A Modelagem Molecular
Por: Erica Kaori Matsushita • 5/5/2020 • Trabalho acadêmico • 937 Palavras (4 Páginas) • 265 Visualizações
A indústria farmacêutica necessita de altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para a busca de novos fármacos, sendo ela a mais inovadora, mais rentável em escala global e mais competitivos. Esta competição, por aumento de rentabilidade vem levando a sucessivas fusões ou a adquirirem empresas menores em escala global e entre empresas brasileiras, aquisição de empresas farmacêuticas brasileiras por empresas estrangeiras e de nacionais por nacionais.
A necessidade contínua em inovar a indústria farmacêutica, impõe ambiente competitivo que demanda alta capacitação profissional em funções de P & D em síntese orgânica, e a expertise de seus profissionais químicos e engenheiros químicos em adaptarem as etapas de síntese de bancada para o escalonamento primário. Por isso as Big Pharmas têm elevado número de doutores atuando em seus quadros de P & D. Porém em Brasil são poucos colaboradores nesse nível de qualificação.
No início do século XXI, foi observado que houve o declínio de número de inovações, apesar do aumento dos investimentos em PD&I no setor. Com isso, houve mudanças estruturais importantes na gestão da inovação no setor industrial farmacêutico, como aproximação de importantes Big Pharmas a determinados grupos de pesquisa identificados em universidades, inclusive em algumas brasileiras.
A construção do conhecimento científico, em que se baseiam as modernas inovações terapêuticas, se dá principalmente na academia. Pode-se observar pesquisadores laureados com o prêmio Nobel, como invenção de fármacos inovadores marcantes na terapêutica como propranolol e cimetidina, aciclovir e azatioprina.
A sinvastatina (Zoccor®), primeiro representante da classe dos antilipêmicos inibidores da enzima hidroximetil-glutailCo-A redutase (HMGCo-AR) onde se situam as estatinas, pode-se identificar que, de um lado, a estratégia adotada pela Merck para sua descoberta fundamentou-se em conhecimento público baseado em descobertas científicas originadas na Universidade do Texas, em Dallas, EUA. Esclarecendo o mecanismo de regulação do metabolismo do colesterol. Com isso, receberam em 1985 o prêmio Nobel de Medicina.
Assim como imatinibe, primeiro fármaco inibidor de tirosina-quinase da classe dos tinibes, que revolucionou o tratamento do câncer, sendo elucidado o papel desta classe de enzimas e por este notável trabalho científico receberam, em 1992, o prêmio Nobel de Medicina.
No Brasil observa-se alto crescimento de mercado varejista de medicamentos e de número de instituições de ensino superior de farmácia, atingindo em 2012, a cifra de 49,6 bilhões de reais. E a previsão é de permanecer o atual ritmo de crescimento, podendo chegar a 100 bilhões de reais. Com esse crescimento observa-se juntamente o estabelecimento de grandes redes internacionais de farmácias e fusões de grandes drogarias.
No Brasil foi criado lei dos medicamentos genéricos facilitando o acesso dos brasileiros aos medicamentos e fortalecendo as empresas que passaram a produzir os genéricos, apesar de a maioria dos princípios ativos serem importados da Índia e da China, aumentaram o déficit na balança comercial brasileira. Com a ascensão das classes sociais C, D e E, e o aumento da expectativa de vida da população brasileira, as vendas de medicamento genérico tendem a aumentar. Além disso, há alguns fármacos mais vendidos do mundo com patentes expiradas, gerando mais oportunidade para o empresariado farmacêutico nacional.
Como pontos críticos para a inovação de fármacos no Brasil, pode-se identificar, a ausência de laboratórios de escalonamento primário, certificados e capacitados para adaptarem as rotas de síntese de moléculas desenvolvidas nas bancadas dos laboratórios acadêmicos; número reduzido de doutores em atividades de P&D na indústria farmacêutica; a total dependência da importação de princípios ativos da China e da Índia para produção de genéricos; formação inadequada da imensa maioria dos profissionais farmacêuticos, que não tem durante a graduação nos cursos de farmácia o treinamento efetivo de metodologia científica de pesquisa, desejável para a sua inserção profissional na indústria farmacêutica; a pouca proximidade da academia com a indústria farmacêutica; a ausência de interesse do empresário industrial farmacêutico brasileiro pelos medicamentos inovadores, devido ao custo para o seu desenvolvimento elevado e retorno financeiro de alto risco; política rígida de preços de medicamentos do governo e a pouca articulação do setor público e privado; a frágil estrutura da pesquisa clínica e pré-clínica para a descoberta de fármacos agravados devido a necessidade de dupla aprovação ética antes de se começar um estudo com participação internacional.
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