Drenos - O Uso na Enfermagem

DRENOS

A origem da palavra “drenar” vem do inglês DRAIN – esgoto, escoar.

O dreno é definido como um material inserido no interior de uma ferida ou cavidade, com o intuito de descomprimir ou drenar fluídos ou ar de uma determinada área. Inseridos cirurgicamente, o dreno é um tubo cirúrgico utilizado para remover secreções purulosas, sangue e fluídos infectados. Seu uso não resulta em uma cicatrização mais rápida da ferida e não impede o risco de infecções, mas a sua utilização é necessária para a drenagem do líquido do corpo, que pode acumular-se e infeccionar.

Os drenos possuem diferentes formas, podendo ser conectados à parede de sucção, um aparelho de sucção portátil ou também podem ser utilizados para que o fluido escorra naturalmente. O registro preciso do volume de drenagem, assim como também o seu conteúdo, é fundamental para garantir a cicatrização adequada e controlar o sangramento excessivo. Dependendo da quantidade de drenagem, o paciente poderá continuar com o dreno em um período de tempo que varia dentre um dia a semanas. Qualquer sinal de nova infecção ou quantidades excessivas de drenagem deve ser comunicado ao técnico em enfermagem imediatamente.

A escolha dos drenos é realizada pelo médico do paciente após o mesmo avaliar diversos fatores como líquido a ser drenado, a cavidade onde o dreno será ajustado, o tempo e a duração do mesmo. Seu material pode variar entre borracha (laminar ou tubular rígido), plástico (tubular rígido), polietileno ou silicone. São localizados geralmente em locais que não toleram o acúmulo de líquidos, como regiões vascularizadas, feridas infectadas, regiões que sofreram grande dissecção do tecido superficial, no interior de feridas operatórias, interior de deiscência operatória, interior de abscessos e interior de órgãos ocos.

Os drenos realizam uma “comunicação” entre os órgãos internos e o ambiente. São fixados na pele com linhas de sutura, grampos de fixação e alfinetes de fixação.

O dreno atua como um corpo estranho, o que ajuda na formação de tecidos de granulação à sua volta e tal tecido auxilia na redução do risco de saída do dispositivo – o dreno. A saída precoce de um dreno pode causar extravasamento de secreção cáustica no tecido interno e externo.

O sistema de drenagem pode ser simples ou fechado. Sua escolha depende da necessidade do local da operação, atividade do paciente e da capacidade de completar a cicatrização. Classificam-se em abertos, drenos de reservatórios, drenos de sucção, cateteres e sondas.

Principais modelos de drenos:

Penrose: Usado para estabelecer uma comunicação entre uma cavidade corporal e a superfície da pele.

Porto-Vac: Utilizado por sucção e atua drenando fluidos de cirurgia como sangue, entre outros.

Dreno de Kehr: Utilizado na via biliar.

Dreno de Blake: Drena hemorragias de varizes no esôfago, hemorragias de fundo varicoso e suas combinações.

Dreno Malecot: Utilizados em cirurgias abdominais e são associados a sucção à vácuo.

Sistemas de Drenagem

Sistema aberto ou drenagem Simples: Dreno tipo “Penrose”. Pode ficar sob um curativo oclusivo. Coloca-se um grampo ou alfinete para evitar a movimentação ou tração do dreno.

        

Sistema fechado: O sistema deve estar permeável, a drenagem deve ser avaliada pela sonda e ao redor desta. A diminuição súbita da drenagem indica obstrução.

Sistema de sucção: Exercem pressão baixa constante, o aparelho deve estar comprimido para realizar a sucção e são conhecidos como auto-sucção.

As drenagens podem ser serosas, sanguinolentas, purulentas, serosanguinolentas, purosanguinolentas, biliosas e fecalóides.

Nas anotações de enfermagem, devem constar o local do dreno, o tipo de dreno e drenagem, a inserção do dreno, sua tração conforme prescrição médica, o tipo de secreção drenada e seu volume e o tipo de coletor.