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A Eletroestimulação

Por:   •  26/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.686 Palavras (11 Páginas)  •  384 Visualizações

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Eletroestimulação, resposta dos músculos do assoalho pélvico e incontinência urinária em pós-prostatectomizados

Objetivo deste estudo é verificar a resposta dos músculos e tratamento e determinar a re-resposta e possíveis alterações do musculo do assoalho pélvico (MAP) e da incontinência urinária (IU) em homens prostatectomizados após o uso da eletroestimulação.

Materiais e métodos

Estudo observacional, realizado no ambulatório de fisioterapia uroginecológica do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, no período de agosto a setembro de 2012. Dez pacientes com 64 ± 7 anos de idade, com incontinência urinária pós-prostatectomia radical, tempo máximo após cirúrgia de seis meses, sem infecção urinária e sem implante metálico foram submetidos à eletroestimulação dos MAP, que consistiu de um eletrodo endoanal (Dualpex 961 – Quark), com paciente na posição de decúbito lateral com joelhos e quadril flexionados. Os parâmetros utilizados foram frequência de 65 Hz, largura de pulso de 500 µs, corrente bifásica, intensidade de acordo com o nível de tolerância relatada pelo paciente, tempo de contração perineal de quatro segundos e tempo de repouso de oito segundos, durante 20 minutos, duas vezes semanais, totalizando 16 sessões de eletroestimulação com contração ativa-assistida. Os pacientes foram avaliados antes e após a eletroestimulação por meio de relato sobre os ítens da avaliação fisioterapêutica da incontinência urinária, questionados sobre o número de protetores descartáveis utilizados diariamente, submetidos à escala visual analógica (EVA) para medir o quanto a IU interferia em suas atividades de vida diárias e ao biofeedback eletromiográfico para medir o trabalho dos MAP. Os dados foram analisados pelos teste t – student para amostras pareadas, para um nível de significância de 0,05.

Resultados

Após as 16 sessões de eletroestimulação a avaliação pelo biofeedback eletromiográfico mostrou um aumento significativo da força muscular de 10,73 ± 8,64 para 17,16 ± 9,00 µV (t = -3,39; P = 0,008), uma diminuição significativa do número de fraldas usadas antes e após o tratamento de 3,9 ± 1,2 para 1,8 ± 1,5 (t = 5,16; P = 0,0006), respectivamente e diminuição significativa da interferência da incontinência urinária nas atividades diárias de 9,6 ± 0,5 para 4,0 ± 3,8 (t = 5,15; P = 0,0006).

Introdução

A prevalência de câncer de próstata tem aumentado significativamente nos últimos anos, e é uma preocupação tanto para profissionais médicos quanto para homens em geral. Existem duas formas principais de câncer de próstata, que podem ser benignas e que mais comumente afetam os homens com idade igual ou superior a 50 (1). No Brasil, o câncer de próstata é uma das doenças malignas mais comuns que afetam os homens, com cerca de 60.180 novos casos de câncer de próstata diagnosticados em 2012, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Em 2009, o câncer de próstata foi responsável por 12.274 óbitos (2).

A prostatectomia é uma opção de tratamento comum para o câncer de próstata localizada. Apesar de ser altamente eficaz, o procedimento está associado a uma série de problemas como disfunção vesical, intestinal e sexual devido a complicações da cirurgia (3).

A incontinência urinária (UI) depende da integridade dos esfíncteres internos e externos, em adição aos segmentos uretrais prostáticos e membranosos. Por sua vez, a função do esfíncter externo depende do bom funcionamento das suas fibras musculares estriadas (4). Apesar das recentes melhorias nas técnicas cirúrgicas, a incontinência urinária por prostatectomia ainda é uma questão relativamente comum, afetando entre 6 e 63% dos homens ≥ 6 meses após a cirurgia (5, 6).

Após a prostatectomia radical, a incontinência urinária pode resultar de lesões anatômicas, tornando a junção ure-throvesical menos favorável para manter a continência urinária, gerando maior pressão sobre o esfíncter externo da uretra (7). Os avanços recentes nos tratamentos não cirúrgicos para urinária na continência renderam resultados promissores, com baixa taxa de efeitos colaterais e custos reduzidos (8).

Em pacientes submetidos a prostatectomia radical, a incontinência urinária pós-operatória pode ter um efeito significativo na sua qualidade de vida. Ao longo dos últimos anos, muitas medidas preventivas foram descritas para diminuir o risco de incontinência urinária após a realização desta cirurgia, incluindo fisioterapia pré-operatória. Pacientes com incontinência urinária devido à instabilidade vesical são bons candidatos para fisioterapia e geralmente adquirem continência no prazo de um ano após a cirurgia. No entanto, os pacientes que apresentam incontinência urinária persistente são mais difíceis de tratar (9). Embora a incontinência urinária não coloque a vida das pessoas em perigo, pode ter graves implicações médicas, sociais, psicológicas e econômicas, prejudicando assim a qualidade de vida dos pacientes (10).

Um dos principais objetivos da terapia fisiológica uroginecológica é fortalecer os músculos do assoalho pélvico, normalizando assim a função desses músculos e promovendo suas contrações conscientes e efetivas em momentos de aumento da pressão intra-abdominal, o que evita a ocorrência de urina involuntária vazamentos (11). Além do fortalecimento do grupo muscular do assoalho pélvico por cinesioterapia, a intervenção terapêutica física nesta condição também pode ser composta por feedback biológico e estimulação elétrica funcional (12), e a fisioterapia é outro recurso terapêutico que usa modalidades físicas eficientes no tratamento - desta patologia (13). A estimulação elétrica mostrou resultados promissores para o tratamento da IU, pois é capaz de reeducar os músculos do assoalho pélvico. No entanto, para que ele obtenha resultados ótimos, ele deve ser usado em associação com outros métodos de tratamento conservador (13). A estimulação elétrica oferece ganho muscular através de dispositivos cutâneos ou endoanais, o que funciona promovendo um aumento da resistência ao esfíncter e reduções na contração do músculo detrusor (14). Incontinência urinária após prostatectomia radical (6). Além disso, o tratamento com biofeedback visa promover um vazamento efetivo da bexiga, bem como uma continência apropriada, e identificar, localizar e garantir a propriocepção muscular para conseguir a coordenação muscular e a reabilitação, eliminando padrões adequados de contrações (15).

A avaliação do assoalho pélvico realizado por biofeedback eletromiográfico

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