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Por:   •  20/10/2014  •  Relatório de pesquisa  •  2.193 Palavras (9 Páginas)  •  256 Visualizações

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Sistema Tegumentar Capítulo 11

1  FUNÇÕES

O sistema tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-organismos e a radiação ultravioleta. Converte moléculas precursoras em vitamina D e tem um papel na percepção do tato, na termorregulação, na excreção de substâncias e na secreção de lipídios protetores e de leite.

2  CONSTITUINTES

É constituído pela pele (tegumento ou cútis) e os seus anexos: pelos, unhas, glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias.

A pele é composta pela epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, e pela derme, de tecido conjuntivo. Subjacente, sustentando a pele e unindo-a aos órgãos, há a hipoderme (ou tela subcutânea) de tecido adiposo.

A pele apresenta diferenças segundo a sua localização. A palma das mãos e a planta dos pés, que sofrem um atrito maior, possuem uma epiderme com mais do que 5mm, constituída por várias camadas celulares e por uma camada superficial de queratina bastante espessa. Esse tipo de pele foi denominado pele grossa (ou espessa) (Figuras 11.1 e 11.2). Não possui pelos e glândulas sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes.

A pele do restante do corpo tem uma epiderme de 1 a 2mm, com poucas camadas celulares e uma camada de queratina delgada, e foi designada pele fina (ou delgada) (Figura 11.3).

Figura 11.1 - Corte de pele grossa, onde são observadas a epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, e parte da derme, de tecido conjuntivo. D - ducto da glândula sudorípara. HE. 137x.

2.1  Epiderme

Podem ser distinguidas quatro camadas no epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da epiderme: o estrato basal, o estrato espinhoso, o estrato granuloso e o estrato córneo (Figura 11.2).

O estrato basal contém as células-tronco da epiderme. Pela sua atividade mitótica, esse estrato também foi denominado estrato germinativo. Por

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causa do grande número de células e, portanto, da pressão maior nas faces laterais, as células são colunares (Figura 11.2). As células-filhas, os queratinócitos, vão para as camadas superiores.

No estrato basal, há também os melanócitos e as células de Merkel, que se diferenciam de células da crista neural.

Os melanócitos são reconhecidos com HE pelo citoplasma claro e pelo núcleo ovoide, com uma depressão (Figura 11.3). Produzem a melanina, um pigmento marrom, a partir da tirosina. Os grãos de melanina são introduzidos, através dos prolongamentos dos melanócitos, no citoplasma das células-tronco e dos queratinócitos, onde se concentram sobre o núcleo, protegendo o material genético da radiação ultravioleta (Figura 11.3). Nos indivíduos de cor branca, a melanina é degradada pela atividade lisossômica dos queratinócitos, enquanto, na pele negra, é mais estável.

No albinismo, não há produção de melanina pela ausência da atividade da tirosinase ou pela incapacidade dos melanócitos transportarem tirosina para o seu interior.

As células de Merkel são semelhantes aos melanócitos ao microscópio de luz, mas mais escassas e, portanto, difíceis de serem observadas. Ao microscópio eletrônico, são visualizados grânulos do tipo neuroendócrino no seu citoplasma e terminações nervosas sensoriais adjacentes à sua base. Elas são mecanorreceptores e são abundantes nas pontas dos dedos.

Nas camadas superiores ao estrato basal, as pressões são mais uniformes, e as células são poliédricas. Elas estão ligadas por desmossomos e interdigitações, o que contribui para a resistência da epiderme ao atrito. Com o preparo do material pela rotina histológica, as células sofrem retração e afastam-se umas das outras, permanecendo unidas pelos desmossomos. Esses pontos de contato entre as células, as pontes intercelulares, parecem espinhos (Figura 11.2), por isso, esse estrato é chamado espinhoso.

Nesse estrato, são mais facilmente vistas as células de Langerhans, células apresentadoras de antígenos, que participam das dermatites alérgicas por contato. Essas células interagem com os queratinócitos através das E-caderinas, mas também podem ser encontradas na derme. Elas monitoram a entrada de antígenos estranhos na pele.

As células de Langerhans entram nos vasos linfáticos da derme e migram para os linfonodos regionais para apresentar os antígenos capturados aos linfócitos T. Os linfócitos T, por sua vez, entram na circulação sanguínea, alcançam o local onde o antígeno epidérmico está presente e liberam citocinas pró-inflamatórias para neutralizar o antígeno.

Assim como as demais células apresentadoras de antígenos, as células de Langerhans originam-se de precursores da medula óssea.

Com HE, as células de Langerhans exibem um núcleo ovoide, de contorno irregular e pálido, envolvido por um citoplasma claro, de maneira semelhante aos melanócitos (Figura 11.3).

A visualização dos prolongamentos dendríticos é possível com a impregnação pelo cloreto de ouro ou com técnicas imunocitoquímicas. Ao microscópio eletrônico, são observados o núcleo profundamente indentado e grânulos característicos que aparecem como bastonetes (grânulos de Birbeck).

Na parte superior do estrato espinhoso, os queratinócitos modificam a expressão gênica e passam a sintetizar as proteínas envolvidas na queratinização. Uma destas proteínas é a filagrina, que se combina com os feixes de filamentos de citoqueratina, tornando-os mais espessos e resultando na queratina (queratina mole). Outra proteína é a involucrina, que se associa com a membrana plasmática, espessando-a.

Essas proteínas especializadas reúnem-se nos grânulos de querato-hialina, que são basófilos. As células onde eles são reconhecidos compõem o estrato granuloso (Figura 11.2). Em virtude da pressão maior na superfície apical, essas células são pavimentosas.

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Terminações nervosas livres penetram a epiderme até esse estrato e funcionam como receptores da dor.

Além da queratinização, ocorre, nos queratinócitos, a síntese de acilglicosilceramida a partir de fosfolipídios e glicosaminoglicanos. Essa substância é acondicionada em corpos lamelares envoltos por membrana e depois exocitada para o espaço intercelular, cimentando as células e formando uma barreira impermeável à água, que impede a dessecação.

A importância

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