PÁSSAROS DE MIGRAÇÃO
Resenha: PÁSSAROS DE MIGRAÇÃO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 31/3/2014 • Resenha • 3.677 Palavras (15 Páginas) • 900 Visualizações
AVES MIGRATÓRIA
Aves. As aves são os mais conhecidos viajantes do reino animal, embora nem sempre visíveis, pois em geral se deslocam durante a noite. Com o estudo sistemático das migrações das aves, que inclui o registro dos locais de partida e pouso, descobriu-se que, todos os outonos, bandos de tarambolas-douradas (Charadrius pluvialis) se reúnem no litoral do Alasca, vindas das tundras dessa região. Sobrevoam o estreito de Bering e as Aleutas, e dirigem-se então para o Havaí, mais de dois mil quilômetros ao sul. Não menos interessante é o grande circuito percorrido pelas tarambolas-douradas que se reproduzem no Ártico canadense. Elas sobrevoam o mar de Labrador, a leste do Canadá, e voltam-se para o sul, por sobre o Atlântico, em direção à América do Sul. Na primavera, retornam por via totalmente diversa, pela América Central e o vale do Mississippi, viajando, no total, mais de quarenta mil quilômetros.
Nos casos mais simples, a ave realiza deslocamentos anuais no interior da mesma zona climática. Os dois extremos de seu trajeto ficam em latitudes vizinhas, de clima semelhante. Observa-se que, em muitos desses casos, o que a ave procura é uma formação vegetal diferente. Mais freqüentes, porém, são as migrações associadas a mudança de clima, que se dão, geralmente, no sentido norte-sul. Quando ocorrem êxodos em massa, as aves têm de encontrar, nos lugares distantes, condições de alimentação favoráveis às quais possam adaptar-se e que sejam suficientes para atender a toda a população que se desloca. Além disso, não pode haver competição muito acirrada da fauna local.
Ao vôo das aves pode-se comparar o das borboletas Danais plexippus, que surgem na primavera, no norte dos Estados Unidos e sul do Canadá, onde se reproduzem. No outono, reúnem-se em grandes bandos que emigram para o sul e passam o inverno nos Estados Unidos, perto do golfo do México. Na maioria dos outros lepidópteros migradores, só a geração seguinte retorna aos locais de origem.
Mecanismo da migração. Alguns especialistas acreditam que o elemento deflagrador da migração, seja ela longa ou curta, é sempre direta ou indiretamente alimentar. Se o animal vive em região bem provida, torna-se sedentário, mas se falta alimento, empreende a migração. Outros argumentam, porém, que não se pode atribuir a migração a um único fator, seja ele a alimentação, a redução do número das horas de luz no dia etc. Mais provável é a existência de uma combinação de fatores externos (como alimentação e temperatura) e internos (como os ritmos de metabolismo) que em conjunto determinariam a inquietação migradora. Mudanças hormonais são observáveis nesses períodos e a inquietação se dá mesmo em animais em cativeiro, bem protegidos e alimentados. Peixes de aquário se comportam de modo semelhante. Por manipulação fotoperiódica é possível mesmo induzir a inquietação.
A orientação dos animais na migração se dá, aparentemente, por referenciais diversos: algumas aves migradoras utilizam reparos visuais, mas outras podem dispensá-los. Mantêm-se orientadas pelas estrelas ou, como indicam estudos mais recentes, pelo campo magnético terrestre, o que ainda é objeto de debate.
A utilização do Sol como bússola por certas espécies migradoras é fato experimentalmente comprovado. A capacidade de orientar-se pela luz solar pressupõe um relógio interno exato, para acertar o tempo nos grandes percursos. As abelhas, por exemplo, se orientam pela bússola solar. Muito curiosa, também, é a orientação do saltão-da-praia, ou pulga-do-mar (Talitrus saltador), crustáceo que vive nas imediações da linha de maré. Quando deslocado para a terra, ele corre para o mar usando por bússola o Sol. À noite, orienta-se pela Lua.
Algumas aves de migração noturna seguem as estrelas e se desorientam quando o céu está nublado. Se postas experimentalmente num planetário, são capazes de manter a orientação. Parece certo que o luar, nesses casos, perturba a orientação.
Bem mais complexo é o problema da verdadeira navegação, isto é, a capacidade que alguns animais apresentam de reencontrar um ponto de partida situado em lugar desconhecido para eles. Supõe-se que os pombos-correios, por exemplo, encontrem o lugar de onde foram soltos por algum mecanismo de comparação geográfica desse ponto com o pombal onde vivem. É de se supor também que a navegação tenha por bússola o Sol.
É freqüente que os animais utilizem mais de um mecanismo de orientação. O salmão pode valer-se da bússola solar, além dos estímulos quimiotácticos da corrente. As larvas de enguias chegam aos estuários dos rios com a maré montante, e, quando a maré baixa, vão para o fundo, evitando serem varridas de novo para o mar. Como são capazes de reagir ao cheiro de certas substâncias específicas das águas do rio, aguardam no fundo até que o olfato lhes indique o momento de emergir e retornar ao mar.
A migração de pássaros: outra evidência de desígnio divino
Kyu Bong Lee
“Até a cegonha do céu conhece os seus tempos determinados; e a rola, a andorinha, e o grou observam o tempo de sua arribação.” – Jeremias 8:7
O outono está chegando ao fim. Os ventos do Ártico sopram levemente para o sul, anunciando que o inverno não está longe. Logo as terras boreais congelarão, cobertas de neve. Subitamente você ouve um ruído no céu. Olha para cima e vê um bando de pássaros voando para o sul, fugindo das temperaturas gélidas e procurando terras mais quentes. Revoadas e bandos de pássaros continuam sua viagem por milhares de quilômetros. Vem a primavera e o inverso ocorre; os pássaros voam rumo ao norte para se reproduzir e criar seus filhotes. A migração é anual e rítmica, revelando umas das grandes maravilhas do mundo natural.
Como se explicam tais migrações? Por que os pássaros migram afinal? Como sabem eles quando é tempo de começar a longa viagem? O que guia sua rota de vôo e direção? Como sabem eles seu destino, e como se preparam para a viagem?1
Essas e outras questões têm ocupado as pesquisas científicas durante anos. Algumas delas têm obtido respostas claras; outras ainda estão sendo estudadas. Para um cientista comprometido com a cosmovisão cristã, a migração de pássaros é outro exemplo revelador de um desígnio divino por trás de todas as maravilhas da Natureza.
Dispersão de pássaros migratórios
Para os pássaros a migração usualmente significa uma viagem anual de ida e volta. Geralmente ela ocorre nas grandes terras do hemisfério norte, que são periodicamente cobertas de neve e do gelo do inverno. Bandos de pássaros que habitam a Eurásia e a América do Norte cruzam o Equador para passar o inverno na África ou na América do Sul.
Por exemplo, uma andorinha do ártico portando etiqueta de identificação foi capturada noventa dias mais tarde na costa do sudeste da África, 14.481 km longe de sua habitação no norte. Outra andorinha voou mais de 16.090 km, desde a Groenlândia, para alcançar o sudeste da África. Ainda outra, previamente identificada com anel na costa ártica da Rússia, foi apanhada perto da Austrália, a uma impressionante distância de, pelo menos, 22.526 km.
O maçarico de cauda branca fez o mesmo percurso outonal desde a costa do Canadá até a extremidade mais distal da Antártica. Entre os pássaros terrestres, as tristes-pias percorrem 11.263 km, ou mais, entre os campos de trevo do Canadá e os relvados da Argentina. A ave migratória mais famosa da Europa é a cegonha branca. Às vezes essas aves se erguem a grande altura através das colunas termais, antes de planar sobre as águas em direção à África.
Alguns maçaricos têm tido sua velocidade medida em mais de 161 km por hora. E alguns pássaros migram por longas distâncias sobre a água, e voam à altura de 4.267 m. A maior altura registrada até o presente foi de 8.992 m, alcançada por gansos perto do noroeste da Índia.
Como os pássaros navegam durante a migração
Os biólogos propõem quatro teorias e sugerem que os pássaros usam uma, ou uma combinação, dessas hipóteses em sua navegação de longas distâncias.
Uso de marcos visuais terrestres. Essa tem sido uma teoria popular há muito tempo. Muitos pássaros parecem seguir pistas visuais tais como rios, linhas da costa e cadeias de montanhas, a fim de atingir seu correto destino. Contudo, essa idéia não explica como os pássaros evitam perder-se durante sua primeira migração.
Uso do Sol. Segundo essa teoria, os pássaros, assim como as pessoas, possuem um relógio interno que lhes permite conhecer o ciclo diário de luz e escuridão. Juntamente com esse relógio interno, os pássaros parecem usar as sombras do Sol para obter uma idéia de sua localização. Mediante o uso desses dois recursos, eles seriam capazes de utilizar o Sol como bússola.
Os pássaros que viajam durante o dia se orientariam pela posição do Sol. Mas em dias nublados, quando não podem absolutamente ver o Sol, como haveriam eles de voar corretamente em formação? Eles possuem um relógio interno pelo qual são governados. Talvez isso possa ser explicado como resultado da criação divina.
Uso das estrelas. Por causa que muitos pássaros migram durante a noite, essas migrações noturnas parecem tê-los ensinado o uso das estrelas como guia de navegação. Eles podem orientar-se em relação à Estrela Polar e diferentemente da bússola solar, essa “bússola astral” não depende do tempo. Pássaros jovens parecem usar esse tipo de movimento para distinguir o Norte do Sul. Tal teoria é apoiada num experimento feito com tentilhões anilados.2
Alguns pássaros são capazes de se utilizar das formações estelares ou da Lua para determinar em que direção precisam voar. A desvantagem de usar as estrelas para se orientar é que a Estrela Polar não pode ser vista no hemisfério sul. Surge outro problema nas noites nubladas quando as estrelas não podem ser vistas.
Uso do campo magnético da Terra. Os biólogos têm duas diferentes teorias sobre como os pássaros podem usar o campo magnético da Terra para se orientar. Uma é que essas aves são dotadas de certos pigmentos em seus olhos, que se tornam levemente magnéticos ao absorverem luz, alterando assim os sinais que os olhos enviam ao cérebro.3 A segunda e mais popular teoria provém do fato de que os cientistas descobriram minúsculos cristais de magnetita no nervo olfativo do cérebro de alguns pássaros.
Os biólogos ainda não sabem como os pássaros podem sentir a posição dos cristais de magnetita em suas cabeças, e há poucos dados experimentais disponíveis sobre o assunto. (É bastante interessante que alguns pesquisadores dizem serem os humanos dotados de capacidade de igualmente perceber o campo magnético). Duas observações são dignas de nota. A primeira, com referência aos pombos-correios:
“Testes cuidadosos com pombos-correios e outros pássaros que exibem a habilidade de escolha de direção, mostram que eles são afetados pela mudança de campos magnéticos... Se forem soltos onde o campo magnético da Terra é anormalmente forte, sua habilidade de orientar-se é inteiramente interrompida...
“Próximo ao, ou essencialmente no crânio de cada pombo [os pesquisadores] localizaram uma pequena porção de tecido de 1 x 2 mm que apresentava pequeno magnetismo. Pesquisas feitas nesse tecido com um microscópio eletrônico revelaram a presença de mais de 10 milhões de cristais microscópicos, cada qual quatro vezes mais longo do que largo. Outros testes demonstraram que esses cristais eram de magnetita, um composto de ferro e oxigênio do qual são fabricadas as agulhas das bússolas.”4
Segunda, uma pesquisa sobre imigração feita desde o norte de Wisconsin até o Amazonas:
“Como os pássaros acham o seu caminho desde um pinheiro no norte de Wisconsin até o sul, em direção ao Amazonas, e novamente retornam, ainda não é bem compreendido pela ciência. Mas meio século de pesquisa está derramando alguma luz sobre essa proeza surpreendente.
“Os pássaros podem rastear o Sol, a Lua e as estrelas usando o seu movimento aparente como bússola. Os pássaros também se utilizam de outros sentidos. Eles podem detectar campos magnéticos fracos através dos cristais microscópicos de magnetita em suas cabeças. Eles seguem odores leves, como um salmão ao retornar do oceano para seu rio de nascença. Eles podem ver luz polarizada e usam a pressão barométrica. Juntamente com sua memória e o impulso genético para se encaminhar em certa direção, os pássaros valem-se de uma combinação desses sentidos para cruzar os continentes e os oceanos”.5
Recentemente foi descoberto que as borboletas monarca têm uma bússola magnética interna que lhes permite fazer sua viagem de inverno sem a guia da luz solar.6 Como se mencionou nos parágrafos acima, ficou provado que alguns peixes e borboletas também usam seus sentidos de detecção magnética. (Ver o quadro “Migração do Salmão”).
Migração do salmão: Usando o sentido magnético?
Um dos mistérios da Natureza é como o salmão consegue navegar nos oceanos e voltar para se reproduzir nos mesmos rios dos quais vieram. É sabido que o cheiro ou o sabor de um rio determinado desempenha seu papel. O salmão pode orientar-se pelo cheiro de “seu” rio se estiver suficientemente próximo de sua embocadura, de modo que a água não se tenha diluído a ponto de tornar impossível a identificação.
Mas como pode o odor desempenhar sua parte quando os peixes migram milhares de quilômetros e atravessam correntes oceânicas que destróem todo possível traço que poderia levá-los de volta? De qualquer modo, sabe-se que o salmão não segue pistas tortuosas de volta para casa, a fim de satisfazer o instinto de reprodução, mas viaja diretamente para seu território reprodutivo quando atinge a maturidade sexual...
O que os orienta na direção certa? Provavelmente haja mais de um mecanismo que o peixe usa para achar seu caminho. Uma “marca” olfativa é feita sobre o jovem salmão em sua primeira saída para o mar, ao deixar ele seu rio nativo. Isso lhe permite identificá-lo ao se aproximar mais tarde, vindo do oceano. Mas ao chegar perto da corrente da embocadura, vindo do mar aberto, pelo menos uma outra marca precisa ser feita a fim de poder chegar à área geral. Foi demonstrado que alguns peixes percebem de modo notável o azimute solar e a sua altura, e que eles são mais sensíveis à hora do dia. Sob condições ideais, isso permitiria determinar o norte geográfico. Mas numa região onde céu encoberto predomina (como é o caso do Pacífico Norte e do Mar de Bering), e porque os peixes nadam à noite e movem-se em águas mais profundas durante o dia, as pistas celestes nem sempre estão disponíveis. Por conseguinte, outro meio de corrigir a navegação seja provavelmente usado. Suspeita-se fortemente que a capacidade de sentir o campo magnético da Terra possa prover o método adicional...
Extrapolando esses achados no processo de migração, a conjetura é que, depois que um filhote do salmão cresceu até o estágio de smolt (quando de sua primeira arribada ao mar) e entra nas águas salgadas, ocorrem mudanças químicas e hormoniais que deixam marcas sobre o sistema nervoso dos peixes, uma “memória” da latitude e longitude magnéticas do momento em que entraram no oceano.
Parece haver dois modos possíveis pelos quais o campo magnético pode influenciar o sistema nervoso de um peixe. O primeiro é que o mineral ferromagnético — magnetita — no cérebro da criatura pode funcionar como uma bússola biológica, acertada no momento de entrada no oceano (a magnetita é encontrada no espectro biológico dos seres, desde bactérias até golfinhos). A informação retida compõe-se de dados verticais e horizontais do campo magnético da Terra naquele ponto, e da inclinação do componente horizontal, que é a diferença entre o norte magnético e o verdadeiro norte, presumivelmente determinada pelo Sol. Esses fatores em conjunto provêm a combinação que é única para qualquer localidade geográfica.7
—LARRY GEDNEY
A despeito de todas as teorias e experimentos ligados com a migração de pássaros, há muito ainda que não é bem compreendido, como o fato de os pássaros determinarem sua posição em relação a um alvo fixo. O fato é que eles continuam a migrar segundo um modelo cíclico e previsível através dos séculos.
O que faz os pássaros migrarem?
O que faz os pássaros migrarem? Quando é que a prática da migração começou? Alguns cientistas sugerem que as camadas de gelo durante a Era Glacial poderiam ser originalmente responsáveis. Essa idéia parece plausível, mas não explica a migração em muitas partes do mundo que nunca foram tocadas pelas glaciações. Conseqüentemente, a maioria dos ornitologistas hoje rejeita essa teoria como a causa básica da migração.
Não há dúvida de que os pássaros que surgiram em climas quentes espalharam-se à procura de alimento. A maioria dos cientistas criacionistas têm defendido que a Era Glacial existiu por algumas centenas de anos em algumas áreas depois do Dilúvio de Noé, por causa da mudança do clima. Depois do Dilúvio, muitos pássaros acharam alimento em abundância nas latitudes mais elevadas, mas foram forçados a emigrar com a chegada do inverno.
O que os estimula a empreender sua migração aproximadamente ao mesmo tempo cada ano? Seria porventura um relógio interno ou quem sabe estímulos externos? De um ponto de vista fisiológico, sabemos que as glândulas endócrinas — os controles que fazem os machos cantar e as fêmeas pôr ovos — sofrem grandes mudanças antes da época de nidificação. Outras mudanças ocorrem depois dessa época. Muitos pássaros migram nesse período.
Embora os cientistas evolucionistas possam ter suas opiniões, nós, como cientistas cristãos, podemos atribuir todos esses mistérios magnéticos ao desígnio de Deus, do mesmo modo que fazemos com muitas outras espécies de migração dos animais. Deus fez os pássaros para se adaptarem a mudanças em seu ambiente. Por que os pássaros precisam de energia extraordinária para viajar longas distâncias, esses migrantes têm a capacidade de armazenar um vasto suprimento de combustível em forma de gordura, algumas vezes dobrando de peso. Além disso, a maior maravilha da migração é a maneira como os pássaros acham o caminho — sua habilidade de navegação. Certamente, pode-se ver um desígnio sobrenatural em tudo isso!
Conclusão
A navegação é a parte da migração que mais tem intrigado os cientistas. Como podem os pássaros achar seu caminho com aparente facilidade nas vastas distâncias permanece um enigma migratório não resolvido. Assim eles podem seguir seus invisíveis caminhos com tanta precisão que os cientistas de tempos em tempos têm suspeitado que os pássaros possuem um sentido especial que nos é desconhecido. Pensou-se outrora que eles possuíssem um sentido cinestésico pelo qual podiam reconhecer sua rota através de pressões exercidas sobre seu ouvido interno. Outra idéia era que os pássaros navegavam em resposta ao campo magnético da Terra, talvez mesmo aos seus efeitos rotatórios. Nenhuma dessas hipóteses têm, contudo, resistido a testes experimentais.
A Bíblia, entretanto, nos convida a estudar as maravilhas da Natureza e ver nelas evidências da mão de um sábio Criador: “Pergunta agora às alimárias, e cada uma delas te ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber.” “Olhai para as aves do céu...e vosso Pai celestial as alimenta”(Jó 12:7, 8; Mateus 6:26).
Assim, o que podemos aprender observando ou estudando a migração dos pássaros? Primeiramente, que nem todos os pássaros migram. Portanto, migração não é a lei de todos os pássaros voadores. Em segundo lugar, eles seguem mais ou menos as mesmas rotas de migração. Essa seleção não pode ocorrer por acaso. Terceiro, antes do pecado não havia migração porque no mundo de antes da Queda não havia clima rigoroso exigindo que arribassem.
Considere a migração e sua relação com o campo magnético e gravitacional da Terra. O campo magnético muda de acordo com a latitude da Terra e a altura. A força da gravidade também muda segundo a latitude, embora usualmente digamos, “a gravidade é constante.” Deus criou a Terra, populou-a com todas as espécies de criaturas e determinou que cada uma delas se adaptasse às suas circunstâncias. Também o Sol emite luz e radiações eletromagnéticas para todas as criaturas. Essas podem ser afetadas pela energia total, embora não o sintam. Deus determinou que os pássaros fizessem bom uso de sua variação mínima de energia e também lhes deu capacidades para detectar mesmo os menores montantes de gravidade e variações no campo magnético, por modos que nos são desconhecidos, e para orientá-los em seu rumo. Na medida em que isso acontece, a migração revela o desígnio inteligente de Deus e Sua benevolente providência.
Como os pássaros migram?
Algumas espécies percorrem mais de 70 000 quilômetros pelo globo, mas até hoje os cientistas não sabem exatamente como elas acham o caminho.
por Rodrigo Cavalcante
Aparentemente, os motivos que levam mais de 1 500 espécies de pássaros a migrarem milhares de quilômetros são simples: a busca de locais com abundância de alimentos, clima favorável e ambiente seguro para a reprodução. Acontece que muitas espécies voam muito mais longe do que seria necessário para encontrar esses refúgios. Andorinhas que vivem na Inglaterra, por exemplo, poderiam se adaptar bem ao clima da África equatorial. E ninguém ainda sabe porque esses pássaros preferem viajar milhares de quilômetros extras para passar o inverno na África do Sul.
Ao percorrerem essas grandes rotas, eles pegam carona em rodovias formadas por correntes de vento. Para não desperdiçarem energia, os pássaros alteram de altitude em busca das correntes favoráveis – que mudam de direção de acordo com a altura. Enquanto algumas espécies voam sem escalas por vários dias, a maioria delas quebra a viagem em pequenas paradas de “reabastecimento”. (Daí a importância da preservação desses pontos que, no Brasil, estão localizados no Amapá, no Pará, no Maranhão e no Rio Grande do Sul.)
Após monitorarem algumas espécies, os pesquisadores desconfiam de que essas aves têm uma “bússola interna” capaz de detectar o norte magnético. Além dessa habilidade, os pássaros usam o Sol, as estrelas, o olfato, a audição e a própria paisagem como orientação. O surpreendente é que as longas rotas migratórias percorridas por eles exigem consciência precisa do tempo e da posição no espaço. E, como essas aves são capazes de corrigir a direção mesmo após se desviar dela por milhares de quilômetros, os cientistas ainda não sabem exatamente como funciona essa espécie de GPS interno e tampouco como ele combina com eficiência todos os dados para que elas retornem ao destino original.
O Campeão de Longas distâncias
O bobo-escuro (Puffinus griseus), parente do albatroz, é a ave que mais voa no mundo. Após ser acompanhada de forma eletrônica no ano passado, os pesquisadores descobriram que a espécie percorreu 70 000 quilômetros em apenas 200 dias. Ou seja: o pássaro voou em média quase 350 quilômetros por dia. De acordo com a pesquisa, o bobo-escuro saiu do Havaí, passou pela Nova Zelândia, Polinésia e Japão antes de retornar ao seu ponto de origem.
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