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Uma Revisão Sobre as Lectinas

Por:   •  3/10/2015  •  Monografia  •  5.332 Palavras (22 Páginas)  •  375 Visualizações

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Ensaios e Ciência[pic 1][pic 2]

Ciências Biológicas

Agrárias e da Saúde

Pedro Henrique Pereira Pinto de Souza

Faculdade Anhanguera de Anápolis

p.h.20@hotmail.com

Rogério Cássio Souza Santos Faculdade Anhanguera de Anápolis

rogeriocassio_17@hotmail.com

Alexandre Pereira dos Santos

Faculdade Anhanguera de Anápolis

alexpfar@hotmail.com

Thiago Lopes da Silva

Faculdade Anhanguera de Anápolis

thiago-silva_farma@aedu.com


UMA REVISÃO SOBRE AS LECTINAS

 

RESUMO

Lectinas são proteínas ligantes de carboidratos, capazes de aglutinar eritrócitos, podendo exercer ação antinutricional. O isolamento destas proteínas, também chamadas de aglutininas, se tornou interessante tanto pela sua capacidade de se ligar a carboidratos evitando a sua absorção como pela sua aplicação em diversas áreas da biomedicina. O objetivo desta revisão foi o analisar a literatura disponível sobre as pesquisas com a lectina. A metodologia utilizada foi a de pesquisa em sites especializados de artigos publicados nos últimos 10 anos, com exceção para alguns clássicos. Conclui-se que as lectinas são usadas em uma extensa gama de aplicações e que ainda serão descobertos novos usos para essas proteínas.

Palavras-Chave: Lectinas; Disponibilidade, Especificidade; Potencial biotecnológico; Revisão.

ABSTRACT

Lectins are carbohydrate binding proteins capable of agglutinating red blood cells can exert antinutritional action. The isolation of these proteins, also called agglutinins, became interesting both for its ability to bind to carbohydrates such as preventing its absorption by its application in several areas of biomedicine. The objective of this review was to analyze the available literature on research with the lectin. The methodology was the research on specialized articles published in the last 10 years, with exception to some classics. It is concluded that the lectins are used in a wide range of applications yet to be discovered and new uses for these proteins.

Keywords: Lectins, availability, specificity, potential biotechnology; Review.


  1. INTRODUÇÃO

As lectinas são um grupo heterogêneo de proteínas, ou glicoproteínas que compartilham em comum a capacidade de ligar a resíduos específicos de açúcar e de aglutinar células. As lectinas são encontradas em muitas espécies diferentes e em diversos órgãos e tecidos de plantas, por esta razão, acredita-se que elas desempenhem papéis biológicos fundamentais, incluindo parte de mecanismos de defesa (GOLDESTEIN, 1983). Possuem a propriedade de aglutinar células e precipitar glicoconjugados devido a sua aptidão específica de reconhecer ligações sem, no entanto, alterar a estrutura de nenhum dos monossacarídeos ligantes.  Sementes, em especial as das leguminosas, são fontes ricas em lectinas (CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002).

No início do século XX, a ideia de que as aglutininas vegetais até então descobertas eram proteínas que desempenhavam apenas atividade tóxica passou a ter uma concepção diferenciada. De acordo com as atividades biológicas desempenhadas por novas aglutininas isoladas de sementes de ervilha, feijão comum, lentilha e da ervilhaca, constatou-se que estas não continham atividade tóxica, porém notava-se que as lectinas isoladas continuavam a aglutinar eritrócitos de forma semelhante ao que fora comprovado nas ricinas por Stillmark no século XIX(DURHAM; REGNIER, 2006). A partir dessa descoberta, surgiu um novo conhecimento, que apesar da toxicidade das lectinas vegetais estar relacionada mais com fatores vistos como exceções, a sua capacidade de se ligar a receptores específicos que compõe as membranas celulares é considerada uma regra geral. Então, lectinas sempre se ligarão aos carboidratos, mas, algumas podem mostrar atividades biológicas além da ação de reconhecimento de açucares (SPILATRO et al., 2002).

As lectinas são encontradas em larga escala, em uma grande variedade de formas de vida, microorganismos, mamíferos e vegetais, as encontradas em vegetais superiores são alvo maior das pesquisas. Algumas propriedades biológicas das lectinas já foram comprovadas, dentre elas podemos citar a sua ação fungicida, antimicrobiana e inseticida, além de simular as lectinas humanas e ainda estimular as células do sistema imune (FREIRE, 2003).

Lectinas têm atividade antiviral, antibacteriana, antifúngica, inseticida e antitumoral. Por essas aplicações a cada ano são desenvolvidas novas pesquisas para usos dessas proteínas. Assim é de suma importância ampliar os conhecimentos a respeito desta proteína, que com as pesquisas atuais mostra um universo de aplicações.


  1. METODOLOGIA

Segundo Noronha e Ferreira (2000, p. 193-195) as revisões de literatura podem ser classificadas quanto aos seus propósitos, abrangência, função, tratamento e abordagem. Analisando esses critérios essa revisão é analítica, temática e de atualização bibliográfica.

Esse estudo foi caracterizado por um levantamento bibliográfico, realizado em todas as bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BIREME), em agosto de 2011. Os descritores utilizados foram lectina, biodisponibilidade e especificidade, não se fizeram delimitação de período de publicação dos trabalhos, quanto aos idiomas à preferência foi pelo português e o inglês. Depois foi realizado um levantamento na biblioteca da Faculdade Anhanguera de Anápolis e no Google Books onde foram pesquisados livros clássicos sobre o assunto. Alguns artigos citados são antigos, mas foram usados por se tratarem de clássicos e não existir nenhuma pesquisa que os conteste atualmente.

Foram encontrados em torno de 210 trabalhos e selecionados para a leitura 70 que apresentavam texto convergente com a ideia central desse estudo. Os 70 trabalhos identificados foram indexados nas seguintes bases: Medscape, Medline, NCBI, Scielo, BVS e Elsevier.

  1. AS LECTINAS

O nome lectina originou-se da palavra latina “lectus”, que significa selecionado, esse termo é referente às habilidades desse tipo de proteínas de fazer ligações seletivas e reversíveis com carboidratos. Contrariamente aos anticorpos não são produzidas por respostas imunológicas.  Enfatiza-se quanto à origem imunológica das lectinas para diferencia-las dos anticorpos anticarboidratos que também aglutinam células. Estruturalmente os anticorpos são simples, enquanto as lectinas se diferenciam entre si por sua composição de aminoácidos, afinidade com metais, peso molecular e estrutura tridimensional (VAN DAMME et al., 1998).

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