A Evolução do Aço na Construção
Por: Ana Luiza Fortes Viana • 11/6/2017 • Trabalho acadêmico • 1.047 Palavras (5 Páginas) • 323 Visualizações
4.2. A Evolução do Aço na Construção
Em 1850, o príncipe Albert criou a primeira feira mundial de produtos industriais; Exposição Internacional. Foram criados então, comitês executivos e arquitetônicos para elaborar projetos para o edifício de exposição. No entanto nenhum projeto foi considerado satisfatório, principalmente por todos exigirem muito tempo para serem construídos. A solução foi dada por Joseph Paxton (1801-1865), um horticultor e construtor de estufas. Ele sugeriu o seguinte projeto; uma estufa superdimensionada, para ser montada com colunas e vigas modulares de ferro fundido e fechada por uma parede de vidros padronizados. Sua proposta foi aprovada e em nove meses, todas as peças haviam sido manufaturadas e transportadas para o Hyde Park em Londres, onde seria montado o edifício. (fonte)
No dia primeiro de maio de 1851, o edifício foi inaugurado e batizado de Palácio de Cristal. Paxton utilizou tudo que os ingleses haviam aprendido com a tecnologia do metal na construção de estações de trem, pontes, ferrovias e estufas nas duas décadas anteriores, mas suas inovações produziram grandes mudanças na área da construção, na pré-fabricação de peças padronizadas, e na organização sistemática do processo construtivo.
Figura - Palácio de Cristal, Londres 1851. Vista
Fonte: <http://morielnn.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-microsoftinternetexplorer4.html > Acesso em 29 de maio 2017
O Palácio de Cristal ocupa uma área de 563 por 124 metros, com colunas de ferro fundido colocados a 14,6 metros de distancia umas da outras. O volume fechado da estrutura ultrapassava muito a massa da construção. Paxton introduziu o contraventamento com barras diagonais de ferro forjado nas partes superiores da estrutura para resistir as forças laterais do vento (Leland Roth, 1993). Outra particularidade do edifício é ser totalmente transparente para os ferros inclusive foram pintados de azul para se confundirem com o céu. A outra grande vantagem desse edifício é a possibilidade de desmontá-lo. Quando a exposição terminou, o Palácio de Cristal foi desmontado e transportado para Sydenham. Lá foi erguido novamente, porém maior e com a finalidade de funcionar como o centro cultural para Londres mas infelizmente foi destruído em 1936 por um incêndio.
Figura - Palácio de Cristal. Interior. As barras de ferro forjado em X nos tramos superiores fornecem o contraventamento diagonal.
Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/19632948347696667/ > Acesso em 29 de maio 2017
A construção da estação ferroviária foi uma das obras mais cobiçadas nesse período por causa do crescimento da malha ferroviária e do uso dos trens no dia a dia. As estruturas precisavam vencer grandes vãos, mas as estações criavam um desafio em especial. Elas demandavam dois tipos de edifícios; rotundas de locomotiva e áreas de embarque e desembarque de passageiros (Lelando Roth, 1993). Os trilhos e as plataformas precisavam ser cobertos e tinham que ser resistentes ao fogo produzido pelas brasas das chaminés das locomotivas. Com o avanço da tecnologia da construção em ferro, surgiu a resposta, treliças extremamente leves feitas em ferro forjado. A grande vantagem de usar o ferro como material estrutural é obter o maior esforço possível com a menor quantidade de material. O arco do galpão cobre um vão de 71,3 metros e se eleva a 30,5 metros, com perfil levemente pontiagudo, seu comprimento é de 210 metros. (Lelando Roth, 1993)
A estação de trem atingiu seu ápice com amplo galpão de metal arqueado construído em Saint Pancras (Londres, 1863-1865) pela Midland Railway Company, projetado pelos engenheiros W.H Barlow e R.M. Ordish. Barlow, que era engenheiro da Midland Railway Company, havia ajudado Paxton no projeto do Palácio de Cristal. (Leland Roth, 1993
Figura – Estação Saint Pancras, Londres, 1863 – 1865. Cobrindo todos os trilhos da estação, o vão livre deste telhado de metal e vidro é de 71,3 metros.
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