Clibanarius Vittatus
Tese: Clibanarius Vittatus. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: sgteverton762 • 11/2/2014 • Tese • 1.422 Palavras (6 Páginas) • 207 Visualizações
ESTÍMULOS QUÍMICOS LIBERADOS POR GASTRÓPODES
RECÉM MORTOS AJUDAM OS ERMITÕES CLIBANARIUS
VITTATUS (DECAPODA: ANOMURA) A ENCONTRAR
NOVAS CONCHAS?
Monise T. Cerezini, Camila R. Cassano, Ricardo S. Bovendorp & Amilton P. Aguiar
INTRODUÇÃO
Mecanismos que maximizam a eficiência na
identificação e/ou obtenção de recursos (e.g.
alimento, abrigo, parceiros) devem ser selecionados
e transmitidos através das gerações (Krebs & Davis
1996). Quanto maior a eficiência na identificação e
conseqüente aquisição de recursos, maiores
deverão ser a longevidade e o número de
descendentes gerados por um indivíduo (Krebs &
Davis 1996). A percepção de estímulos químicos é
um mecanismo de identificação de recursos
apresentado por uma ampla gama de organismos,
como, por exemplo, insetos polinizadores na
localização de plantas (Howe & Westley 1988).
Assim como outras espécies de ermitões,
Clibanarius vittatus (Decapoda: Anomura) possui
abdômen relativamente grande e mole. Os
indivíduos da espécie se abrigam permanentemente
em conchas de gastrópodes desocupadas, realizando
trocas quando a concha utilizada torna-se pequena
para o seu corpo ou quando a concha utilizada é
danificada (Reese 1969). Como vivem na região
entre-marés, os indivíduos de C. vittatus enfrentam
condições extremas de exposição ao ar e sol e,
quando alojados nas conchas, mantêm um
microclima úmido que possibilita o controle das
taxas de evaporação e dessecação (Reese 1969).
Portanto, as conchas constituem um recurso
necessário para a sobrevivência dos ermitões, que
vivem em constante competição em busca de
conchas mais adequadas (Vance 1972).
As conchas mais freqüentemente utilizadas por C.
vittatus pertencem ao gastrópode Stramonita
haemastoma, uma espécie abundante em praias do
litoral brasileiro (Duarte & Guerrazzi 2004).
Indivíduos de S. haemastoma podem ser predados
por aves marinhas e caranguejeiros (Sick 1997) e,
logo após a predação, a concha está disponível para
um ermitão. Dada a importância das conchas para
a biologia dos ermitões, seria esperado que os
indivíduos possuíssem mecanismos capazes de
identificar prontamente tal recurso no ambiente.
De fato, alguns trabalhos demonstraram que os
ermitões são sensíveis às concentrações de cálcio
liberadas pelas conchas (Mesce 1982) e que os
ermitões encontram novas conchas orientados por
estímulos químicos liberados pelos restos do corpo
do gastrópode em decomposição (Rittschof 1980a,b,
Gherardi & Atema 2005).
Este estudo teve como objetivo testar
experimentalmente se indivíduos de C. vittatus são
capazes de encontrar uma nova concha de S.
haemastoma por meio de estímulos químicos
liberados no momento da predação do gastrópode.
Nossa hipótese é que os ermitões reconhecem
substâncias liberadas do corpo do gastrópode recém
morto e utilizam este estímulo para encontrar
novas conchas.
MÉTODOS
Coleta de dados
Realizamos o estudo na praia do Guarauzinho,
localizada na Estação Ecológica Juréia-Itatins,
litoral sul do estado de São Paulo (24°38‘71“S -
47°01‘73“O). Coletamos os indivíduos de
Clibanarius vittatus (n = 60) e Stramonita
haemastoma (n = 10) em rochas e poças ao longo
da praia. Coletamos também seis conchas vazias
de S. haemastoma. Para elaboração do extrato que
foi usado como estímulo químico, utilizamos 8 g da
parte mole do corpo de indivíduos de S.
haemastoma macerados em 20 ml de água do mar.
Para o experimento, usamos bandejas plásticas
retangulares de 38 x 45 cm nas quais delimitamos
o meio e, em cada lado das duas extremidades da
bandeja, demarcamos uma meia lua de 6 cm de
raio, a qual chamamos de “arena”. Após este
procedimento, adicionamos 400 ml de água do mar
na bandeja, recobrindo por completo o seu fundo.
Em uma concha vazia colocamos algodão embebido
...