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Os Fármacos e o Câncer

Por:   •  18/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.454 Palavras (10 Páginas)  •  335 Visualizações

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FÁRMACOS E O CÂNCER

Setembro/2018

  1. Introdução

Estima-se que em 2008, 36 milhões dos óbitos (63%) ocorreram em consequência das doenças e agravos não transmissíveis (DANT), com destaque para o câncer (21%). As transições demográficas e epidemiológicas globais sinalizam um impacto cada vez maior da carga de câncer nas próximas décadas (INCA, 2017).

Em 2017 os tipos de cânceres mais incidentes no mundo foram pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Nos homens, os mais frequentes foram pulmão, próstata, intestino, estômago e fígado. Quando era relacionado as mulheres, as maiores frequências foram encontradas na mama, intestino, pulmão, colo do útero e estômago. Pelo INCA foi estimado que para o Brasil no ano de 2018 a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano (INCA, 2017).

O câncer é uma doença complexa, caracterizadas pelo progressivo acúmulo de mutações no genoma de uma célula. Essas mutações ou alterações genéticas podem transformar uma célula normal do organismo em uma célula que não mais responde aos sinais de controle, crescimento, diferenciação e morte celular (PINHO, 2018).

Essa doença não aparece repentinamente, e tampouco uma pessoa que se expõe aos fatores vai desenvolver a doença em poucos dias. O câncer é uma doença inflamatória, crônica e de baixa intensidade. A exposição ao agente agressor deve ser prolongada e contínua, como cigarros, dieta, estresse, álcool, etc. Com a exposição contínua, essas agressões geradas pelos fatores ambientais citados, podem não ser corrigidas e levadas ao câncer (PINHO, 2018).

O processo de carcinogênese é dividido em quatro fatores que consiste na iniciação, promoção, manutenção e progressão. A iniciação é a primeira fase do processo, caracterizado pela alteração que acontece no DNA, que leva a Mutação Gênica. Esse processo acontece normalmente em nosso corpo, todos os dias e pode ser reversível, por que existem mecanismos de defesas como os antioxidantes, que fazem com que as células que sofreram as mutações sejam reparadas ou destruídas. As fases de carcinogênese vão continuar, se as células escaparem do processo de reparação (PINHO, 2018).

A segunda fase é a de promoção, em que, depois de várias alterações ocorridas no DNA das células, elas começam a sofrer o efeito dos agentes mutagênicos promotores o câncer. Na terceira fase as células alteradas continuam ativas porque esperam o processo de apoptose. Já na quarta fase, de progressão, a ultima fase da carcinogênese, é devido ao intenso e descontrolado crescimento dessas células alteradas, que começam a acumular-se em um determinado tecido, surgindo então o câncer (PINHO, 2018).

Essas células cancerosas possuem características próprias, elas passam a não responder sinais do organismo e começa a ter autonomia própria, crescendo e proliferando o câncer no organismo. Sendo ela uma célula independente do tecido que ela compõe. Passa ainda a viver consumindo a energia, nutrientes da alimentação e das reservas do homem devido às alterações metabólicas desencadeadas por ela. Estimulam ainda a angiogênese, que desviam os substratos energéticos e utiliza como fonte de energia para crescer e multiplicar-se e até mesmo para fazer metástase (PINHO, 2018).

  1.  Fármacos: quando e porquê e/ou para que utilizar? Quais tipos?

         Para o tratamento do câncer os fármacos mais utilizados são na forma de quimioterapia. Sendo um método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo também ser dados por via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal. Os medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica. São vários os protocolos de quimioterapia existentes, e tudo dependerá do tipo do câncer e o nível da doença. Esse tratamento pode estar aliado a outros tratamentos como a radioterapia e/ou a uma cirurgia (INCA, 2018 – Ministério da Saúde).

        De acordo com sua finalidade a quimioterapia pode ser: (1) Curativa quando usada com intuito de controlar completamente o tumor, como em casos de leucemias agudas entre outros. (2) Adjuvante, quando se segue à cirurgia curativa, sendo o objetivo de esterilizar as células residuais locais ou circulantes, fazendo com que diminua a incidência de metástase. (3) Neoadjuvante ou prévia quando se quer reduzir parcialmente o tamanho do tumor, permitindo uma terapia aliada a cirurgia e/ou radioterapia. (4) Paliativa, não tem finalidade curativa, usada apenas para melhorar a qualidade de vida do paciente e sua sobrevida.

Principais drogas utilizadas no tratamento do câncer são os agentes antineoplásicos, incluem os alquilantes polifuncionais, os antimetabólitos, os antibióticos antitumorais, os inibidores mitóticos e outros (INCA, 2018 – Ministério da Saúde).

Um dos fármacos utilizados na quimioterapia é a Vincristina ou Sulfato de Vincristina, que entra nos medicamentos da classe dos inibidores mitóticos, que resumidamente podem paralisar a mitose na metástase impedindo a sua migração para outros tecidos.

  1. Farmacocinética:  tipo de formulação e via(s) de administração; absorção, biotransformação e excreção.

         

       Quando tratamos de quimioterapia estamos nos referindo a um resultado da administração de medicamentos específicos, que são responsáveis principalmente por evitar a multiplicação celular de células cancerígenas e células saldáveis por não haver distinção das mesmas. Desta forma os medicamentos possuem ação direta em todo o processo de divisão celular e consequente multiplicação. (BRASIL, 2010)

       Para boa administração e possíveis resultados da quimioterapia deve-se entender a realidade do individuo e suas particularidades, pois refletirá em todo fase farmacocinética. Assim como os efeitos particulares de cada medicamento. (PÉREZ PITARCH et. al 2017) Ações farmacocinéticas vão interferir na maneira de absorção do medicamento, na sua distribuição, no metabolismo e por fim na excreção. Quando tratamos do parâmetro absorção, nota-se que a alteração da motilidade intestinal está ligada a tal fator, levando a possíveis formações de quelatos, alteração de pH normal do TGI. Desta forma a interação do medicamento nesta fase pode comprometer com todo seu aproveitamento nas etapas seguintes ou até mesmo contribuir para um efeito mais elevado do fármaco, interferindo na eficácia e podendo levar a riscos e a toxidade ao organismo do paciente, colaborando para um prejuízo na condição geral do mesmo.  (CAPUCHO, H. C.; CARVALHO, F. D.; CASSIANI.; S. H. B, 2011)

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