PSICOMOTRICIDADE ATRÁVES DA ECOTERAPIA EM CRIANÇAS TEA

BENEFÍCIOS E CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE ATRAVÉS DA EQUOTERAPIA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)

KEMILLY CRISTINA GRANJA DA COSTA^[1]

JAQUELINE SAMPIETRO DE SOUZA^[2]

JEANE PAULINE CHIACHIO VIGNA^[3]

MARCOS FERNANDES DE CARVALHO^[4]

RESUMO: O autismo, há alguns anos atrás, era um distúrbio totalmente desconhecido, não se tinha disponíveis muitas informações ou estudos, portanto, raramente diagnosticado. Hoje, é um dos assuntos mais comentados e estudados, por ser caracterizado como um distúrbio sem cura, porém, se tratado precocemente, poderá ter seus sintomas amenizados. O autismo manifesta características severas, agindo em três áreas do desenvolvimento, sendo elas, o desenvolvimento motor, desenvolvimento social e transtorno da fala. Nesse contexto, a Fisioterapia tem papel significativo no desenvolvimento de protocolos, que se revelam métodos eficazes e comprovados; tendo, na equoterapia, um desses protocolos, o qual vem agregando resultados na diminuição dos sintomas, evidenciando sucesso em tratamentos estimulados através da psicomotricidade. Equoterapia é uma técnica que utiliza, como recurso de tratamento, cavalos, com o que se busca trabalhar os aspectos motores, cognitivos e afetivos, através da interação da criança com o animal, estimulando a fala, movimentos e interação social, favorecendo inúmeros benefícios e contribuições em busca da melhoria da condição do autista.

PALAVRAS-CHAVE: Autismo; Equoterapia; Fisioterapia motora; Psicomotricidade.

BENEFITS AND CONTRIBUTIONS OF PHYCHOMOTRICITY THROUGH EQUINE THERAPY WITH AUTISTIC SPECTRUM DISORDERS (ASD) KIDS

ABSTRACT: Until a few years agow the autism was a completely unrecognisable disorder without many informations or studies about it, therefore rare. But, nowadays is one of te most debated and commented topics, because it has no cure, despite of that with early treatment the symptons can be soften. Autistic has it’s main caractheristics, in 3 (three) development áreas, such as, motor and social developing and speech distortions. In such context, physical therapy plays a major role in this process, as an efective and attested method, the equine therapy have been improving the symptons remission, successfully through phycomotricity. The equine therapy is an technique that uses as treatment a horse working with the children motor, social, cognitive and affective aspects throughout the interaction between the kid and the animal, thereby encouraging their speaking, movement and their social interaction, thus bringing several benefits and contribution.

KEYWORDS: Autims; Equine Therapy; Motor Physical Therapy; Phycomotricity.

1. INTRODUÇÃO

O autismo e Transtornos globais do desenvolvimento (TGD) são referidos como distúrbios de socialização que se desenvolvem na infância e se estendem para todas as relações pessoais, além de afetar a parte relativa ao desenvolvimento da subjetividade. Algumas outras síndromes estão incluídas nesse aspecto, como o transtorno desintegrativo da infância e transtorno invasivo do desenvolvimento, que levam a alterações semelhantes (ORSATI, 2009; SILVA et al., 2007).

O TEA - Transtorno de aspecto autista, representa tema de estudos com maior reconhecimento, pelo fato de a síndrome ter mais espaço no meio científico e ser, em razão disso, a mais conhecida. Objetivando um tratamento mais eficaz, que dá ênfase em várias atividades de vida diária, Leo Kanner, em 1943, observou, pela primeira vez, o transtorno de algumas crianças que se encontravam isoladas, as quais apresentavam sintomas comuns como dificuldades na fala na comunicação, interação social, apresentação de movimentos repetitivos, atraso global no desenvolvimento e rotina extremamente regrada (GIKOVATE, 2009).

A incidência de casos tem aumentado muito, principalmente durante a última década; e a maioria dos estudos de casos relata uma incidência entre dois a cinco casos para cada 10.000 crianças, sendo mais comum em meninos. Sinais e sintomas costumam surgir entre três a quatro anos; e as características manifestam-se entre quatro a oito meses de vida, mas pode variar de caso em caso e quanto ao grau em que se encontram (MULICK e SILVA, 2009).

Existem vários tipos de procedimentos que podem ser utilizados além da Equoterapia, que buscam a minimização dos seus efeitos. Os sintomas desses pacientes serão diminuídos através do tratamento e educação orientada para crianças com autismo e com distúrbios correlatos da comunicação TEACCH, segundo Ana Maria, que, em 2007, descreveu o segundo método de trabalho a ser utilizado o PEP-R, Perfil Psicoeducacional Revisado (DUARTE, 2014).

 É observada  a organização do trabalho que se baseia em agendas, painéis, quadros e rotina das crianças, para promover a elas melhor adaptação no ambiente em que estão presentes, explorando pontos positivos para interferir nas dificuldades maiores dessas crianças, no que se refere tanto à comunicação, parte social, educacional e psicológica, visando desenvolver independência da criança, fazendo com que precise do seu orientador e também  ocupa-la de forma que se sinta útil para ela mesma (DUARTE, 2014).

Utiliza-se, também, como procedimento, o PECS - Sistema de comunicação em forma de figuras, desenvolvido para autistas. Esse método tem como principal objetivo atingir pacientes que manifestem ausência de comunicação ou que se expressam pouco, são utilizados: cartões e figuras aleatórias, além de estimular a parte da leitura e compreensão, priorizando o conhecimento em geral. Esses métodos proporcionam sucesso ao tratamento, deixando visível os seus resultados, que são eficazes, além de levar qualidade de vida para essas crianças (DUARTE, 2014).

O presente trabalho justifica-se pelo interesse e relevância em explorar um mundo totalmente novo, como o do TEA, de recorrentes manifestações na atualidade. No que se refere ao fisioterapeuta, observa-se que se trata de um profissional habilitado para trabalhar com esses pacientes, dando ênfase a um tratamento eficaz como a estimulação psicomotora com a Equoterapia pois, através dos estímulos corporais e mentais, são levados movimentos, estimulação da fala, independência de escolha, além de favorecer calma a essas crianças. Trabalhar essa interação social, movimentos, fala, tato, linguagem, através da Equoterapia são competências atribuídas ao profissional da Fisioterapia.