Hipertensão
Artigo: Hipertensão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 8118 • 8/4/2014 • Artigo • 3.375 Palavras (14 Páginas) • 306 Visualizações
HIPERTENSÃO PORTAL
PORTAL HYPERTENSION
Ana L. Candolo Martinelli
Docente. Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
CORRESPONDÊNCIA: Divisão de Gastroenterologia. Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP. Campus da USP - CEP 14049-900 Ribeirão Preto - SP, Brasil.
Fone: 16- 602 2456/ Fax: 16-633 6695 e-mail: adlcmart@fmrp.usp.br
MARTINELLI ALC. Hipertensão portal. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 253-261, jul./dez. 2004.
RESUMO: A hipertensão portal é uma síndrome clínica freqüente em nosso meio e acompanha-
se de manifestações clínicas graves. Aqui são abordados alguns aspectos da hipertensão
portal, com particular ênfase na fisiopatologia da síndrome e em suas manifestações clínicas.
São listadas causas de hipertensão portal e discute-se a importância de informações obtidas
durante a história clínica e no exame físico, que permitem o diagnóstico da síndrome e que
auxiliam no esclarecimento da possível etiologia do processo.
UNITERMOS: Hipertensão Portal. Sistema Porta. Veia Porta.
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Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio SEMIOLOGIA
37: 253-261, jul./dec. 2004 Capítulo VII
1- ANATOMIA DO SISTEMA VENOSO PORTAL
O sistema venoso portal (Figura 1) é constituído
por veias que coletam o sangue da porção
intra-abdominal do trato alimentar, baço, pâncreas e
vesícula biliar.
A veia porta propriamente dita tem 6 a 8 cm de
comprimento e é formada pela junção das veias
esplênica e mesentérica superior. No hilo hepático, a
veia porta divide-se em dois ramos, o direito, que supre
de sangue o lobo direito do fígado, e o esquerdo,
que leva sangue para os lobos esquerdo, caudado e
quadrado. As veias esplênicas originam-se no hilo
esplênico, unem-se com as veias gástricas curtas para
formar a veia esplênica principal que recebe sangue
da veia gastroepiplóica esquerda e de várias tributárias
que drenam o pâncreas. A veia mesentérica inferior
drena o sangue do cólon esquerdo e do reto e,
geralmente, penetra no terço médio da veia esplênica.
A veia gástrica esquerda, geralmente, une-se à veia
porta, na sua origem, mas pode drenar para a veia
esplênica. A veia mesentérica superior é formada por
tributárias que drenam o lado direito do cólon, intestino
delgado e cabeça do pâncreas. O sangue portal é levado
pelos ramos terminais da veia porta até os sinusóides
e, desses, para as veias centrolobulares que
drenam para as veias hepáticas e estas para a veia
cava inferior. A pressão portal normal é de 5 a 10
mmHg, de acordo com o método empregado; considera-
se hipertensão portal quando existe um aumento
persistente da pressão portal acima desses níveis.
2- ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS DA HIPERTENSÃO
PORTAL
A pressão (DP) no sistema portal como em qualquer
outro sistema vascular, é o resultado da interação
entre o fluxo sangüíneo (Q) e a resistência vascular
(R) que se opõe a esse fluxo; é representada matematicamente
de acordo com a lei de Ohm como DP= Q x
R. Assim, a pressão portal pode aumentar, se houver
aumento do fluxo sangüíneo portal ou aumento da resistência
vascular ou de ambos. (Figura 2).
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Martinelli ALC
Os fatores envolvidos no desenvolvimento e na
manutenção da hipertensão portal não estão completamente
esclarecidos. Na cirrose, é bem estabelecido
que o fator primário, que leva à hipertensão portal, é o
aumento da resistência vascular ao fluxo portal e que
o aumento do fluxo se torna especialmente importante
em fases mais avançadas da doença e contribui
para a manutenção da hipertensão portal.
2.1- Aumento da resistência
O aumento da resistência pode ocorrer em qualquer
ponto ao longo do sistema venoso, na veia porta,
nos espaços vasculares dentro do fígado e nas veias e
compartimentos vasculares que recebem o fluxo portal
após sair do fígado. Em fases posteriores as colaterais
portossistêmicas passam a contribuir para o aumento
da resistência.
Os fatores que influenciam a resistência vascular
(R) são
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