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Resenha do filme "A Encantadora de Baleias"

Por:   •  8/3/2017  •  Resenha  •  675 Palavras (3 Páginas)  •  2.558 Visualizações

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Resenha do filme "Encantadora de baleias"

O filme Encantadora de baleias retrata a vida das pessoas que vivem em uma ilha da Nova Zelândia e consegue transmitir muito bem os conflitos familiares, choque entre gerações e especialmente a luta que Paikea, neta do líder da comunidade, Koro, enfrenta, pois esta foi a responsável pela quebra da tradição, de uma linhagem de sucessão. Logo no início do filme, Paikea conta sobre a morte de seu irmão gêmeo, "-meu irmão morreu, e eu não", ela carrega uma carga pesada mesmo nova, a culpa pela quebra da tradição e por causar amargura ao seu avô (mesmo amargurado este cria um vínculo muito forte com sua neta), e mesmo ciente disso, ela luta contra essas tradições que a mantém à margem da sociedade em que vive.

A decepção de Koro, se inicia com seus filhos, uma geração deslocada e preguiçosa, que se desvia da tradição da comunidade. O pai de Paikea (pai semi-ausente), que aprende a arte da sua cultura e a transmite através de seu trabalho na Alemanha, este acaba ficando dividido entre as duas culturas. Um momento importante no filme, quando ele revela que se apaixonou por uma alemã e que teria um filho com ela, surpreende seu pai, pois este pretendia casá-lo com uma nativa, na tentativa de manter a tradição, acaba se decepcionando ainda mais. O filho mais novo, treinado quando novo para ser um guerreiro e líder, acaba se desviando também, tornando-se o contrário do esperado, gordo e preguiçoso. Determinado a encontrar um novo líder para seu povo, Koro começa a ensinar a garotos da aldeia o que é preciso para ser guerreiro. Quando os pais dos meninos observam seus filhos cantando os cantos tradicionais, eles mostram sentir-se ao mesmo tempo orgulhosos e envergonhados. Vemos aí, um choque de geração, estes são de uma geração na qual estão sujeitos à nova realidade do mundo, já Koro está preso a uma realidade diferente, são crenças e valores bastante firmes em sua cabeça, difíceis de se quebrar. Este teme perder os laços e a continuidade de sua cultura em um mundo cada vez mais consumista, individualista e globalizado. Mas o que significa manter as tradições? É mantê-las de forma inalterada, como a milhares de anos atrás, apenas porque “sempre foi assim”, e correr o risco de perder a sua verdadeira razão de ser, ou dar continuidade a ela com pequenas alterações, mas mantendo sua essência, significado e importância? O conflito central do filme é exatamente esse. Koro defendia muitas vezes sem perceber a permanência dessas tradições. Mas as verdadeiras questões por trás do filme não dizem respeito somente aos indivíduos daquela comunidade: são universais. Trata-se do processo de se aprender a viver, de se ter esperanças de dias melhores e de que sempre é possível recomeçar quando não esquecemos de quem somos e de que não estamos sozinhos.

Na história, há também uma conexão profunda e até espiritual com o mar. Este, é um personagem essencial na história, assim como são as baleias que se comunicam com Paikea. O grande conflito nasce do amor genuíno que a criança sente pelo avô. Rejeitada de todas as formas (o desinteresse do velho pela criança transforma-se gradualmente em hostilidade aberta), Paikea vai tentar, de todas as formas, atrair a atenção do avô. Nesse processo, Paikea deixa claro para quem assiste, que ela é a verdadeira sucessora da linhagem, pois mostra uma fé e determinação sem igual para conquistar o reconhecimento de seu avô. Infelizmente, Koro, reconhece da pior forma, a neta, se entrega à morte sem medo, ao salvar as baleias. Vemos aí um nível de espiritualidade muito avançado da garota, ela nos mostra uma nova forma de encarar a morte, como algo natural que é. O avô desperta da realidade em que vivia, e no fim, percebemos a união de todos, uma verdadeira mudança da realidade naquela comunidade, o reconhecimento do avô de que somos um só e isso é o que mais importa. É isso que Paikea traz a seu povo: uma nova chance de continuar e rever seus valores.

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