Vinha fazendo uso regular das seguintes medicações: Enalapril 20mg/dia, furosemida 40 mg/dia cedo e 20 mg a noite, AAS 100mg no almoço, carvedilol 25 mg a cada 12 horas e sinvastatina 40mg ao deitar.

Ao exame físico, encontra-se lentificada, com período de confusão mental, estase jugular ++/4 e palidez cutânea. Pressão arterial= 90x60mmhg, frequência cardíaca=140 bpm, frequência respiratória=35rpm. Ausculta apresenta crepitações finas em base pulmonares e bulhas cardíaca arrítmicas. Abdome ascístico, com ruídos hidroaéreos hipoativos. Edema em membros inferiores +++/4, com enchimento capilar lento e temperatura discretamente diminuída. 

  • INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

A insuficiência cardíaca é uma disfunção do coração que perde a capacidade de bombear sangue adequadamente para atender as necessidades metabólicas dos órgãos e tecidos. Por ser uma síndrome clínica complexa, existem diversos fatores que influenciam no desenvolvimento da insuficiência cardíaca (IC), tanto herdados geneticamente como desenvolvidos ao longo do tempo, estes intimamente relacionados ao estilo de vida, aos quais dá-se especial ênfase por sua influência.

A função do coração é bombear sangue. O bombeamento move líquidos de um local para outro. O sangue sai do coração quando o músculo cardíaco se contrai (durante a sístole) e entra no coração quando o músculo cardíaco relaxo (durante a diástole). A insuficiência cardíaca se desenvolve quando a ação de bombeamento ou o relaxamento do coração é inadequado, normalmente devido à fraqueza ou rigidez muscular (ou ambos). Como resultado, o sangue pode não sair do coração em quantidades adequadas. Pode haver acúmulo de sangue nos tecidos, o que causa congestão. É por esse motivo que a insuficiência cardíaca também é conhecida como insuficiência cardíaca congestiva.

O acúmulo de sangue que entra no lado esquerdo do coração provoca congestão pulmonar e dificuldade respiratória. O acúmulo de sangue proveniente do lado direito do coração provoca congestão e acúmulo de líquidos em outras partes do corpo. Em geral, ambos os lados do coração são em certo grau afetados pela insuficiência cardíaca. Todavia, um dos lados pode ser mais afetado do que o outro. Nesses casos, a insuficiência cardíaca pode ser descrita como insuficiência cardíaca direita ou insuficiência cardíaca esquerda.

Na insuficiência cardíaca, o coração não pode bombear sangue suficiente para atender à necessidade do corpo por oxigênio e nutrientes, que são fornecidos pelo sangue. Consequentemente, os músculos dos braços e pernas podem se cansar mais rapidamente e os rins podem não funcionar normalmente. Quando o coração não consegue bombear apropriadamente, os rins funcionam de forma incorreta e não conseguem remover o excesso de líquido do sangue, que aumenta a carga de trabalho do coração debilitado, estabelecendo-se um círculo vicioso.

  • FISIOPATOLOGIA

Fisiopatologia é um ramo da medicina que estuda fenômenos que provocam alterações anormais no organismo durante as doenças, com o objetivo de identificar as origens e as etapas de formações das patologias. Colocando isso em pratica em relação a insuficiência cardíaca, a fisiopatologia estuda o porquê de o coração perder a capacidade de bombear o sangue, também analisando a evolução das funções do organismo com a doença.

Quando o débito cardíaco cai após agressão miocárdica, mecanismos neuro-hormonais são ativados com o objetivo de preservar a homeostase circulatória. Embora originalmente vista como uma resposta compensatória benéfica, a liberação endógena de neuro-hormônios vasoconstritores parece exercer papel deletério no desenvolvimento da insuficiência cardíaca congestiva, pelo aumento da sobrecarga de volume e da pós-carga do ventrículo com contratilidade já diminuída. Isso leva à progressão da insuficiência cardíaca já existente.

  • Ativação do Sistema Nervoso Simpático

É um mecanismo adaptativo. Com diminuição do volume circulante efetivo há uma falta de estiramento dos mecanorreceptores do arco aórtico, levando a ativação das vias aferentes simpáticas (vias adrenérgicas).

Ocorre então a vasoconstrição periférica e o aumento da frequência cardíaca, na tentativa de manter o débito cardíaco. Esse processo leva ao aumento da resistência vascular e o aumento da pós carga no ventrículo esquerdo.
Ao longo do tempo, ocorrerá uma sobrecarga do ventrículo esquerdo.

A ativação das vias adrenérgicas ainda aumenta a concentração de Noradrenalina que possui efeito tóxico para as células miocárdicas, mediado por sobrecarga de cálcio. Há indução da apoptose, podendo levar a miocardite e necrose muscular.

  • Ativação do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona

A estimulação beta-1 do aparelho justaglomerular e a queda da pressão hidrostática na arteríola aferente levam a ativação do Sistema Renina Angiotensina-Aldosterona. E com isso ocorre o aumento de angiotensina II que irá atuar nos receptores AT1, principalmente, levando a vasoconstricção, retenção de sódio e água. Além disso, haverá secreção de aldosterona, aumentando a resistência vascular e a estimulação da fibrogênese e morte celular de miócitos e fibroblastos. Há indução da proliferação do músculo liso e hipertrofia do VE, levando ao remodelamento. A retenção de sódio e água, aumentará a pressão de enchimento ventricular e a pressão de perfusão periférica.

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