A RESENHA FILME
Por: VIVIJU • 15/5/2017 • Artigo • 1.328 Palavras (6 Páginas) • 561 Visualizações
Filme: A Experiência
Gênero: Drama
Direção: Oliver Hirschbiegel
Roteiro: Christoph Darnstädt, Don Bohlinger, Mario Giordano
Elenco: Christian Berkel, Moritz Bleibtreu, Oliver Stokowski, Polat Dal, Stephan Szasz, Wotan Wilke Möhring
Produção: Friedrich Wildfeuer, Marc Conrad, Norbert Preuss
Fotografia: Rainer Klausmann
Trilha Sonora: Alexander Bubenheim
Duração: 120 min.
Elementos descritivos:
Os participantes foram recrutados através de um anúncio de jornal para participar de um "experimento simulado de aprisionamento", aquele que conseguissem ficar ate o fim do experimento receberiam uma premiação em dinheiro. Foram selecionados 24 candidatos, após uma série de teste e seleções eles foram julgados como sendo mais estáveis psicologicamente e possuindo boa saúde.
Estes participantes eram todos do sexo masculino. O grupo foi dividido em dois subgrupos de igual número, denominados assim como "prisioneiros" e "guardas", eles foram escolhidos por seleção aleatória e não havia diferença objetiva entre os dois grupos. Inicialmente a experiência deveria ter duração de 15 dias, mas finalizou em 05 dias.
Elementos Estruturais dos grupos:
Antes da divisão do grupo, os participantes mantinham contato amigável, harmônico, se conheceram, contaram um pouco a história de vida, coisas em comum, e os motivos particulares que os levaram a participarem do experimento. Obtiveram boas impressões uns dos outros, pois os comportamentos eram de pessoas brincalhonas e educadas, mas com o decorrer do processo a visão um dos outros mudou.
Conforme a teoria de Kurt Lewwin o comportamento do individuo depende das mudanças que ocorrem em seu espaço de vida em um determinado momento.
Os grupos são divididos, os guardas que assumem o comando dando ordens para que os prisioneiros entrem na sela. No inicio ambos os grupos levam o experimento como algo divertido, sendo necessária a intervenção dos pesquisadores solicitando comprometimentos e ordem.
Grupo Guardas
No inicio os guardas não se colocavam em seus lugares de protetores e guardiões da ordem local, por outro lado os prisioneiros não os respeitavam como deveriam. A partir disso, os guardas começaram uma busca forçada por respeito e submissão, abusando de suas vantagens de autoridade, impondo aos presos condições desumanas, já que não conseguiam valer seu poder por meio de argumentos, começaram a torturar e humilhar, usando do poder de autoridade para manter a ordem na prisão.
Um determinado guarda influenciou os demais a agirem através de humilhações para controlar uma rebelião instaurada no local, isso significa que os demais guardas buscaram manter os padrões impostos pelo líder, assim adquiriram uma valência positiva dentro do grupo dos guardas, isso os levou a se manterem mais próximos dos padrões do grupo.
Sendo assim as atitudes dos guardas transpareceram ser um sentimento de competição e provocação, pois se tornaram forças objetivas que decorreram durante o experimento, e acabou levando a experiência para o lado pessoal, pois os guardas receberam um poder que na vida real talvez não tivessem.
Grupo Prisioneiros
Por outro lado, o grupo dos prisioneiros era identificado por números, e submetidos a fatores como encarceramento, tensão, rotina e outros tantos elementos estressantes compostos no ambiente experimental, isso fez com que eles se tornassem indefesos e consequentemente começaram a manter um vinculo forte de cumplicidade, companheirismo.
De acordo com a teoria de Moreno o prisioneiro 77 começou a representar um papel de coordenador do grupo, pois os demais eram influenciados por ele, suas atitudes foram se transformando mediante as situações vividas no experimento, por meio disso se tornou líder dos prisioneiros. Para Freud existem dois mecanismos psicológicos básicos à união de um grupo: a identificação e a sublimação. Na identificação os membros do grupo se identificam com um líder ou com um ideal, assumindo-o como ideal de ego.
Mas, sendo a identificação um processo ambivalente, o elo que une o grupo também carrega uma ambivalência. Deseja-se ao mesmo tempo estar com outro e ser o outro. Essa ambivalência pode, então, ser fonte de tensão e dispersão no grupo, especialmente em situações onde a liderança fica enfraquecida ou ausente.
Uma rebelião foi instaurada, pois começaram a perceber que aquilo que havia começado como uma experiência, tinha se tornado uma situação real de risco, resolveram tentar escapar do lugar e a recompensa que era o fio condutor dos grupos, passou a ser a sobrevivência. Para Pichion Riviere em todo grupo, existem dois níveis de atividade mental. Um é racional, lógico e conectado com a tarefa e outro é intensamente carregado de emoção e conectado com a dinâmica psíquica dos participantes-suas fantasias, medos e demandas.
Contudo quando voltamos ao inicio da experiência onde os grupos ainda não estavam definidos o ambiente era tranquilo e amigável, pois os papeis sociais de guardas do presídio e de prisioneiro, já internalizados em cada um e expressos nas atitudes e nas comunicações que eles fizeram nos vídeos testes ainda não havia sido mostrado até aquele momento.
Os candidatos que atenderam ao pedido do jornal tornaram-se naquele momento um grupo que possuía o que Pichon -Riviére chamou de tarefa principal, que era a recompensa. Para alcançar o objetivo deveriam trabalhar em grupo, conjunto, com organização. Contudo após o inicio da experiência essa tarefa comum dos candidatos já se mostra incomum, pois as situações do momento começaram a desenvolver atitudes que não condiziam com o real objetivo inicial, suas prioridades pessoais mediante as circunstâncias como a coação ou perigo de morte, se transformam em prol da sua sobrevivência.
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