Meio Ambiante
Ensaios: Meio Ambiante. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: buleta • 24/4/2014 • 2.610 Palavras (11 Páginas) • 327 Visualizações
Durante a ordem mundial bipolar a questão ambiental era considerada secundária. Somente osmovimentos ecológicos e alguns cientistas alertavam a humanidade sobre os riscos de catástrofes ambientais.Mas a grande preocupação dos governos - e em especial da grandes potências mundiais - era com a guerra fria,com a oposição entre o capitalismo e o socialismo. O único grande risco que parecia existir era o da TerceiraGuerra Mundial, uma guerra atômica entre as superpotências de então. Mas o final da bipolaridade e da guerrafria veio alterar esse quadro. Nos anos 90 a questão do meio ambiente torna-se essencial nas discussõesinternacionais, nas preocupações dos Estados - e principalmente dos grandes centros mundiais de poder -quanto ao futuro.Já antes do final dos anos 80 percebia-se que os problemas ecológicos começavam a preocupar asautoridades soviéticas, norte-americanas e outras, mas sem ganharem muito destaque, Houve em 1972, naSuécia, a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, promovida pela ONU e com a participação dedezenas de Estados. Naquele momento, a questão ambiental começava a se tornar um problema oficial einternacional. Mas foi a Segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, a ECO-92 ou RIO-92, realizadano Brasil vinte anos depois da primeira, que contou com maior número de participantes (quase cem Estados-nações) e os governos enviaram não mais técnicos sem poder de decisão, como anteriormente, e sim políticos ecientistas de alta expressão em seus países. Isso porque essa segunda conferência foi realizada depois do finalda guerra fria e o desaparecimento da “ameaça comunista” veio colocar a questão ambiental como um dos maisimportantes riscos à estabilidade mundial na nova ordem. Além disso, os governos perceberam que as ameaçasde catástrofes ecológicas são sérias e precisam ser enfrentadas, e que preservar um meio ambiente sadio écondição indispensável para garantir um futuro tranquilo para as novas gerações.Mas a problemática ambiental suscita várias controvérsias e oposições. Os países ricos voltam suasatenções para queimadas e os desmatamentos nas florestas tropicais, particularmente na floresta Amazônica, amaior de todas. Já os países pobres, e em particular os que têm grandes reservas florestais, acham natural gastar seus recursos com o objetivo de se desenvolverem. “Se os países desenvolvidos depredaram suas matas noséculo passado, por que nós não podemos fazer o mesmo agora?”, argumentam. Alguns chegam até afirmar queessa preocupação com a destruição das florestas tropicais ou com outras formas de poluição nos paísessubdesenvolvidos ( dos rios, dos grandes centros urbanos, perda de solos agrícolas por uso inadequado, avançoda desertificação, etc.) nada mais seria que uma tentativa do Norte de impedir o desenvolvimento do Sul; a poluição e a destruição das florestas, nessa interpretação, seriam fatos absolutamente naturais e até necessários para se combater a pobreza. Outros ainda - inclusive países ricos, como o Japão, a Suécia ou a Noruega -argumentam que é uma incoerência os Estados Unidos pretenderem liderar a cruzada mundial contra a poluiçãoquando são justamente eles, os norte-americanos, que mais utilizam os recursos naturais do planeta.Todos esses pontos de vista têm uma certeza razão, e todos eles são igualmente limitados ou parciais.Os atuais países desenvolvidos, de fato, em sua maioria depredaram suas paisagens naturais no século passadoou na primeira metade deste, e isso foi essencial para o tipo de desenvolvimento que adotaram: o da Primeiraou da Segunda Revolução Industrial, das indústrias automobilísticas e petroquímicas. Parece lógico entãoacusar de farsante um país rico preocupado com a poluição atual nos países subdesenvolvidos. Mas existe umcomplicador aí: é que até há pouco tempo, até por volta dos anos 70, a humanidade não sabia que a biosfera podia ser irremediavelmente afetada pelas ações humanas e existiam muito mais florestas ou paisagens nativasno século passado do que hoje. Nas últimas décadas parece que o mundo ficou menor e a população mundial cresceu de formavertiginosa, advindo daí um maior desgaste nos recursos naturais e, ao mesmo tempo, uma consciência de que anatureza não é infinita ou ilimitada. Assim, o grande problema que se coloca nos dias atuais é o de se pensar num novo tipo de desenvolvimento, diferente daquela que ocorreu até os anos 80, que foi baseado numa intensautilização - e até desperdício - de recursos naturais não renováveis. E esse problema não é meramente nacionalou local e sim mundial ou planetário. A humanidade vai percebendo que é uma só e que mais cedo ou maistarde terá que estabelecer regras civilizadas de convivência - pois o que prevaleceu até agora foi a “lei da selva”ou a do mais forte - , inclusive com uma espécie de “Constituição” ou carta de gestão do planeta , o nossoespaço de vivência em comum. É apenas uma questão de tempo para se chegar a isso, o que provavelmenteocorrerá no século XXI.
A BIODIVERSIDADE
Um elemento que ganha crescente destaque dentro da questão ambiental é a biodiversidade, oudiversidade biológica ( de espécies animais e vegetais, de fungos e microrganismos). Preservar a biodiversidadeé condição básica para manter um meio ambiente sadio no planeta: todos os seres vivos são interdependentes, participam de cadeias alimentares ou reprodutivas, e sabidamente os ecossistemas mais complexos, com maior diversidade de espécies, são aqueles mais duráveis e com maior capacidade de adaptação às mudançasambientais. Além disso, a biodiversidade é fundamental para a biotecnologia que, como já vimos, é uma dasindústrias mais promissoras na Terceira Revolução Industrial que se desenvolve atualmente.A humanidade já catalogou e definiu quase 1,5 bilhão de organismos, mas isso é muito pouco:calcula-se que o número total deles na Terra chegue a no mínimo 10 bilhões e talvez até a 100 bilhões! E a cadaano milhares de espécies são exterminadas para sempre, numa proporção que pode atingir 30% das espéciestotais dentro de três décadas, se o atual ritmo de queimada e desmatamentos nas florestas tropicais ( as maisricas em biodiversidade), de poluição nas águas, etc. continuar acelerado. Isso é catastrófico, pois essasespécies foram o resultado de milhões de anos de evolução no planeta, e com essa perda a biosfera vai ficandomais empobrecida em diversidade biológica, o que e perigoso para o sistema de vida como um todo.
Não podemos esquecer a importância econômica e até medicinal de cada espécie. Por exemplo: asflores que cultivamos em jardins e os frutos e hortaliças que comemos são todos derivados de espéciesselvagens. O processo de criar novas variedades,
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