A ANÁLISE DA FITOSSOCIOLOGIA, ESTRUTURA HORIZONTAL E DIAMÉTRICA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA
Por: Gustavo Teixeira • 30/1/2021 • Dissertação • 2.410 Palavras (10 Páginas) • 261 Visualizações
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ANÁLISE DA FITOSSOCIOLOGIA, ESTRUTURA HORIZONTAL E DIAMÉTRICA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ - MA
ANDRADE, Fernanda Lima; OLIVEIRA, Gustavo Teixeira da Silva; VAZ, Marcelo Martins; SANTOS, Naum Silva dos; ARAUJO, Ryan Gabriel de Moraes Vaz
RESUMO - Este trabalho tem como objetivo avaliar a diversidade arbórea das espécies nativas da área ambiental protegida do 50º BIS. Este local é uma zona de transição do bioma Cerrado para o Amazônico, tendo diversas famílias típicas dos dois biomas presentes. A área total utilizada para coleta foi de 2000 m², sendo elas alocadas em 20 parcelas de 10 m x 10 m, ao longo de um local que foi dividido em quatro pontos cardeais, Norte (N), Sul (S), Leste (L) e Oeste (O). As principais famílias nativas encontradas no local foram Caesalpinioideae, Papilionoideae, Vochysiaceae, Rubiaceae, Lecythidaceae e dentre elas a mais predominante é a da Fabaceae, sendo mais precisamente a Leguminosae Adans. que é constituída de 730 gêneros e 19.325 espécies, e é subdividida em três subfamílias: Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae. O índice de distribuição das espécies é alto apresentando um bom CAP (circunferência à altura do peito) e DAP (diâmetro à altura do peito) e com base nesses resultados foram possíveis descrever o nível de abundância das espécies apresentando maior densidade por bloco e geral, com uma frequência absoluta de 80 e frequência relativa de 36,36% nos cinco blocos, apresentando a maior dominância geral.
PALAVRAS CHAVE: Biomas, Área ambiental, Famílias nativas, CAP, DAP.
ABSTRACT - This work aims to evaluate the tree diversity of the native species of the protected environmental area of the 50º BIS. This place is a zone of transition of the biome Cerrado to the Amazonian, having diverse families typical of the two biomes present. The total area used for collection was 2000 m², and they were allocated in 20 plots of 10 mx 10 m, along a site that was divided into four cardinal points, North (N), South (S), East (L) and West (O). The main native species found were Caesalpinioideae, Papilionoideae, Vochysiaceae, Rubiaceae, Lecythidaceae and the largest predominant Fabaceae, with Leguminosae Adans being more useful. It consists of 730 genera and 19,325 species, and is subdivided into three subfamilies: Caesalpinioideae, Mimosoideae and Papilionoideae. The distribution index of the species is high, presenting a good CAP (chest circumference) and DAP (diameter at breast height) and based on these results it was possible to describe the abundance level of the species presenting higher density per block and general, with an absolute frequency of 80 and a relative frequency of 36.36% in the five blocks, with the highest overall dominance.
KEYWORDS: Biomes, Environmental area, Native families, CAP, DAP.
Introdução
O conjunto de indivíduos e comunidades de plantas e animais que compõem os ecossistemas, juntamente com os recursos abióticos é conhecido como estrutura ecossistêmica, a qual fornece as fundações sobre as quais os processos ecológicos ocorrem (TURNER & DAILY, 2008). A maioria dos ecossistemas apresenta milhares de elementos estruturais, cada um exibindo variados graus de complexidade. Devido a isso, esses ecossistemas são caracterizados por comportamentos não lineares, o que faz com que não seja possível fazer previsões de intervenções antrópicas baseadas apenas em conhecimentos sobre cada componente individualmente, pois os processos ecológicos são interligados (ANDRADE & ROMERO, 2009).
O território maranhense é composto pelos biomas Amazônico, Cerrado e Caatinga, o que lhe atribui grande diversidade morfológica e ambiental (MARANHÃO, 2011). Por sua extensão territorial o estado apresenta ainda formações típicas como a Mata de Cocais e Baixada. O Estado aparece, no cenário nacional, como uma das áreas de maior diversidade animal e vegetal (DIAS et al., 2009).
Para a caracterização da vegetação arbustiva-arbóreo de uma área é necessário conhecer as espécies presentes no local e fazer uma avaliação da estrutura horizontal e vertical da floresta. Com isto pode-se verificar o seu desenvolvimento e prever ações futuras (LONGHI et al., 2000).
Leguminosae Adans. é constituída de 730 gêneros e 19.325 espécies, e é subdividida em três subfamílias: Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae (Lewis et al. 2005), situando-se entre as três maiores famílias de Angiospermae (Polhill et al. 1981). Apresenta hábito variado, desde ervas perenes até árvores de grande porte, folhas, em geral, compostas, inflorescência racemosa, flores com corola dialipétala e zigomorfa, com exceção das Mimosoideae, que possuem corola gamopétala, de simetria radiada, frutos do tipo legume e suas variações, como legume bacóide, nucóide e samaróide, lomento, folículo, sâmara e drupa (Barroso et al. 1991; Barroso et al. 1999). O monofiletismo da família foi confirmado por Chappill (1995) e Doyle et al. (2000), pela presença de folhas compostas, com pulvinos e de uma pétala adaxial diferenciada, ovário monocarpelar e frutos do tipo legume. A família consiste no elemento principal de muitos tipos vegetacionais (Lewis 1987), sendo encontrados, no Brasil, cerca de 178 gêneros e 3.170 espécies (Barroso et al. 1991). Nos Campos Rupestres encontra-se bem representada, com cerca de 338 espécies, reunidas em 52 gêneros (Garcia & Dutra 2004).
Caesalpinioideae compreende 171 gêneros e 2.250 espécies (Lewis et al. 2005), abundantes na América do Sul, África tropical e sudeste da Ásia (Cowan 1981). Segundo Barroso et al. (1991), as espécies nativas correspondem a 64 gêneros e 790 espécies. Nos Campos Rupestres a subfamília está representada por sete gêneros e 94 espécies (Garcia & Dutra 2004). Distingue-se pelas folhas pinadas ou bipinadas, raramente simples ou 1-folioladas; flores geralmente zigomorfas, 4-5-meras, com sépalas livres (exceto em Cercideae), sendo a pétala adaxial sobreposta pelas pétalas laterais adjacentes, quando estas estão presentes; o legume é o tipo de fruto mais freqüente e as sementes não apresentam ranhura hilar e geralmente possuem o eixo da radícula reto (Cowan 1981; Barroso et al. 1999).
Os estudos sobre a composição florística e a estrutura fitossociológica das formações florestais são de fundamental importância, pois oferecem subsídios para a compreensão da estrutura e da dinâmica das florestas, parâmetros imprescindíveis para o manejo e regeneração das diferentes comunidades vegetais. Sendo assim, através dos levantamentos fitossociológicos é possível estabelecer uma hierarquização entre as espécies estudadas e avaliar a necessidade de medidas voltadas para a preservação e conservações das florestas.
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