Higienização Das mãos
Artigos Científicos: Higienização Das mãos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 23/10/2013 • 983 Palavras (4 Páginas) • 703 Visualizações
História da Lavagem das Mãos
O processo de nossa evolução está marcado pelas inúmeras pesquisas e descobertas realizadas pelo homem, que se voltam,principalmente, para o entendimento do meio que nos cerca.
Neste ecossistema que habitamos encontramos uma infinidade de formas de vida que compartilham o mesmo meio, o mesmo espaço e que muitas vezes são imperceptíveis aos nossos olhos.
De acordo com Versingnassi e Axt (2009, p.55) o nosso corpo”(...) contém cerca de 10 vezes mais bactérias do que células humanas. Elas não são apenas uma grande parte da gente. Nós é que somos uma parte delas.”
Nesse contexto de mundo microscópicodescobriu-se que esses seres são os principais responsáveis pelas inúmeras infecções que acometem nosso organismo, como também pelas chamadasIRAS (Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde) dentro dos ambientes hospitalares.
Atualmente a questão que abrange os cuidados referentes ao controle de infecçõespassou a abranger não somente os órgãos públicos,como também se tornou uma questão âmbito social, ético e jurídico no tocante as implicações que as infecções podem gerar na vida de usuários, de profissionais da área de saúde, de trabalhadores de apoio, como também para os próprios acompanhantes dos usuários.
Sabe-se que durante a evolução da historia as infecções assolaram inúmeras sociedades, principalmente, dentro da assistência à saúde, até ser entendida e tratada adequadamente.
Na história os primeiros casos de infecções começaram a ser constatados no ano de 325 d.C., com os nosocômios (local onde se trata e se recebe doentes), estespoderiam ser considerados os primeiros hospitais. Neles os doentes eram recebidos e tratados sem qualquer distinção de gravidade de doenças, como também não havia nos procedimentos de cuidados qualquer tipo de práticas assépticas que evitassem prováveis contaminações entre doentes, disseminando as infecções.
Foi somente a partir do século XIX, que um médico chamado James Young Simpson (1811-1870) decidiu promover cirurgias de amputação em ambientes domiciliar ao invés de hospitalar, constatando que sua ação gerou uma diminuição nos casos de mortalidade dos pacientes amputados.
Neste mesmo período, mas precisamenteno ano de 1846, o médicohúngaro Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865),durante o desenvolvimento de seus estudos sobre febre puerperal, constatouque esta doença estava relacionada as práticas de cuidados médicos, pois, em suas observações,Ignaz, pode associar que os médicos e estudantes que saiam da sala de autopsia e iam diretamenteà clínica de obstetrícia possuíam um odor desagradável em suas mãos, o que o levou a considerar que prováveis“partículas cadavéricas” obtidas durante os processos de autópsiaeram transferidas de suas mãos para suas pacientes, contaminando-as.
Após essa descoberta, Semmelweis, instituiu uma simples medida entre os médicos e estudantes obrigando-os alavarem suas mãos com solução clorada, após autopsia e antes de procederem aos examesdas pacientes da clínica obstétrica, esta simples medida recorreu na diminuição da mortalidade materna de 12,2 para 1,2%.
Iniciava-se assim uma nova etapa de construção das práticas de cuidados médicos. Sua continuidade foi elencada por Florence Nightingale (1820-1910), percurso da Enfermagem Moderna, a qual ao ser convidado para os campos de guerra da Criméia, em 1854, promoveu uma reformulação da assistência aos doentes aplicando inúmeras medidas organizacionais e profiláticas como:a higienização pessoal de cada paciente; a utilização de utensílios de uso individual; a instalação de uma cozinha; o preparo de dietas indicadas; a criação de uma lavanderia e o desentupimento do esgoto, caracterizando um novo quadro de enfermagemtotalmente distinto da situação precária encontrada na enfermaria de guerra.
Mas faltavam dados e o conhecimento específico para o correto entendimento do que ocorria no processo de contaminação e geração das infecções. Foi quando Louis Pauster(1822-1895), no ano de 1850, utilizando-se da descoberta de Anton van Leeuwenhoek (1632-1723) sobre as bactérias, fungos e protozoários, desenvolveu uma pesquisa que constatou que o processo de fermentação em algumas bebidas estava relacionada a ação de microrganismos, no caso bactérias, o que possibilitou a formulação de uma nova teoria - a Teoria Microbiana da Fermentação- a qual pleiteava a existência de seres microscópicos no ar. Tal fato representou um importante passo científico, por debelar a Teoria da Geração Espontânea, a qual primava que os seres poderiam surgir da matéria bruta, não viva, não biológica.
No ano de 1846, o médico alemão Robert Koch (1843-1910) ao desenvolver um estudo sobre o carbúnculo (doença infecciosa aguda provocada pela bactériaBacillusanthracis) associou e comprovou que havia microrganismos específicos, os quais eram responsáveis por causarem determinadas doenças, isso o levou a postular aTeoria Microbiana da Doença.
No transcorrer da história, as práticas de cuidados médicos foram se aperfeiçoando, foram sendo adotadas novas medidas profiláticas, como a lavagem das paredes das salas cirúrgicas com fenol, a utilização de compressas embebidas em fenol, dentro outras medidas, que preveniam e controlavam os casos de infecções.
A partir das décadas de 70 e 80, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC – Center for DiseaseControlandPrevention) publica o primeiro guia de lavagem das mãos para os hospitais, nele estavam descritas as práticas de lavagem das mãos com sabonete sem antisséptico antes e após o contato com pacientes sem ações invasivas e a lavagem com sabonete e antisséptico nos casos cujos procedimentoseram de caráter invasivos.
No ano de 2002, o CDC, implementou o guia de lavagem das mãos para “Guia para higiene das mãos em serviços de assistência à saúde”. Baseando-se nessas diretrizes, no ano de 1989, no Brasil, o Ministério da Saúde pública criou o manual - “Lavar as mãos: Informações para os Profissionais de Saúde”-que juntamente com a Portaria MS 2616/98 tentam promover a orientaçãodos inúmeros profissionais atuantes na área de saúde sobre as normas de procedimentos para a correta higienização das mãos, visando àprevenção e o controle das infecções, principalmente, nos estabelecimentos envolvidos com a assistência à saúde no país.
No entanto, sabe-se através de pesquisas realizadas em instituições de saúde, que é grande número de profissionais que deixam de realizar a higienização correta das mãos, devido a inúmeras questões. Esses dados geram o aumento da preocupação por haver uma necessidade desensibilizar e educar os profissionais, de forma a modificarem suas atitudes com relação a higienização das mãos e promover a beneficência de todos.
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