A DOENÇA DE PARKNSON
Por: Karina Caldeira • 29/6/2021 • Trabalho acadêmico • 4.502 Palavras (19 Páginas) • 176 Visualizações
DOENÇA DE PARKINSON
1 INTRODUÇÃO
A Doença de Parkinson (DP) é uma doença crônica degenerativa que atinge a idade mais avançada. A etiologia da doença ainda é desconhecida, mas acredita-se que os mecanismos etiopatogênicos possam envolver vários fatores, entre eles são definidos estresse oxidativo; anormalidades mitocondriais; excitotoxidade; fatores gliais e inflamatórios; fatores ambientais e genéticos; além do envelhecimento cerebral (FUKUNAGA et al., 2014).
A epidemiologia da doença é variável, já que pode variar devido a localização e os métodos utilizados para o estudo científico. Além disso, embora ela atinja ambos os sexos segundo diversos dados epidemiológicos, é mais recorrente no sexo masculino com idade avançada (entre 55 e 80 anos) (CARMO, 2015).
As manifestações clínicas podem ser motoras ou não, sendo que os principais aspectos recorrentes da doença incluem a bradicinésia, rigidez, tremores patológicos e instabilidade postural. A alterações na marcha também é um sinal da doença, que se caracteriza pela dificuldade na fala, movimentação e escrita, sendo estas tarefas relativamente simples e comuns no dia a dia. Ademais, há alguns sintomas considerados “secundários” pois podem surgir devido a decorrência da doença, como a depressão, ansiedade e apatia (CARRETE JR., 2017; VALCARENGHI, 2017).
A Medicina Nuclear utiliza pequena quantidade de radiação, e pode fornecer imagens com diagnóstico da doença, sendo utilizados os exames funcionais PET e SPECT. Entretanto, o diagnóstico da DP ainda é um desafio para a medicina. Dessa forma, o estudo clínico atualmente é uma das alternativas mais viáveis já que por ele devem ser observados os sintomas cardiais da doença (ARRUDA et al., 2018; CABREIRA; MASSANO; 2019).
No que se refere ao tratamento, a doença possui uma série de alternativas farmacológicas utilizadas para tratar a patologia, visto que a mesma não possui cura. Sendo um dos principais medicamentos, o Levodopa é usado com a finalidade de restaurar a deficiência de dopamina cerebral que deriva da degeneração dos neurônios. Além deste, há também a selegilina, amantadina, anticolinérgicos e agonistas dopaminérgicos. Algumas atividades como yoga, acunputura e exercícios físicos, são alternativas fundamentais utilizadas como tratamento não farmacológico (SANTOS et al., 2018).
A Doença de Parkinson possui algumas complicações que podem ocorrer,caracterizadas por determinadas síndromes, como a dropped head, camptocormia e síndrome de Pisa. Além de alterações posturais, podem haver complicações no sistema respiratório, afetando o processo de respiração do paciente (ARAUJO et al., 2019; ROCHA, 2015).
Ademais, não há evidências de nenhum fármaco ou intervenção capaz de prevenir a DP. Embora existam estudos que avaliam algumas alternativas como a prática de exercícios físicos e hábitos de vida que possam ser definidos como meios de prevenção (VITORINO, 2019).
Diante disso, o profissional farmacêutico tem função fundamental na orientação no que diz respeito ao tratamento farmacológico da DP e como essa patologia ocorre. Além de destacar os efeitos positivos do medicamento e também solucionar os problemas que podem surgir decorrentes dos possíveis efeitos adversos.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ETIOLOGIA
A etiologia da Doença de Parkinson (DP) ainda é desconhecida, acredita-se que os mecanismos etiopatogênicos envolvidos possam ser multifatoriais, como: estresse oxidativo; anormalidades mitocondriais; excitotoxicidade; fatores gliais e inflamatórios; neurotoxinas ambientais; fatores genéticos; e envelhecimento cerebral. Os portadores da doença apresentam maior dificuldade para executar movimentos simultâneos e tarefas em sequência do que tarefas relativamente simples, necessitando finalizar a execução de um movimento antes de iniciar os próximos.(FUKUNAGA et tal., 2014)
Além disso, os fatores ambientais estão interligados aos pacientes de DP que vivem em zona rural, fazem uso de água de poço e que estão expostos a substâ,cias como pesticidas e herbicidas. As questões químicas procedem de exposições a produtos químicos industriais, como manganês, mercúrio e solventes. O estresse oxidativo ocorre quando existe um desequilíbrio entre os fatores que promovem a formação de radicais livres e os mecanismos de defesa antioxidativos. As questões genéticas estão ligadas a existência de genes que favorecem o desenvolvimento da enfermidade, porém agindo de forma indireta. E as disfunções mitocondriais podem ser decorrentes de fatores tóxicos, bem como genéticos, que tendem a ocasionar uma cascata de eventos originando morte celular programada (SOUZA et al.,2011).
Entretanto, no cenário atual, considera-se como fatores etiopatogênicos mais importantes a causa multifatorial, ou seja, a combinação de predisposição genética com a presença de fatores tóxicos ambientais. Com relação à contribuição do envelhecimento cerebral, este estaria relacionado com a prevalência da idade, associada à perda neuronal progressiva.( ALMEIDA et al.,2011).
2.2 EPIDEMIOLOGIA (INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA)
A DP é uma doença neurodegenerativa que afeta cerca de 1% da população acima de 60 anos. A epidemiologia pode variar diante da localização e os métodos utilizados para o estudo científico. Embora ela atinja ambos os sexos segundo diversos estudos epidemiológicos, ela é mais recorrente no sexo masculino. Alguns fatores que são fundamentais pra explicar isso são: estilo de vida, exposição a fatores ambientais (externos), e também uma recorrente ação neuroprotetora de estrogênios (CARMO, 2015).
Surgindo geralmente entre os 50 e 80 anos, com grande prevalência nos homens, caracteriza-se um padrão com grande relação com fatores ambientais, sociais, genes, níveis de hormônios, entre outros aspectos.
Nas últimas décadas, a prevalência da DP tem vindo a aumentar, sobretudo nos países mais desenvolvidos: dados do Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study 2016 estimam a existência de cerca de 6,1 milhões de pessoas diagnosticadas com DP em todo o mundo, valor que não ultrapassava os 2,5 milhões em 1990.9 Este aumento não parece ser explicado apenas pelo envelhecimento da população, existindo outros fatores como um melhor reconhecimento da doença e fatores ambientais ou sociais (CABREIRA; MASSANO, 2019, p. 662).
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