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Doença de Cronh

Por:   •  6/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.980 Palavras (8 Páginas)  •  664 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A doença de Crohn é uma doença crônica inflamatória que pode  acometer  todo trato gastrointestinal sendo mais comum na região ileocecal, originada de diversos fatores que podem envolver agentes genéticos, imunes, ambientais, alimentares e alterações na permeabilidade da barreira do epitélio colônico (FERNANDES etal;2014).

Apresenta manifestações clínicas comuns a doenças infecciosas, e pode relacionar-se a desordens bacterianas, resposta imunológica exacerbada a um agente infeccioso presente no trato gastrointestinal, com desenvolvimento de obstruções intestinais, abscessos e fístulas, e provocando diarréia, dor abdominal e perda de peso (COLLI, 2011).

Os estudos mostram que há uma série de evidências em que fatores genéticos assumem papel importante nessa patogênese, diante desse fator aceita-se , em indivíduos geneticamente predispostos, antígenos derivados da microflora e da dieta  que induziriam a uma resposta do sistema imune, ocorrendo uma ativação da cascata inflamatória , que resulta em lesão continuada da mucosa do intestino, fatores intraluminais, alteração na barreira do epitélio intestinal e resposta imunológica anormal da mucosa (FLORA;DICHI, 2006).

A nutrição tem papel importante na perspectiva de melhora do estado nutricional e clínico de pacientes com DC, atuando na modulação das respostas inflamatórias e imunológicas, além fornecer o suporte energético para manutenção da vida. Estudos mostram a possibilidade de intervenção nutricional que visem diminuir a atividade inflamatória da DC com o uso de nutrientes imunomoduladores, entre os quais destacam-se nutrientes específicos com arginina, glutamina, ácidos graxos, nucleotídeos, além de probióticos e prebióticos (FERNANDES etal;2014).

Além da terapia nutricional, o tratamento é feito através de medicamentos antimicrobianos, hormônios e corticóides (RODRIGES;PASSONI,PAGANOTTO,2008).

OBJETIVO GERAL

Diante de todos os fatores que acometem a doença o presente estudo vai abordar as diversas deficiências nutricionais ocasionadas como agravante do estado do portador da doença e as possíveis formas de reabilitação do estado nutricional decorrente de uma dieta que possa contribuir para a melhora do quadro diminuindo a atividade da doença a fim de fornecer aporte adequado de nutrientes reduzindo as complicações e recuperando o estado nutricional dos portadores da doença de Crohn.

METODOLOGIA

A metodologia do trabalho apresentado é através da revisão de literatura científica utilizando as Bases de dados Scielo, livros e artigos científicos sobre o tema

Para localização dos artigos sobre os aspectos nutricionais e  cuidados alimentares na doença de Crohn foram usadas as seguintes palavras-chave: doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, dietas especiais, aspectos nutricionais, dietoterapia, terapia nutricional, deficiência Nutricional.

CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS

Na  avaliação do estado nutricional dos portadores da doença de Crohn são relatados diversos transtornos devido a diminuição na ingestão alimentar, episódios de diarréia , náuseas , dor abdominal e inchaço são frequentemente observados além dos fatores intrínsecos de má absorção , deficiência de sais biliares e crescimento bacteriano. (RODRIGES;PASSONI,PAGANOTTO,2008).

As principais manifestações clínicas são perda de peso, anemia e hipoalbunemia, a anemia na DC é resultado da deficiência principalmente de ferro, folato e vitamina B12, a má absorção de carboidratos pode ser determinada pela absorção de D-xilose , o exame de   absorção deste é realizada para determinar se os intestinos estão absorvendo a D-xilose adequadamente e, consequentemente, se os carboidratos estão sendo bem absorvidos, por outro lado , os ácidos biliares que são absorvidos no íleo terminal podem ser comprometidos por ressecção ou lesão ocasionando também a má absorção de lipídeos e vitaminas lipossolúveis. Ocorre  deficiência de B12 em alguns casos de ressecção do íleo terminal e perdas de magnésio, zinco e cálcio devido a esteatorréia (FERNANDES etal;2014).

 Alguns fatores também comumentes na DC que tem grande impacto para a má absorção se dá através de alguns medicamentos(corticóides, sulfassalazina, colestiramina) usados no tratamento que podem ainda agravar favorecendo  a  má absorção de cálcio e vitaminas A, D, E e K. Na doença de DC acontece o aumento das perdas de proteína intestinal e balanço nitrogenado negativo(FLORA;DICHI, 2006).

TERAPIA NUTRICIONAL

A desnutrição aguda é proveniente da ingestão inadequada e do processo inflamatório que origina- se de má absorção, durante surtos de atividade da doença o aumento das necessidades nutricionais em resposta à febre, infecção, formação de abscesso e fístulas (perda de eletrólitos e minerais), que poderiam aumentar o gasto energético (OLIVEIRA,2012)

Quando o paciente consegue uma ingestão calórica adequada por via oral , esta se torna a via de eleição, de preferência líquida e evoluindo conforme tolerância, ao contrário disso a nutrição enteral e parenteral são indicadas para a reabilitação do paciente (FLORA;DICHI, 2006).

Segundo Dan, a necessidade calórica varia de 30 a 35 Kcal/kg/dia devido ao hipermetabolismo. E de 1,0 a 1,5g de proteína (até 2g para desnutridos)/ kg peso ideal/dia. Dieta hipolipídica para não piorar o quadro de diarréia, de 20 a 25% do total de calorias, adicionando triglicerídeos de cadeia média.  

Isenção de lactose pois os níveis de lactase ficam baixos devido à diarréia, evitar soluções hiperosmolares, diminuída de fibras insolúveis, maior quantidade de solúveis e antifermentativa. Estimulação da ação do sistema imune através da reposição de zinco e vitamina C e administração de demais vitaminas e minerais para melhor cicatrização. Adição de ômega-3 para modular resposta inflamatória exarcebada, glutamina para replicação mais rápida das células intestinais da barreira mucosa de 20 a 30g/dia. Arginina para melhor resposta imune e ácido graxo de cadeia curta (CAMPOS etal; 2002).

 A nutrição enteral fornece nutrientes para a recuperação e manutenção do estado nutricional, melhora de defesa imunológica e preservação da mucosa intestinal prevenindo a translocação bacteriana .A dieta elementar considerada isenta de antígenos alimentares são as mais empregadas nesse processo, embora a presença do alimento no TGI estimula a manutenção da integridade morfológica e funcional do epitélio intestinal (FLORA;DICHI, 2006).

Na fase de agudização da doença é recomendado a via parenteral para manter repouso intestinal e correção de deficiências nutricionais primárias e para pacientes intolerantes à nutrição enteral. (CAMPOS et al., 2002).

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