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Musicoterapia : Busca De Qualidade De Vida Aos Portadores Da Doença De Alzheimer

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Por:   •  7/6/2014  •  2.237 Palavras (9 Páginas)  •  958 Visualizações

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Musicoterapia : busca de qualidade de vida aos portadores da Doença de Alzheimer

RESUMO

A doença de Alzheimer é definida por muitos como “Mal do Século”, “Epidemia Silenciosa”. Os estudos da área de Musicoterapia advogam a inclusão do fazer musical como um processo terapêutico proporcionando qualidade de vida aos portadores dessa doença, que é incurável e típica da terceira idade. Esse estudo faz uma breve revisão sobre os benefícios da Musicoterapia para os idosos com esse Mal .

Palavras-chave : Velhice, Musicoterapia, Música, Mal de Alzheimer

1- INTRODUÇÃO

A musicoterapia apresenta-se como uma grande aliada no processo do envelhecimento para os que sofrem do Mal de Alzheimer proporcionando melhora na qualidade de vida nessa dura caminhada repleta de incertezas.

Em toda evolução da humanidade, totalmente inerente ao ser humano, sons, ritmos , instrumentos, música, podem trazer a partir do tratamento com musicoterapia , o resgate e o fortalecimento dos papéis sociais e a melhoria da saúde dos doentes de DA da terceira idade, principais vítimas .

Este estudo realizou uma breve revisão bibliográfica composta por livros e artigos publicados em revistas classificadas como no mínimo B Nacional pelo Sistema Qualis, localizadas nas bases de dados MEDLINE e LILACS. A pesquisa, quanto aos artigos, foi limitada ao período de 2005 a 2008. Os textos foram classificados primeiramente por uma leitura panorâmica dos resumos selecionando os que mais eram pertinentes ao assunto a ser discorrido.

2. POPULAÇÃO DE IDOSOS E MAL DE ALZHEIMER

O desenvolvimento científico e os avanços tecnológicos são fatores relevantes para a longevidade da existência humana e estatísticas mostram que a média de vida já é bem superior.

Dados da Organização Mundial de Saúde, da década de 1990, nos mostra que, em 1950 existiam 204 milhões de pessoas com mais de 60 anos, em 1998 essa marca chegou a 579 milhões e projeções feitas para 2050 indica um quadro de 1.900 milhões de pessoas idosas.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicaram que no período de - 1950 a 2000 - a população de idosos triplicou, fenômeno que deverá ocasionar sérias modificações na nossa sociedade. A exposição desses dados estatísticos visa a reflexão e, sobretudo a uma conscientização de que cada número citado significa um indivíduo, um corpo, que está passando para mais um ciclo de vida com muitos desejos e incertezas.

Mais do que incertezas, o problema pode estar na ausência de certezas. Milhares destes corpos são atingidos com a doença de Alzheimer (DA). Popularmente conhecida como Mal de Alzheimer, é uma doença degenerativa, progressiva que compromete o cérebro causando: diminuição da memória, dificuldade no raciocínio e pensamento e alterações comportamentais.

Os sintomas mais comuns são: perda gradual da memória, declínio no desempenho para tarefas cotidianas, diminuição do senso crítico, desorientação têmporo-espacial, mudança na personalidade, dificuldade no aprendizado e dificuldades na área da comunicação.

Dados indicam que em função do aumento da expectativa de vida, em 2025, serão 34 milhões de portadores de DA, sendo 2/3 em países em desenvolvimento. Atualmente, é provável que no Brasil atinja cerca de 1 milhão de brasileiros. ( Sayeg ,2007)

A DA pode manifestar-se já a partir dos 40 anos de idade, sendo que a partir dos 60 sua incidência se intensifica de forma exponencial. Sendo assim podemos deduzir que é uma doença preferencialmente de pessoas idosas.

3. RAZÃO E SENSIBILIDADE

A Ciência e a Arte são produtos que expressam vivências e representações imaginárias das distintas culturas, que se renovam através dos tempos, constituindo o percurso da história humana.

A própria idéia de Ciência distinta da Arte é produto recente da cultura Ocidental. Nas antigas sociedades tradicionais não havia essa distinção: A Arte integrava a vida dos grupos humanos, impregnava nos ritos, cerimônias e objetos de uso cotidiano. A Ciência era exercida por curandeiros, sacerdotes, fazendo parte de um modo mítico de compreensão da realidade. Por séculos, os benefícios da música para aqueles que se encontram doentes têm sido reconhecidos.

A visão dicotomizada entre Arte e Ciência contradiz o pensamento de hoje. O fato da Razão e Sensibilidade comporem tanto a Arte como a Ciência e a música retratam essa verdade. Onde quer que haja um povo ou uma cultura, a música está presente, nos rituais de passagem, desde os de fecundidade e nascimento, aos rituais de cura e morte .

Atualmente as benesses da música têm sido estudadas de forma mais científica. Já foi mostrado que a música afeta as necessidades físicas, emocionais, cognitivas e sociais de indivíduos de todas as idades. Estudos de imagem do cérebro mostraram atividade nos condutos auditivos, no córtex auditivo e no sistema límbico em resposta à música. (Leão,E.R.;Flusser,V.,2008).

Segundo Souza, a música reflete o que se conserva na memória, além de conseguir resgatar reminiscências, reestruturando a história coletiva e individual. Estudos científicos já comprovaram os benefícios da música para os portadores do Mal de Alzheimer e a Musicoterapia é a “ponte” que vai levar qualidade de vida para esses doentes.

4. MUSICOTERAPIA - A PARTIR DA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL

A Musicoterapia é uma ciência que começou a ser sistematizada a partir de meados do século XX. Historicamente, partiu do modelo médico-biologicista e nas linhas da Psicologia-Psicanálise, Psicologia Comportamental e Psicologia Humanista. Esses foram importantes norteadores da musicoterapia, para o olhar do homem, a música e a saúde. (WAZLAWICK,et. al,2007).

A atividade musical, enquanto integrante de uma cultura, é a construção pessoal e social do significado musical, para as ações que cada pessoa, em relação à música, estabelece ao longo de sua vida. O sentido da música é sempre permeado pela afetividade. A significação musical, na musicoterapia, se faz por meio do resgate dos momentos que compõem a história de vida de um sujeito. Este resgate permeia o vivido, ou seja, os momentos atuais de vida e as

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