Estudo do Potencial Antigenicidade da Mistura de Triterpenos Alfa e Beta-amirina em Camundongos

RESUMO

Estudo do Potencial Antiobesidade da mistura de triterpenos alfa e beta-amirina em Camundongos

A obesidade resulta de um desequilíbrio no qual o consumo de energia é superior ao gasto energético. O tecido adiposo do obeso é caracterizado por hipertrofia dos adipócitos, infiltração de células imune e aumento na produção de adipocinas. Nosso laboratório mostrou que a mistura de alfa e beta-amirina possui propriedades gastroprotetora, antinociceptiva, antiinflamatória e hepatoprotetora. Deste modo o objetivo geral do projeto foi avaliar o efeito antiobesidade da mistura de triterpenos alfa e beta-amirina (AB) em animais com obesidade induzida por dieta hipercalórica. Os animais foram divididos em grupos e pesados semanalmente. DP recebeu dieta padrão, os demais receberam DH, AB10 (DH+alfa e beta 10 mg/kg), AB20 (DH+ alfa e beta 20mg/kg) e SIB (DH+sibutramina, 10mg/kg). Após 15 semanas e jejum de 6h, os animais foram anestesiados e o sangue coletado através do plexo periorbital. O tecido adiposo visceral (TAV) foi coletado após o sacrifício. Os níveis séricos de triglicerídeos, colesterol, amilase, lipase, leptina e grelina, IL-6, MCP-1, ALT e AST plasmáticas foram determinadas usando kits comerciais. Observamos que a DH promoveu a obesidade em camundongos, demonstrado através do aumento significativo do peso corporal destes animais quando comparados aos alimentados com DP. Houve maior deposição de TAV em DH comparado a DP. AB10, AB20 e SIB demonstraram menor deposição de TAV em relação a DH. DH apresentou níveis de colesterol, triglicerídeos, amilase e lipase significativamente aumentados em relação aos animais alimentados com DP. Os resultados mostraram que as drogas utilizadas promoveram a redução dos níveis séricos de triglicerídeos, colesterol, bem como a inibição de amilase e lipase. Níveis aumentados de leptina foram observados em DH em relação a DP. AB10, AB20 e SIB foram capazes de reduzir os níveis de leptina em relação a DH. Os níveis de grelina apresentaram-se significativamente diminuídos em todos os grupos quando comparados a DP. A avaliação das citocinas inflamatórias IL-6 e MCP-1 demonstrou aumento significativo destas em DH em relação a DP. Houve redução significativas de IL-6 e MCP-1 nos grupos tratados em relação a DH. Por fim, observamos ausência de toxicidade hepática dos compostos estudados, fato confirmado através das determinações das enzimas hepáticas ALT e AST úteis na detecção de processos inflamatórios hepatocelulares e hepatocanaliculares. Estes achados sugerem que a Resina de Protium heptaphyllum tem um potencial antiobesidade, podendo ser um composto adequado no tratamento da obesidade.

Objetivo Geral:

Avaliar o possível efeito antiobesidade da mistura dos triterpenos alfa e beta-amirina, isolada do Protium Heptaphylum em camundongos (P).

Objetivos Específicos:

OBJETIVO GERAL

-Avaliar o potencial antiobesidade da mistura de triterpenos pentacíclicos alfa e beta-amirina, isolada da resina do Protium heptaphyllum, no modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica em camundongos. (P)

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

-Analisar o efeito da mistura de alfa e beta-amirina sobre o peso corporal, consumo de água e ração de camundongos submetidos ao modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica. (P)

-Verificar o efeito da mistura de alfa e beta-amirina, sobre os níveis séricos de lipase, amilase, glicose, lipídios, enzimas hepáticas, citocinas (TNF-alfa, IL-6, MCP-1, IL-10), grelina, leptina, adiponectina e insulina em animais submetidos ao modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica. (P)

-Avaliar o efeito da mistura de alfa e beta-amirina sobre as alterações histológicas da gordura visceral em animais submetidos ao modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica. (N)

-Contribuir para o desenvolvimento regional e a propriedade intelectual local e formação de pessoal qualificado em farmacologia. (P)

Resultados

1. Efeito da mistura de triterpenos alfa e beta-amirina no peso corporal final dos animais e na deposição de tecido adiposo visceral de camundongos alimentados com dieta hipercalórica (15ª. Semana)

Após 15 semanas, observamos que o grupo de animais que recebeu a dieta hipercalórica (DH), apresentou peso corporal final (g) significativamente (p<0,05) maior do que o grupo que recebeu a dieta padrão (54,11±2,31; 40,89±0,97g, respectivamente). Também observamos haver uma maior deposição de tecido gorduroso abdominal (mg/10g de peso corporal) nos animais submetidos a DH (743,9±96,6 mg/10g de peso corporal) quando comparados aos submetidos a DP (195,4±24.59 mg/10g de peso corporal).

Os grupos que receberam alfa, beta amirina (AB 10 e 20mg/kg) e sibutramina (SIB; 10mg/kg) demonstraram um menor (p<0,05) ganho de peso (46,86±1,69; 43,44±1,00; 42,17± 1,38 g, respectivamente) quando comparados ao grupo DH (52,70±2,50g). Também houve uma menor deposição de tecido gorduroso abdominal nestes mesmos grupos (455,4±39,31; 349,54,17±54,17; 359,1±62,21 mg/10 de peso corporal, respectivamente quando comparados a DH (743,9±96,46 mg/10g de peso corporal). (Anexo: Figuras 1 e 2)

2. Efeito mistura de triterpenos alfa e beta-amirina na concentração plasmática de triglicerídeos e colesterol de camundongos alimentados com dieta hipercalórica (15ª.Semana)

Os animais submetidos a dieta hipercalórica apresentaram um acréscimo significativo (p<0,05) dos níveis de triglicerídeos (183,4±13,78 mg/dl) e colesterol (206,6±13,31 mg/dl), quando comparados aos alimentados com a dieta padrão (110,2±11,11; 121,8±3,81 mg/dl, respectivamente). A AB10 (10mg/kg) e AB20 (20mg/kg) e a sibutramina (10mg/kg) promoveram uma redução expressiva (p<0,05) das taxas de triglicerídeos (128,8±12,49; 124,6±10,88; 106,0±6,87 mg/dl, respectivamente) e colesterol (147,6±8,38; 155,8±8,03; 165,6±6,20 mg/dl, respectivamente) quando comparados ao grupo DH. (Anexo: Figuras 3 e 4)

3. Efeito da mistura de triterpenos alfa e beta-amirina na atividade das enzimas α-amilase e lipase de camundongos alimentados com dieta hipercalórica (15ª.Semana)

Os animais submetidos a dieta hipercalórica (DH) apresentaram níveis acentuados (p<0,05) de α- amilase (1643±114,6 U/dl) e lipase (295,7±25,62 U/L) em relação ao grupo submetido a dieta padrão (DP: 997,3±41,39 U/dl; 223,3±10,27 U/L, respectivamente).