EMISSÃO DO GÁS METANO PELA PECUÁRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O AQUECIMENTO GLOBAL
Por: igoralmeida33 • 26/6/2016 • Trabalho acadêmico • 1.652 Palavras (7 Páginas) • 504 Visualizações
EMISSÃO DO GÁS METANO PELA PECUÁRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O AQUECIMENTO GLOBAL
Resumo
O aumento dos gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera tem sido apontado como uma das principais causas das mudanças climáticas, porque aumentam o potencial de aquecimento global. O metano (CH4) está entre os três principais GEEs. Diversas atividades contribuem para o efeito estufa e estão relacionadas com as mudanças climáticas mundiais, entre elas a produção animal. Objetivou-se com o presente estudo abordar a relação entre o aquecimento global e a emissão do gás metano pelos bovinos, bem como as principais estratégias de mitigação e sua reutilização como fonte energética. Para o desenvolvimento do trabalho foi realizado o levantamento bibliográfico de publicações referentes ao tema proposto em fontes disponíveis para consulta on line. Pode-se observar que os bovinos contribuem para o aumento do efeito estufa e consequentes alterações climáticas, decorrentes da emissão de metano através da fermentação entérica. Entretanto existem alternativas de mitigação para reduzir a emissão deste gás no ambiente, como mudanças na alimentação dos bovinos e a utilização do metano como fonte energética gerada por um biodigestor.
Palavras-chave: Alterações climáticas, gases de efeito estufa, produção animal.
Introdução
Um dos mais preocupantes problemas do mundo atualmente está relacionado com o efeito estufa pela emissão de gases e o consequente aquecimento global. Segundo WWF (2016) o Efeito estufa corresponde a uma camada de gases que cobre a superfície da terra, essa camada composta principalmente por gás carbônico (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e vapor d’água, é um fenômeno natural fundamental para manutenção da vida na Terra.
O problema não é o fenômeno natural, mas o agravamento dele. Como muitas atividades humanas emitem uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa (GEEs), esta camada tem ficado cada vez mais espessa, retendo mais calor na Terra, ocasionando o aquecimento global que é o aumento da temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos.
Em termos dos potenciais de aquecimento global, o metano (CH4) é considerado o terceiro gás que provoca o efeito estufa, pois capta 23 vezes mais calor, ou seja, apresenta maior absorção de radiação ultravioleta por molécula, quando comparado ao CO2 (MOSIER et al.; 2004).
O metano é um hidrocarboneto formado pela fermentação anaeróbica de bactérias que atuam em materiais orgânicos e em sua formação são reagidos um átomo de carbono (C) e quatro átomos de hidrogênio (H): C + 2H2 CH4. É o gás mais abundante na atmosfera terrestre com uma concentração média global de 1,72 ppmv (partes por milhão por volume); é constituinte do petróleo e do gás natural.
Diversas atividades contribuem para o efeito estufa e estão relacionadas com as mudanças climáticas mundiais, entre elas a produção animal.
O Brasil ocupa posição de destaque na produção pecuária, sendo importante fornecedor de proteína animal para a população mundial. Atualmente o país possui o maior rebanho comercial bovino, com 171,6 milhões de cabeças e detém, aproximadamente, 20% do mercado da carne, sendo o 6º maior produtor de leite (IBGE, 2009).
Objetivou-se com o presente estudo abordar a relação entre o aquecimento global e a emissão do gás metano pelos bovinos, bem como as principais estratégias de mitigação e sua reutilização como fonte energética.
Metodologia
Para o desenvolvimento do trabalho foi realizado o levantamento bibliográfico de publicações referentes ao tema proposto em fontes disponíveis para consulta on line, os quais abordavam temáticas sobre o efeito estufa, alterações climáticas, aquecimento global, emissão de gás metano pelos bovinos, mitigação e utilização energética.
Resultados e Discussão
O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) apresentou no seu terceiro relatório de avaliação climática, lançado em 2001, um aumento na temperatura média da superfície terrestre de 0,6 ± 0,2 ºC. Considerando as incertezas remanescentes, os cientistas concluíram que o aquecimento observado nos últimos cinquenta anos provavelmente era devido ao aumento nas concentrações de gases de efeito estufa. Projetava-se um aumento de 1,4 a 5,8 °C na temperatura e uma elevação no nível do mar de 0,09 a 0,88 metros no período de 1990 a 2100 (JURAS, 2008).
Em 2008, o IPCC apresentou seu quarto relatório que indicou que desde a era pré-industrial até 2005 houve os seguintes aumentos: dióxido de carbono (CO2), de 280 ppm (partes por milhão) a 379 ppm; metano, de 715 ppb (partes por bilhão) a 1774 ppb; e óxido nitroso, de 270 ppb a 319 ppb. O documento concluiu que é evidente o aquecimento global e evidenciou as observações do aumento na temperatura média global do ar e dos oceanos, a ampliação do derretimento de gelo e neve e a elevação do nível do mar (JURAS, 2008).
Quanto à temperatura da superfície terrestre, o aumento entre os períodos de 1850-1899 a 2001-2005 foi de 0,76 (0,57 a 0,95) ºC, e onze dos doze últimos anos (1995-2006) estão entre os doze mais quentes desde que as temperaturas começaram a ser registradas (1850). Uma mudança importante em relação ao 3º relatório é o grau de certeza (de “provável” a “muito provável”) de que o aumento na temperatura média terrestre ocorrido no século XX seja devido ao aumento observado nas concentrações de gases de efeito estufa, a exemplo do metano (JURAS, 2008).
O tema relacionado às mudanças climáticas globais mostra a pecuária ruminante no Brasil como constituinte da principal fonte de metano (CH4) entre as atividades agropecuárias.
O metano produzido em sistemas de produção de bovinos origina-se, principalmente, da fermentação entérica (85 a 90%), sendo o restante produzido a partir dos dejetos destes animais. O metano derivado da fermentação entérica de bovinos representa cerca de ¼ das emissões antropogênicas desse gás, sendo responsável por 15% do aquecimento global. (WUEBBLES E HAYHOE, 2001).
A Índia e o Brasil lideram o ranking mundial de emissão total de metano entérico, com 14,5 e 10,3 Tg de CH4/ ano, respectivamente. Quando é considerada apenas a emissão por bovinos, o Brasil é apontado como o maior emissor (9,6 Tg de CH4/ ano). Segundo resultados preliminares do Segundo Inventário Nacional de Emissões
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