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Vicariancia

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Por:   •  28/10/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.092 Palavras (9 Páginas)  •  748 Visualizações

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Vicariância

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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A distribuição das espécies ao longo do globo terrestre pode ser explicada por processos dispersionistas e vicariantes. O primeiro ocorre quando uma espécie tem o seu centro de origem e a partir dele seus descendentes se dispersam para outros lugares.Para isso, têm que transpor uma barreira geográfica e que posteriormente ficam isolalados podendo formar duas espécies. O outro processo é o vicariante, no qual é assunto deste artigo. A disciplina que estuda essa distribuição de espécies e de táxons superiores é a biogeografia.

Índice

• 1 Conceito

• 2 Histórico

• 3 Métodos para testar a vicariância

• 4 Exemplos de Vicariância

• 5 VicariânciaX Dispersão

• 6 Referências

• 7 Ver também

Conceito

Vicariância ou efeito vicariante é o mecanismo evolutivo no qual ocorre uma fragmentação de uma área biótica, separando populações de determinadas espécies. A falta de fluxo gênico entre as duas sub-populações agora formadas fará com que elas fiquem cada vez mais diferentes e, mantendo-se a barreira por tempo suficiente, levará à especiação. Resumindo, vicariância é a quebra na distribuição de um táxon. 1

No esquema ao lado mostra o processo de dispersão e vicariância. O primeiro processo é mostrado no lado esquerdo da figura, na qual a espécie 1 se dispersou para a área B e para a área C, e depois com o tempo ocorreu a especiação, formando a espécie 2 e 3. Já no lado direito da figura ocorreu a vicariância, onde a área A que é ocupada pela espécie 1 sofreu fragmentação, formando a área B e C, que com o passar do tempo ocorreu falta de fluxo gênico resultando nas espécies 2 e 3, respectivamente. Posteriormente, a área C sofreu fragmentação originando as áreas D e E, sendo que a espécie 3 sofreu especiação originando as espécies 4 e 5, devido a falta de fluxo gênico.

Um ponto importante para ser lembrado é que a vicariância é precursora para a especiação alopátrica, já que para esta ocorrer precisa de uma barreira externa.

Estas barreiras podem ser geográficas, como a formação de montanhas devido ao movimento de placas tectônicas, uma falha causada pelo distanciamento de duas placas, o surgimento de um rio etc. As barreiras também podem ser ecológicas, como quando a área entre duas populações torna-se imprópria para a reprodução da espécie (por exemplo, no caso de anfíbios, uma zona úmida que se torna árida devido a desertificação). Também quando ocorreu a fragmentação de hábitas pelo avanço das glaciações durante o Pleistoceno.

Os eventos de vicariância podem ser por processos lentos ou rápidos. Os lentos são formação de montanhas, deriva continental, tendência a seca prolongada, que fragmenta uma floresta. Os rápidos são como o derramamento de lava de vulcão com largura de quilômetros, onde divide uma população de caracóis. 2

Em ambientes aquáticos, elevações rochosas nos fundos de oceanos podem separar populações de uma mesma espécie que se manterão isoladas, sofrendo todo o processo de diferenciação gênica separadamente.

A área ocupada pela população que sofre esse fenômeno deve ser numericamente semelhante à área ocupada pela população ancestral, já que a disjunção não é causada por ação do grupo, ou seja, não há deslocamento, por parte do grupo, de uma área para outra. 3

Histórico

A Deriva Continental mostrando a fragmentação da Pangeia.

O mecanismo que explicava a disjunção das espécies era a dispersão até o início do século XX. Depois dissso, foi proposta por Alfred Wegener em 1912 a deriva continental, onde no começo os continentes era único, a Pangéia, e que com o passar do tempo foi se fragmentando. Essa fragmentação só foi possível por causa das placas tectônicas que se moviam lentamente e levava consigo os continentes. Essa idéia não foi completamente aceita no começo, mas com o passar do tempo foi sendo reconhecida, sendo que isso só foi ocorrer efetivamente em 1960.

Então, a partir desse cenário foi possível propor outra forma de disjunção das espécies sem ser a dispersão. Uns dos primeiros trabalhos nessa linha foi de Croizat em 1958, um botânico venezuelano. Ele observou que os táxons endêmicos ou disjuntos atuais que têm distribuição limitada são descendentes de ancestrais que no passado eram amplamente distribuídos. A maioria dos pesquisadores anteriores só estudava um taxon, diferente de Croizat que comparava vários táxons. Ele observou que muitos seres vivos muito distantemente relacionados frequentemente tinha disjunções similares e que isso era devido a fragmentação da biota que originalmente habitava regiões interconectadas, denominando de panbiogeografia. 4 . Ele colocou no mapa a distribuição das espécies endêmicas e traçou linhas, denominadas trilhas individuais, dos táxon onde eles eram mais relacionados. Depois ele sobrepôs os mapas de vários táxons e viu onde as trilhas coincidiram, que chamou de trilhas generalizados. Ele inferiu que as trilhas indicavam os caminhos dos fragmentos da biota que no passado era contínua. Para Croizat, o mecanismo não era dispersão e sim vicariância. 5 .

Mesmo que o trabalho de Croizat possa ter tido erros, ele foi importante para mostrar que no passado muitas espécies estavam conectadas e que a distribuição pode ser por outro tipo sem ser por dispersão, além de começar a correlacionar vários táxons.

O problema do trabalho de Croizat foi não ter naquela época uma sistemática sólida e um fundamento filogenético. Porque se as espécies não são filogeneticamente relacionadas não tem sentido em fazer conexões entre elas. Também se não se sabe o tempo de divergência entre as linhagens é difícil reconstruir a sequência histórica da formação e fragmentação geográficas. Foi Willing Henning 1966 que inferiu as relações de parentesco entre os táxons, sendo que esta deveria estar de acordo com os processos evolutivos.6 . Também mostrou que a sistemática filogenética era importante para a reconstrução da história biogeográfica e que a sequência

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