Bioética e Atenção básica: Um perfil dos problemas éticos vividos por enfermeiros e médicos do Programa Saúde da Família
Por: Alexandre Parreira • 31/1/2018 • Resenha • 737 Palavras (3 Páginas) • 359 Visualizações
Atenção Básica
Bioética
Data de entrega: Professor: Residentes:, |
SHORT LETTER
ZOBOLI, Elma Lourdes Campos Pavone; FORTES, Paulo Antonio de Carvalho. Bioética e atenção básica: um perfil dos problemas éticos vividos por enfermeiros e médicos do Programa Saúde da Família, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 20, n. 6, p. 1690-1699, Dec. 2004 .
Bioética e atenção básica: um perfil dos problemas éticos vividos por enfermeiros e médicos do Programa Saúde da Família, São Paulo, Brasil.
Trata-se de um estudo empírico, qualitativo, de ética descritiva, com enfermeiros e médicos do Programa Saúde da Família (PSF), no Município de São Paulo, Brasil, com o objetivo de identificar os problemas éticos vivenciados por esses profissionais. Tendo sido solicitado aos profissionais que listassem problemas éticos a partir da narrativa de um caso vivido, os resultados apontam para problemas éticos na relação com o usuário e a família, na relação da equipe de saúde e nas relações com a organização e o sistema de saúde. Isto é, aspectos éticos que permeiam circunstâncias comuns da prática diária da atenção à saúde e não situações dilemáticas, que requerem soluções imediatas, usualmente mais exploradas na literatura bioética. Essa peculiaridade dos problemas éticos vividos na atenção básica pode levar à dificuldade em identificá-los como tal, pondo em risco a relação vincular que está no cerne do PSF.
Ao ler o artigo é possível observar que vários pontos citados como problemas éticos se enquadram também no cotidiano da nossa unidade de saúde em Esteio, como por exemplo: a falta de compromisso de alguns profissionais da equipe, a falta de companheirismo e colaboração na equipe, o desrespeito entre os integrantes da equipe e até mesmo, o questionamento da conduta médica em um caso específico. A falta de compromisso é observada diariamente, não só por um integrante, mas por vários, pois não há interesse em participar dos grupos que montamos na unidade como o hiperdia e o grupo da horta. Além disso, há o fato de que sempre quando chove há profissionais que não participam de visitas domiciliares que são para ocorrerem sempre às terças-feiras pela manhã. Sendo assim toda semana é preciso torcer para que a próxima terça seja de sol. Quanto à falta de companheirismo, acho que cabe retomar aqui a questão da falta de participação dos grupos, não somente isso, mas outro exemplo é a falta de interesse em deixar o ambiente acolhedor em campanhas como foi o caso do sábado com saúde em menção ao outubro rosa. Nenhum integrante da equipe se interessou em colaborar financeiramente para deixar a unidade com a temática e chamar a atenção para esse evento. Graças a iniciativa de uma residente que arcou com os custos para que ao menos a unidade tivesse balões e fitas rosas espalhadas pelo posto e entregue às usuárias conforme elas fossem chegando. Referente ao questionamento da conduta no deparamos com um caso de encaminhamento equivocado de um usuário ao CAPS. A mesma estava passando por um período de luto e estava abatida, o que é totalmente compreensível. Porém, ao solicitar algum medicamento que pudesse lhe ajudar, o profissional por falta de sensibilidade, invés de encaminhá-la para acompanhamento psicológico, já que contamos com a presença deste profissional na unidade, encaminhou a mesma para o CAPS para tratar um período de luto, momento o qual todos nós passamos em alguns períodos da vida. Outro dilema ético seria referente à discussão de caso em equipe, essa prática tornou-se inviável, pois há profissionais de suma importância para o bom direcionamento do cuidado que se negam a participar, pois entendem que estariam quebrando o sigilo usuário X profissionais ao levar o caso para equipe, já que não confia em alguns colaboradores. De fato, práticas administrativas e assistências devem estar integradas em um conjunto harmônico e indissociável. Contudo, nota-se que o processo de trabalho em nossa unidade é marcado por várias questões de prática ética. Urge a necessidade de trabalhar estas questões na equipe, pois as pessoas de uma forma geral são influenciadas pelo contexto no qual estão inseridas. A ética é condição necessária, embora não suficiente, para construir uma equipe sólida, resolutiva e idônea. Práticas antiéticas geram consequências internas graves até mesmo no aspecto jurídico. Cabem aos profissionais e a gerencia da saúde construir as estruturas adequadas para que isto não ocorra. |
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