Revisão Euterpe Oleracea

Composição fitoquímica, atividade farmacológica e toxicológica do óleo fixo de Euterpe oleracea: revisão da literatura

A espécie Euterpe oleracea Mart. (Arecaceae) é uma planta cujo fruto é conhecido açaí. Esse fruto é utilizado tradicionalmente na medicina popular amazônica para tratar anemias, diarreia, malária, dor, inflamação, hepatite e doenças renais (CAETANO, Rosemeiry Soares; DE SOUZA, Ana Cristina Ramos; FEITOZA, Leiliane Ferreira. O uso de plantas medicinais utilizadas por frequentadores dos ambulatórios Santa Marcelina, Porto Velho-RO. Saúde e Pesquisa, v. 7, n. 1, 2014. DE BEM, Graziele Freitas et al. Protective effect of Euterpe oleracea Mart (açaí) extract on programmed changes in the adult rat offspring caused by maternal protein restriction during pregnancy. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 66, n. 9, p. 1328-1338, 2014. LEÃO, R. B. A.; FERREIRA, M. R. C.; JARDIM, M. A. G. Study of therapeutical use plants in municipality of Santa Bárbara do Pará, State of Pará. Brazil. Rev. Bras. Farm, v. 88, p. 21-25, 2007.). Além disso, o açaí é considerado um suplemento dietário devido ao grande conteúdo de antioxidantes naturais e tem sido usado como alimento funcional por causa dos seus benefícios nutricionais e perspectivas terapêuticas e, por isso, tem sido estudado no mundo todo (DE LIMA YAMAGUCHI, Klenicy Kazumy et al. Amazon acai: chemistry and biological activities: a review. Food chemistry, v. 179, p. 137-151, 2015. BONOMO, Larissa de Freitas et al. Açaí (Euterpe oleracea Mart.) modulates oxidative stress resistance in Caenorhabditis elegans by direct and indirect mechanisms. PloS one, v. 9, n. 3, p. e89933, 2014.).

De acordo com Nascimento e colaboradores (2008) (NASCIMENTO, R. J. S., et al. Composição em ácidos graxos do óleo da polpa de açaí extraído com enzimas e com hexano. Rev. Bras. Frutic. v. 30, 2008), a polpa dos frutos de E. oleracea é composta por 53% de lipídeos, 1,5% de açúcares e 13% de proteínas e fibras. A extração do óleo fixo do açaí é realizada a partir da polpa, utilizando aparelho de Sohxlet e éter de petróleo ou através da adição de enzimas (PALA, D. Efeito do açaí (Euterpe oleracea Mart.) sobre o estado oxidativo e a influência nas transferências de lípides para HDL em mulheres. Tese de Doutorado em Cencências Biológicas. Universidade Federal de Minas Gerais, Ouro Preto, 2016.). Quando utilizado éter de petróleo, o óleo apresentou 68% de ácidos graxos insaturados, 60,33% de monoinsaturados, 7,83% de poli-insaturados e 3,54% de ácidos não identificados (NASCIMENTO, R. J. S., et al. Composição em ácidos graxos do óleo da polpa de açaí extraído com enzimas e com hexano. Rev. Bras. Frutic. v. 30, 2008).

Monge-Fuentes (2017) (MONGE-FUENTES, V. Terapia fotodinâmica mediada por fotossensibilizante à base de óleo de açaí em nanoemulsão para o tratamento de melanoma in vitro e in vivo. Tese de Doutorado em Biologia Animal, Universidade de Brasília, Brasília 2014.) encontrou uma composição de 52,54% de ácido oleico, 25,93% de ácido palmítico, 9,72% de ácido linoleico e 3,39% de ácido vacênico, sendo esses os principais ácidos graxos constituintes do óleo de açaí. Souza et al (2017) (E SOUZA, Belmira S. Faria et al. Effect of the treatment with Euterpe oleracea Mart. oil in rats with Triton-induced dyslipidemia. Biomedicine & pharmacotherapy, v. 90, p. 542-547, 2017. ) obteve uma composição semelhante, onde o óleo continha 92,64% de ácidos graxos insaturados, onde 57,8% era ácido láurico, 17,30% ácido miristico e 9,40% ácido palmítico.