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Funções Do Sistema Hepático

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Por:   •  22/5/2014  •  1.037 Palavras (5 Páginas)  •  368 Visualizações

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FUNÇÕES HEPÁTICAS

O fígado recebe aproximadamente 25% do débito cardíaco total, o que lhe permite

realizar numerosas funções vitais, essenciais à manutenção da homeostasia corporal.

Destaca-se a regulação do metabolismo de diversos nutrientes, papel imunológico, síntese

proteica e de outras moléculas, armazenamento de vitaminas e ferro, degradação

hormonal e a inactivação e excreção de drogas e toxinas.

1. Metabolismo, conjugação e excreção de diversos compostos: O fígado

metaboliza uma enorme variedade de compostos, não só endógenos (e.g. sais biliares,

bilirrubina, hormonas) mas também exógenos (e.g. drogas e toxinas). O hepatócito lida

com todas estas moléculas seguindo 3 passos fundamentais: (1) Captação de substâncias

plasmáticas através de vários transportadores e canais existentes na sua membrana

basolateral; (2) Processamento dessas substâncias o que inclui o transporte e

modificação química intracelular através de numerosas enzimas e cofactores – este passo

é essencial já que muitas das substâncias captadas pelos hepatócitos são lipofílicas e estas

modificações tornam as substâncias mais hidrossolúveis permitindo a sua posterior

excreção a nível renal ou pela bile; (3) Secreção de substâncias – esta secreção pode ser

uma forma de excreção, isto é, secreção através da membrana apical para a bile, mas

também pode ser uma secreção para o plasma sendo a substância reutilizada ou excretada

por outras vias (e.g via renal).

Apesar de alguns compostos serem completamente digeridos dentro dos lisossomas

dos hepatócitos muitas outras substâncias sofrem uma série de reacções de

biotransformação que geralmente ocorrem em 2 fases. As reacções de fase I representam

reacções de oxidação/redução (hidroxilação, desalogenação, dealquilação, etc) que têm

como característica comum a todas a inserção de um átomo de oxigénio no substracto,

transformando-o num composto mais polar. As principais enzimas envolvidas nestas

reacções de fase I são os citocromos P-450 que existem principalmente no retículo

endoplasmático (RE) e tipicamente catalizam reacções de hidroxilação. Como as

reacções de fase I, apesar de essenciais, apenas conferem um aumento modesto na

solubilidade, a maioria das substâncias, mas não todas, terá que sofrer reacções da fase

II. Nesta fase o hepatócito procede à conjugação dos metabolitos formados na fase I com

compostos como o glucuronato, sulfato, glutationa, radicais metil e acetil entre outros, de

maneira a produzir compostos mais hidrofílicos e/ou menos tóxicos que rapidamente são

secretados no sangue ou na bile. Apesar do hepatócito usar várias reacções de conjugação as 3 mais importantes são: (1) a conjugação com o glucuronato através das UGTs

(uridine diphosphate glucuronosyl transferases) que existem principalmente no RE; (2) a

conjugação com o sulfato, através das sulfotransferases; (3) a conjugação com a

glutationa através das glutationa -S-transferases, estas 2 últimas enzimas a existirem

principalmente no citosol.

2. Síntese proteica: O fígado sintetiza quase todas as proteínas plasmáticas mais

importantes entre as quais a albumina, transportadores de hormonas, factores da

coagulação e fibrinolíticos, fibrinogénio, diversos factores de crescimento,

globulinas, lipoproteínas, entre outras. É capaz também de sintetizar todos os

aminoácidos não essenciais e outros peptídeos de menor tamanho dos quais se destaca a 5

glutationa (um tripeptídeo). Cerca de 90% da glutationa plasmática tem origem no

fígado sendo crítica na protecção contra o stress oxidativo em múltiplos orgãos.

3. Regulação do metabolismo de nutrientes:

a) Metabolismo energético e de carbohidratos – O fígado providencia energia aos outros tecidos fundamentalmente pela exportação de 2 substractos, a glicose e os corpos

cetónicos. Estes últimos são uma importante fonte de energia providenciada pelo fígado,

principalmente em situações em que a utilização de glicose está comprometida como no

jejum, ou em situações patológicas como a diabetes. O fígado tem um papel essencial

em manter o nível plasmático de glicose mais ao menos constante e dentro da

normalidade. Quando os níveis de glicose estão altos, o fígado capta a glicose através

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