SÍNDROME DE PFEIFFER
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FACIPE - Faculdade Integrada de Pernambuco
Odontologia, 3º Período - Noite.
Disciplina: Patologia Geral
Profª: Ana Paula Sobral
SÍNDROME DE PFEIFFER
Aluna: Clarianna Carvalho de Souza
Recife
2014
Índice
Introdução ________________________________________________ Pág. 3.
Craniossinostoses __________________________________________ Pág. 4,5.
Síndrome de Pfeiffer ________________________________________ Pág.6,7.
Tratamento________________________________________________ Pág. 8.
Apresentação de Caso Clínico_________________________________ Pág. 9 à 12.
Referências Bibliográficas ____________________________________ Pág. 13.
Introdução
Síndrome de Pfeiffer faz parte do grupo das craniossinostoses. É uma doença autossômica dominante e rara. Descrita pela primeira vez em 1964, pelo geneticista alemão Rudolf Pfeiffer.
Possui manifestações clínicas características, que incluem fusão das suturas de ossos chatos do crânio, proptose, sindactilia e os polegares e dedos dos pés curtos e largos, dentre outros.
A capacidade cognitiva do paciente está diretamente ligada ao tipo da síndrome, sendo o tipo II e III mais severos.
Com um diagnóstico correto, identificando as necessidades do paciente, é possível definir o tratamento mais indicado, o potencial de sobrevivência útil e prolongada pode ser alcançada com tratamentos precoces, agressivo, de múltiplas e complexas cirurgias, voltadas para permitir principalmente o crescimento normal do crânio, do cérebro e avanço facial.
Craniossinostoses
O crânio é constituído por várias placas de ossos separadas por suturas. As craniossinostoses são definidas como: a fusão prematura de uma ou mais suturas dos ossos chatos do crânio.
O processo de formação das suturas cranianas é equilibrado por proteínas formadoras e inibidoras do crescimento, as craniossinostoses, resultam, por tanto, do desequilíbrio dos fatores envolvidos na regulação da proliferação, diferenciação e apoptose das células das suturas cranianas. Visto isso, podemos concluir que: tantos fatores genéticos como fatores não genéticos podem induzir a falha do tecido da sutura.
Essas fusões prematuras acarretam uma conformação craniana e crescimento facial anormal, com consequências variáveis que podem incluir: hipertensão craniana, diminuição de fluxo sanguíneo cerebral, obstrução de vias aéreas, diminuição de acuidade visual e auditiva, déficit de aprendizado e distúrbios psicológicos.
O formato final do crânio depende da sutura comprometida, do número de suturas envolvidas e do momento em que ocorreu a fusão: dolicocefalia (fusão sagital), a braquicefalia (fusão coronal), a trigonocefalia (fusão metópica), a plagiocefalia (fusão unilateral coronal ou lambdoide), a oxicefalia e o crânio em trevo ou kleeblattschädel (fusão de múltiplas suturas).
As suturas mais comumente associadas à síndrome de Pfeiffer são as suturas coronais e lambdóides pode ser acompanhada ocasionalmente da fusão ainda da sutura sagital.
De acordo com a presença ou não de outras anomalias, as craniossinostoses podem ser classificadas em associadas ou isoladas. As craniossinostoses isoladas podem ocorrer devido à interferência de fatores ambientais (mecânicos e teratogênicos). Quando associadas a anomalias múltiplas, o mecanismo autossômico dominante é o mais comum, com ampla variabilidade de expressão fenotípica e alta penetrância.
Dentre as craniossinostoses associadas a anomalias múltiplas, devemos destacar aquelas relacionadas a anomalias de membros, conhecidas como acrocefalossindactilias (do grego akros = ponta, kefalos = crânio, syn = reunião, dáctilo = dedo). Onde se inclui a síndrome de Pfeiffer, cujas incidências situam-se por volta de 1:100.000 nascidos vivos.
Síndrome de Pfeiffer
Síndrome descrita por Rudolf Pfeiffer, geneticista alemão, em 1964. Que tem como característica, grande heterogeneidade, tanto nos aspectos clínicos, relacionada a presença ou ausência de sindactilia e do seu grau de severidade, quanto moleculares.
A causa da síndrome de Pfeiffer é uma alteração genética, que pode ser hereditária, por ser autossômica dominante, ou esporádica, presumivelmente causada por uma mutação espontânea dos genes responsáveis pela produção de proteínas para regular a taxa de crescimento celular e/ou limites de crescimento celular.
A maioria dos casos de síndrome de Pfeiffer são o resultado de uma nova mutação, o que significa que nenhum dos pais levou o gene para a síndrome de Pfeiffer, mas no processo de reunir genes dos pais, este novo gene aconteceu.
Geneticamente, ocorrem mutações nos genes dos receptores dos fatores de crescimento dos fibroblastos FGFR1 e 2 (fibroblast growth factor receptor). Esses genes atuam na sinalização das células regulando processos de proliferação, diferenciação e migração celular. A mutação em um desses genes causa uma sinalização prolongada, que pode provocar a maturação precoce das células ósseas e fusão prematura dos ossos do crânio, das mãos e dos pés
Não há relação entre o que a mãe fez ou deixou de fazer para induzir o seu filho a ter a síndrome de Pfeiffer. Se os pais não tiverem a síndrome de Pfeiffer, as chances dos seus filhos apresentarem a mesma é mínima. Já um pai com a síndrome de Pfeiffer tem 50% de chance de ter uma criança com esta desordem.
Apesar de haver dois locais diferentes para as mutações genéticas ligadas à síndrome de Pfeiffer, o diagnóstico desta síndrome é baseado em achados físicos, e não em um teste genético.
A síndrome de Pfeiffer apresenta uma série de sinais clínicos em toda a estrutura do corpo do indivíduo. As manifestações clínicas incluem: craniossinostose, ponte nasal achatada, hipoplasia maxilar com relativo prognatismo, palato ogival, apinhamento dentário, alterações visuais, além de pés mãos curtos, anquilose do cotovelo ou sinostose, braquidactilia e sindactilia dos dedos.
Com base na gravidade do fenótipo, Cohen propôs a divisão da síndrome Pfeiffer em 3 subtipos clínicos:
• o tipo I caracteriza-se por um comprometimento mais discreto de crânio e face, incluindo braquicefalia, hipoplasia do terço médio da face e anomalias de dedos das mãos e dos pés, intelecto preservado e geralmente um bom proagnóstico;
• o tipo II apresenta conformação craniana em forma de trevo, com uma grave proeminência no topo e uma em cada lado da cabeça, lembrando a forma de uma “folha de trevo” grave proptose ocular, má formação de membros mais acentuada, anquilose do cotovelo ou sinostose, e comprometimento intelectual;
• o tipo III apresenta praticamente as mesmas características do tipo II, porém, de forma mais grave, exceto pela deformidade do crânio em forma de trevo.
Nos tipos II e III, há risco para morte precoce por conta das convulsões frequentes e também, da hidrocefalia, além dos problemas respiratórios.
Não é possível determinar qual o subtipo de síndrome Pfeiffer um paciente apresenta, por teste genético apenas, além disso, por vezes a mutação no gene que tem sido associada a síndrome de Pfeiffer , também pode resultar em síndrome de Crouzon.
Tratamento
A síndrome pode ser diagnosticada no pré-natal por ultra-som, observando características como a craniossinostose, proptose e polegares amplos. O tratamento de um paciente portador da síndrome de Pfeiffer começa logo após o nascimento, é imprescindível que se determine rapidamente o estado das funções como respiração e deglutição, a partir daí são feito todos os esforços para reduzir as complicações que esse paciente possa vir a ter.
Geralmente o tratamento se baseia em uma série de múltiplas e complexas cirurgias, que são realizadas por uma equipe cirurgiões craniofaciais. Durante o primeiro ano de vida, pode ser recomendada, a cirurgia precoce para a liberação cirúrgica das suturas do crânio que foram fechadas prematuramente, promovendo o crescimento normal do cérebro e do crânio, além de permitir avanço facial por meio da expansão.
Cada novo nível de maturidade pode oferecer janelas naturais de oportunidade para a reconstrução e outros procedimentos cirúrgicos. São também frequentes cirurgias de reconstrução nasal, cirurgias nos olhos, possivelmente, o fechamento do palato, tratamento ortodôntico e terapia da fala.
Tantas intervenções cirúrgicas têm como objetivo dar ao cérebro e todos os outros possíveis órgãos afetados, condições para crescer e se desenvolver, com o intuito de proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida, para que ele possa respirar, comer, comunicar-se, dormir, para que o mesmo se torne tão independente quanto possível.
Apresentação de Caso Clínico
Paciente do sexo masculino, cinco anos, natural e residente do México, produto da segunda gravidez, pais de 19 anos, sem história teratogênico ou condição semelhante em outros membros da família. Desenvolvimento neonatal normal, segurou a cabeça os 4 meses, sentou aos 9 meses e antou aos 13 meses.
Exame físico: peso 19,5 kg, altura 108 centímetros, perímetro cefálico 52 centimetros. Apresenta crânio em formato de trevo, testa larga e proeminente. Proptose ocular, achatamento do terço médio da face, ponte nasal achatada, palato orgival, pescoço curto assim como as mãos, sindactilia parcial das mãos e pés.
Referências Bibliográficas
1 - ALONSO, L. G. Estudo genético-clínico das craniostenoses isoladas e associadas. 1997. 168 f. Tese (Mestrado em Morfologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo.
2 - ARDUINO-MEIRELLES, A. P.; LACERDA, C. B. F.; GIL-DA-SILVA-LOPES, V.L. Aspectos sobre desenvolvimento de linguagem oral em craniossinostoses sindrômicas. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 18, n. 2, p. 213-220, maio-ago. 2006
3 - COHEN, M. M. JR. Pfeiffer syndrome update, clinical subtypes, and guidelines for differential diagnosis. Am. J. Med. Genet., United States, 1993.
4 - WILKIE, A. Craniosynostosis: genes and mechanisms. Hum. Mol. Genet., England, 1997.
5 – Site: http://www.thecraniofacialcenter.org/pfeiffer
6 – Site: http://www.craniofacial.net/syndromes-pfeifferSíndrome
7 – Site: http://clariceabreu.com.br/?cirurgia-cmf=sindrome-de-pfeiffer
8 – Site: http://genoma.ib.usp.br/?page_id=844
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