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AS INFECÇÃO CIRÚRGICA

Por:   •  30/10/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.955 Palavras (24 Páginas)  •  308 Visualizações

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INFECÇÃO CIRÚRGICA

Introdução

• Exemplo de infecção cirúrgica: parede totalmente aberta com tela para cobrir as vísceras. As alças podem estar expostas, com grande necrose do subcutâneo, com grande quantidade de pus.

• Fasciíte necrotizante ou Gangrena de Fournier: o único tratamento é por meio de um ato cirúrgico (desbridamento de toda a área necrosada). Mulher diabética com abscesso perianal – a infecção do abscesso por anaeróbio (Clostridium) infiltrou tecidos vizinhos e em 24 horas a infecção estava na coxa e em 48 horas ela faleceu. É uma infecção extremamente grave que precisa de intervenção imediata, emergencial.

• Infecção está ligada a ação e reação. Do ponto de vista técnico, quanto mais modularmos nossa ação, com menor traumatismo e menor isquemia haverá melhor resposta neuroendócrina, cardiovascular e celular. Esse é o princípio newtoniano da ação e reação.

• Infecção cirúrgica é toda infecção resultante de um ato cirúrgico mal sucedido. É uma infecção que necessita tratamento cirúrgico urgente.

• O hospital também é uma fonte de infecção. Com o tempo se tornou um lugar inóspito, hoje a maioria dos cirurgiões querem que o paciente permaneça o menor tempo internado porque o ambiente hospitalar é inóspito. No século 19 o hospital era um museu do doenças, para os alunos aprenderam, onde os pobres ficavam. Os ricos preferiam ficar em casa. A medida que aumentou a tecnologia dentro dos hospitais aumentou o risco de infecção. Os locais de grande tecnologia são o centro cirúrgico e a UTI, onde as intervenções tem caráter invasivo, quebram a barreira cutâneo mucosa. Na UTI quando faz punção venosa central de subclávia você está invadindo, causando um trauma e quanto mais se faz isso maior o risco de infecção.

• Infecção de área cirúrgica, infecção urinária podem ocorrer após uma operação ou uso de sonda.

Trauma controlado: Toda operação é um trauma. Quando se tem um ato cirúrgico, com todas as condições controladas, sem isquemia, esse trauma é muito menor. A energia transmitida aos tecidos é controlada.

O que são infecções cirúrgicas?

Infecções decorrentes de um ato cirúrgico ou que necessitam de intervenção cirúrgica para o seu tratamento. São infecções que não estão presentes ou incubadas quando o paciente é admitido no hospital, que geralmente são descobertas 48-72h depois da admissão.

• 5-10% dos pacientes admitidos em um hospital para tratamento de doenças agudas adquirem uma ou mais infecções – isso equivale a 2 milhões de pacientes por ano nos EUA.

• 25-50% dos pacientes internados nas UTIs podem adquirir infecções.

• 1% de infecção de área cirúrgica geram um custo hospitalar de 900 milhões de dólares e um custo total de 1.6 bilhões de dólares nos EUA.

• O hospital se transformou de um asilo para morrer ou para tratar doenças infecciosas, como a varíola e a tuberculose em centro de alta tecnologia. À medida que aumentou a tecnologia, aumentou os riscos de infecção cirúrgica.

• Acarretam 90 mil mortes e um custo adicional de 4,5-5,7 bilhões de dólares, Gera um custo para o hospital e um custo social para o doente que não vai voltar para o trabalho.

• No meio do séc XX, quando os hospitais deixaram de ser ”abrigos” para realmente se tornarem hospitais e com o avanço da tecnologia isso aumentou significativamente o numero de infecções hospitalares. O paciente passou a sofrer mais intervenções, propiciando mais infecções.

80% das Infecções Hospitalares decorrem de:

• Infecções urinárias (sondas): É a mais prevalente.

• Infecção da área cirúrgica: 2ª mais frequente.

• 2/3 envolvem a área cirúrgica superficial e 1/3 espaço ou cavidade.

• Infecções do trato respiratório: São as infecções hospitalares mais frequentes na UTI.

• Infecção na corrente sanguínea: Decorre de catéteres vasculares – cateterismo de subclávia (artérias centrais).

• Pneumonia: Decorrente de ventilação assistida/sondas traqueais/traqueostomias).

• 25% das infecções hospitalares: UTI - Quanto mais intervenção, quanto mais se quebra a barreira cutâneo mucosa, maior o risco de infecção (sonda nasogástrica, sonda traqueal, cateter subclávia...).

• 70% decorrem de organismos resistentes a maioria dos antibióticas.

• Nas UTIs as infecções mais frequentes são as respiratórias, em seguida a da corrente sanguínea e depois a urinária.

Projeto de melhora da qualidade (estudo feito pelo EUA) – prevenção de:

• Infecção de área cirúrgica e sepsis pós-operatória

• Complicações cardiovasculares, incluindo IAM

• Complicações respiratórias, incluindo a pneumonia e a dependendia de respiração assistida

• Complicações tromboembólicas

• As bases do uso de ATB profiláticos existe há mais de 30 anos e somente 56% dos pacientes da Medicare (plano de saúde americano) são tratados convenientemente

Infecção de área cirúrgica – porcentagens

• 14-16% de todas as infecções hospitalares

• 2-5% após operações limpas fora da área abdominal

• Até 20% dos pacientes submetidos a operações abdominais: cirurgia abdominal tem maior risco de complicação porque o abdome por si só já é contaminado (possui a maior contaminação de germes do corpo, pelo intestino, estômago...)

Projeto da melhora de qualidade cirúrgica

• Prevenção da infecção cirúrgica:

o Uso apropriado de ATB profiláticos. ATB usado preventivamente, exatamente antes da cx, pré-op. É uma medida coadjuvante.

o Controle da glicemia principalmente em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca

o Tricotomia apropriada: se faz em centro cirúrgico com barbeador elétrico/máquina de cortar cabelo (para evitar lesões

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