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Hipertensão

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Por:   •  4/5/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.151 Palavras (17 Páginas)  •  249 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A Hipertensão Arterial é uma doença crônica que apresenta elevado custo médico-social, pois é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em 1998, foram registrados 930mil óbitos, sendo que 27% foram ocasionados por desordens cardiovasculares (IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002).

A participação do farmacêutico na equipe multiprofissional tem sido consolidada, e a sua proximidade da comunidade reforça a implementação de projetos no combate à hipertensão, tendo como local de realização a própria farmácia e a aplicação de uma nova prática: a Atenção Farmacêutica. (EUROPHARM Fórum/CINDI, 2000, OPS/OMS, 2002).

A Atenção Farmacêutica é uma prática que tem como principal finalidade melhorar a qualidade de vida do paciente que faz uso de medicamentos. Otimizar o tratamento farmacológico e prevenir problemas relacionados ao uso de medicamentos sãos uns dos objetivos da Atenção Farmacêutica.

Em Atenção Farmacêutica, o paciente é o principal foco, e não a doença. Cipolle et al (1998) relatam que são os pacientes que têm doses e não o medicamento. Estabelecer uma relação terapêutica entre o profissional de saúde e o paciente compromete o acompanhamento farmacoterapêutico centrado no paciente.

A Atenção Farmacêutica foi aplicada a pacientes hipertensos assistidos em uma farmácia do Município de Dourados (MS). Neste trabalho, empregou-se a Metodologia Dáder (Faus et al, 2000) como instrumento do seguimento farmacoterapêutico dos pacientes em Atenção Farmacêutica. A avaliação da adesão ao tratamento e a verificação do nível de conhecimento sobre os medicamentos foram instrumentos também aplicados para obter mais dados e propor estratégias em Atenção Farmacêutica.

Metodologia Dáder

Doze pacientes foram acompanhados, conforme a Metodologia Dáder. Os critérios de inclusão da pesquisa foram: pacientes com diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica e Desordens Cardiovasculares que faziam uso de medicamentos, há, pelo menos, um ano, e eram assistidos por uma farmácia, na cidade de Dourados. Para o acompanhamento farmacoterapêutico, foi empregada a Metodologia Dáder em todas as suas etapas (tabela 1).

A amostra foi do tipo intencional. As visitas foram agendadas por contato telefônico ou pessoalmente, desenvolvidas em suas residências ou em uma sala de atendimento privado na farmácia. Solicitou-se a autorização de cada paciente, e os objetivos e outros esclarecimentos necessá-rios foram entregues a cada um em um impresso informativo. As visitas ocorreram, no período de 27 de julho de 2002 a 14 de dezembro de 2002. Foram realizadas quatro visitas domiciliares para cada paciente, sendo em média uma visita, por mês.

Em cada visita, foi realizada a verificação da pressão arterial, da freqüência cardíaca, da freqüência respiratória, e o paciente foi inquirido sobre seus problemas de saúde e medicamentos utilizados. Esses dados foram coletados, através de um instrumento de acompanhamento. A última visita não foi realizada em três pacientes por motivo de ausência, e apenas um paciente recebeu duas visitas, pois nos dias marcados encontrava-se ausente em decorrência de viagem.

Tabela 1. Etapas da Metodologia Dáder para acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes com Hipertensão e Desordens Cardiovasculares.

Metodologia Dáder

1. Primeira Visita

2. Análise da Situação

3. Fase de Estudo

4. Avaliação Global e Suspeitas de Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs)

5. Segunda Visita

2.2 Verificação do conhecimento sobre medicamentos

O objetivo deste procedimento foi mensurar o nível de conhecimento sobre os medicamentos utilizados pelos pacientes. O instrumento para coleta de dados foi adaptado do trabalho de Silva et al (2000), sendo empregados os seguintes itens: nome do medicamento, dose, freqüência, indicação terapêutica e reação adversa. Em nosso trabalho, excluímos os itens duração do tratamento e precaução presentes no trabalho citado acima, pois os medicamentos utilizados pelos pacientes são de uso contínuo, e o termo precaução pode ser facilmente confundido com reação adversa.

Foi realizado o inquérito para cada medicamento tomado pelo paciente. Os dados relativos à indicação terapêutica foram confrontados com as informações das monografias dos medicamentos de Zanini et al (1998) e United States Pharmacopoeia Drug Information (2000). Para o item nome do medicamento foi considerada como resposta correta, quando o paciente citava o nome genérico ou comercial, não sinalizando dúvida ou confusão.

Para o item indicação terapêutica, as respostas avaliadas como corretas correspondiam ao fato do paciente citar o órgão do aparelho ou sistema do organismo em que o medicamento atua ou onde se situa o sistema tratado, independente das diferenças na terminologia utilizadas.

Quanto à dose, foram julgadas corretas as respostas quando o paciente se referia à mesma quantidade em unidades de medida (mg, g, ml) ou de forma farmacêutica (comprimidos, cápsulas).

Foram aceitas como corretas as respostas quanto à frequência, quando o paciente citava o intervalo entre as doses (por exemplo, de oito em oito horas) ou o número de vezes, por dia (por exemplo, três vezes por dia). Quanto ao item reações adversas, foram consideradas como corretas as respostas em que o paciente citava apenas uma reação adversa. Durante a coleta de dados, o termo reação adversa foi substituído pelo termo efeito colateral, pois este termo é mais facilmente compreendido pelo paciente, apesar de o termo reação adversa ser mais adequado. Os seguintes dados foram coletados de dez dos 12 pacientes integrantes da pesquisa, durante a terceira visita, no período de dois de novembro a 23 de novembro de 2002.

Um escore foi desenvolvido, sendo atribuídos dois pontos para cada item correto. O conhecimento sobre os medicamentos foi classificado em três níveis: A) nível bom, o qual dá condições para o paciente usar o medicamento de forma segura em qualquer circunstância; B) nível regular, o qual dá condições para o paciente usar o medicamento de forma segura em condições ideais sem nenhum tipo de intercorrência, durante o tratamento; C) nível insuficiente, o qual não dá condições para o paciente utilizar o medicamento com segurança.

Paciente com menos de seis pontos apresenta o nível de conhecimento

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