A CONSTRUÇÃO LEED

A Inserção da Certificação LEED

na Construção Civil

SILVA, T.C.; SANTOS, S.F.; DIAS, J.C.

UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA

Rod. Presidente Dutra, km 157,5 – Pista Sul, CEP 12240-420, São José dos Campos, SP – Brasil

Resumo - O presente trabalho consiste na exposição da importância da inserção da Certificação LEED na construção civil, sendo mencionado as etapas para obtenção, o impacto na construção civil, entre outros. O objetivo do presente artigo é informar sobre a metodologia de obtenção da referida certificação, visando a sustentabilidade.

Palavras chaves – Certificação LEED, Sustentabilidade, Construção Civil.

INTRODUÇÃO

   A construção civil no Brasil é marcada pela baixa produtividade e grande desperdício, diante do crescimento populacional e da demanda por construções num curto espaço de tempo, é visível que esse setor carece de mudanças e inovações tecnológicas.

   No mercado global, a construção civil possui demanda crescente, assim sendo necessária a busca por melhoria contínua que visa aprimorar o que já se tem, tornando-o mais produtivo, econômico e sem desperdício de tempo ou de materiais.

   Atualmente, além da busca por inovações que garantem produção econômica e produtiva, há procura por alternativas sustentáveis. A inserção de sustentabilidade na construção civil é um grande desafio visto que o impacto ambiental da mesma no meio ambiente é significativo, pois depende de uma grande cadeia produtiva, se analisar profundamente desde a extração de matérias primas até a destinação dos resíduos.

  No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), presidida por Gro Harlem Brundtland e Mansour Khalid, expôs um documento chamado Our Common Future, também conhecido como Relatório Brundtland. O relatório afirma que "desenvolvimento sustentável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades"[1].

   A sustentabilidade ambiental, para ser plenamente alcançada através de uma nova postura holística, deve ser abordada em todas as suas implicações, nas esferas das atividades humanas, sejam elas familiares, educacionais, habitacionais, produtivas, extrativistas ou exploratórias, de consumo de produtos, prestação de serviços, de pesquisa, e até mesmo nas atividades futuras, aquelas que ainda nem foram inventadas. Todos os tipos de transformação no meio ambiente somos (os humanos) responsáveis, por isso o planejamento é de fundamental importância para um bom desenvolvimento, em qual quer setor, principalmente da construção civil [2].

   A certificação LEED, ou Leadership in Energy and Environmental Design vêm ganhando espaço dentro do contexto de sustentabilidade uma vez que a mesma certifica construções sustentáveis, sendo concebida e concedida pela organização não governamental United States Green Building Council (USGBC).

   Mais de 160 países utilizam a certificação, tornando o LEED a principal plataforma aplicada para Green Buildings ou edifícios verdes, que visam a aplicabilidade de propostas sustentáveis.

  Para cada item atendido do checklist de categorias da certificação, gera-se uma pontuação. Ao final do processo de avaliação temos o total de pontos daquele empreendimento, o qual reflete diretamente o nível de desempenho do mesmo, classificando assim a certificação LEED® entre Certified (Básico), Silver, Gold e Platinum conforme indicado na Tabela 1.

Tabela 1 - Relação de Pontuação LEED

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   A certificação LEED visa o desafio de obtenção da certificação através de inserção de propostas sustentáveis que podem e devem ser aplicadas em edifícios, visando agregar melhorias ao planeta, os resultados obtidos com a certificação são muito favoráveis.

   Bank of America Tower, por exemplo, foi o primeiro edifício do mundo a receber o selo de certificação ambiental LEED Platinum. O empreendimento, idealizado pelo escritório de arquitetura Cook+Fox e construído pela Tishman Construction Corporation, é considerado uma das arquiteturas mais eficientes do mundo.

   O projeto da torre de escritórios, que foi finalizado em 2009, custou US$ 1bilhão e possui 54 andares, com 365 m de altura e 196 mil m² de área, como podemos ver na Fig. 1.

Figura 1 -   Bank of America Tower - Edifício Certificação Platinium

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   A maioria das matérias primas empregadas em sua construção é nativa de fontes recicláveis e renováveis, todas adquiridas a no máximo 500 km de New York. A construtora instruiu seus trabalhadores acerca dos os métodos de seleção de materiais e construção adequados.

   Ao longo da obra, a empresa estabeleceu a qualidade de ar interior, garantindo ar fresco e ventilação no edifício para os empregados em todas as fases da obra, bem como para os atuais usuários do prédio.

   A composição do concreto foi de 45% de escória e 55% de cimento. A intenção na redução do uso do cimento no concreto se fundamenta na produção do material, pois é emitido muito CO2. Para economia de energia elétrica, os interiores foram todos projetados para receber iluminação natural, em virtude da transparência do vidro e de seu isolamento. Ademais, parte da água utilizada, era água pluvial reaproveitada.

   Comprovadamente, o setor da construção civil tem papel indispensável para a efetivação dos objetivos mundiais de desenvolvimento sustentável. O Conselho Internacional da Construção – CIB aponta a indústria da construção como o ramo de oficio humano que mais esgota os recursos naturais e utiliza energia de forma demasiada, gerando relevantes impactos ambientais.

   Além dos impactos relacionados ao gasto de matéria e energia, há aqueles coligados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Sendo estimado que 50% dos resíduos sólidos são oriundos da construção.

   Os sistemas de avaliação ambiental de edifícios hoje no Brasil são muito empregados. Segundo o Green Building Concil Brasil, no final de 2012, o Brasil assumiu a posição de quarta nação no ranking mundial de empreendimentos LEED, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos.

   Esse crescimento visível do setor acarretou no desenvolvimento e lançamento de selos e certificações especificamente voltadas para o mercado brasileiro, dentre elas o Aqua da Fundação Vanzolini, o Procel Edifica da Eletrobrás e o Selo Caixa Azul da Caixa Econômica Federal.