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Cavidades do Corpo, Mesentérios e Diafragma

Por:   •  2/11/2017  •  Resenha  •  3.266 Palavras (14 Páginas)  •  845 Visualizações

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Cavidades do Corpo, Mesentérios e Diafragma

        No início da quarta semana, o celoma intra-embrionário está com a forma de uma ferradura. A curvatura na região cefálica desse celoma representa a futura cavidade pericárdica e suas extensões laterais indicam as futuras cavidades pleural e peritoneal. Os celomas intra e extra-embrionário estão em contato. O celoma fornece espaço para o desenvolvimento e a movimentação dos órgãos.

        Durante o pregueamento do embrião no plano horizontal, os rr. do celoma intra-embrionário se aproximam na superfície ventral do embrião. O mesentério (camada dupla de peritônio que se inicia como uma extensão do peritônio visceral e cobre um órgão, levando a ele vasos e nervos) degenera na região ventral, originando uma grande cavidade peritoneal embrionária que se estende do coração à região pélvica.

        O celoma intra-embrionário origina:

  • Uma cavidade pericárdica;
  • Dois canais pericárdio peritoneais;
  • Uma cavidade peritoneal.

        Essas cavidades do corpo têm:

  • Parede parietal:

        Futura camada parietal do peritônio, derivada do mesoderma somático,

  • Parede visceral:

        Futura camada visceral do peritônio, derivada do mesoderma esplâncnico.

        Durante a formação da prega cefálica, o coração e a cavidade pericárdica se deslocam ventrocaudalmente, colocando-se em frente ao intestino anterior. Assim, a cavidade pericárdica abre-se nos canais pericardioperitoneais, que se estendem dorsalmente ao intestino anterior. Após o dobramento, a parte caudal do intestino anterior, o intestino médio e o posterior ficam suspensos na cavidade abdominal presos pelo mesentério dorsal.

        O mesentério ventral se degenera, exceto onde fica preso à parte caudal do intestino anterior (primórdio do estômago e parte proximal do duodeno), tornando a cavidade peritoneal um espaço contínuo. O tronco celíaco e as aa. mesentéricas superior e inferior correm entre as camadas do mesentério dorsal.

        Devido ao crescimento dos brotos brônquicos, para dentro dos canais pericárdio peritoneais forma-se na parede lateral de cada canal um par de cristas membranosas:

  • Cristas cefálicas – pregas pleuropericárdicas – localizam-se em posição superior aos pulmões em desenvolvimento;
  • Cristas caudais – pregas pleuroperitoneais – localizam-se em posição inferior aos pulmões em desenvolvimento.

Membranas pleuropericárdicas:

        Contêm as vv. cardinais comuns. À medida que as cavidades pleurais primitivas se expandem ventralmente em torno do coração, elas se estendem para dentro da parede do coração, dividindo o mesênquima em:

  • Uma camada externa, que se torna a parede torácica;
  • Uma camada interna (a membrana pleuropericárdica), que se torna o pericárdio fibroso, a camada externa do saco pericárdico, que contém o coração.

        Na sétima semana, essas membranas fundem-se com o mesênquima ventral ao esôfago, separando a cavidade pericárdica das cavidades pleurais. O mediastino primitivo é constituído por uma massa de mesênquima (tecido conjuntivo embrionário) que se estende do esterno à coluna vertebral, separando os pulmões em desenvolvimento. A abertura pleuropericárdica direita se fecha um pouco antes da esquerda, provavelmente porque a veia cardinal comum direita é maior que a esquerda e produz uma membrana pleuropericárdica maior.  

Desenvolvimento do diafragma:

        O diafragma é um septo musculotendinoso, em forma de cúpula, que separa as cavidades torácica e abdominal. Forma-se a partir de quatro estruturas:

  • Septo transverso;
  • Membranas pleuroperitoneais;
  • Mesentério dorsal do esôfago;
  • Células musculares que migram das paredes laterais do corpo.

        Na terceira semana, é uma massa de tecido mesodérmico cefálica à cavidade pericárdica. O septo transverso é o primórdio do tendão central do diafragma. Cresce dorsalmente a partir da parede ventrolateral do corpo e forma uma prateleira semicircular, que separa o coração do fígado. Depois que a cabeça se dobra ventralmente, durante quarta semana, o septo transverso forma uma parede espessa, incompleta, entre as cavidades pericárdica e abdominal.

                As membranas pleuroperitoneais são produzidas quando os pulmões em desenvolvimento e as cavidades pleurais se expandem e invadem a parede do corpo. Elas se fixam dorsolateralmente à parede abdominal e, inicialmente, suas bordas livres se projetam para dentro das extremidades caudais dos canais pericardioperitoneais. Durante a sexta semana, essas membranas se estendem ventromedialmente até suas bordas livres se fundirem com o septo transverso e o mesentério dorsal do esôfago, separando as cavidades pleurais da peritoneal. A abertura pleuroperitoneal direita se fecha um pouco antes que a esquerda (tamanho relativamente grande do lobo direito do fígado).

        O mesentério dorsal do esôfago constitui a porção mediana do diafragma. A crura do diafragma – um par de feixes musculares divergentes em forma de pernas que cruzam o plano mediano em posição anterior à aorta – desenvolve-se a partir de mioblastos que crescem para dentro do mesentério dorsal do esôfago.

        Da 9ª a 12ª semana, os pulmões e as cavidades pleurais aumentam de tamanho. Durante esse processo, o tecido da parede do corpo se divide em duas camadas: uma externa, que se torna parte da parede abdominal definitiva; uma interna que contribui para formar as porções periféricas do diafragma.

        A extensão das cavidades pleurais em desenvolvimento forma os recessos costodiafragmáticos esquerdo e direito, estabelecendo a conformação em forma de cúpula do diafragma.

        O diafragma é inervado (sensitivo e motor) pelo n. frênico, pois no estágio inicial de seu desenvolvimento situa-se entre o terceiro e o quinto par de somitos. E também recebe fibras sensitivas dos nn. intercostais inferiores, porque a parte periferia do diafragma se origina das paredes laterais do corpo.

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