Ataque Para a Metalografia
Por: Yonara N. F. Emidio • 8/4/2020 • Pesquisas Acadêmicas • 686 Palavras (3 Páginas) • 505 Visualizações
ATAQUE PARA METALOGRAFIA
A Metalografia é um ramo da metalurgia que atua no controle de qualidade estrutural dos metais, das ligas e materiais, como a sua composição, propriedade, estrutura e aplicação.
A análise metalográfica pode ser macrográfica (inspeção a olho nu ou com auxílio de lupas) ou micrográfica (utilizando microscópios eletrônicos). Dois dos procedimentos para se obter a análise são o Ataque Químico e o Ataque Eletroquímico, que tem como objetivo permitir a identificação dos contornos de grãos e as diferentes fases da microestrutura.
O ataque químico depende do processo de oxidação e/ou redução que ocorre na superfície do corpo de prova. Os reagentes químicos para a revelação da estrutura de um metal ou liga metálica podem ser soluções simples ou misturas complexas orgânicas e inorgânicas. Os reagentes são geralmente soluções aquosas ou alcoólicas de ácidos, bases e sais, bem como sais fundidos e vapores. Geralmente os reagentes para revelação das estruturas metálicas na metalografia são diluídos em solução alcoólica.
O contraste varia em função da composição química, temperatura e tempo. Pode ser dividido em:
- Macroataque: evidencia a macroestrutura, o qual pode ser observado a olho nu ou através de uma lupa de baixo aumento.
- Microataque: evidencia a estrutura íntima do material em estudo, podendo esta ser observada através de um microscópio metalográfico. Após o ataque químico a amostra deve ser rigorosamente limpa, para remover os resíduos do processo, através da lavagem em água destilada, álcool ou acetona, e posteriormente seca através de jato de ar quente.
Há algumas precauções que são importantes e devem ser tomadas quanto à qualidade da superfície preparada para o ataque:
- Superfície totalmente plana da borda até o centro;
- Superfície isenta de riscos, manchas ou demais imperfeições;
- Superfície polida absolutamente limpa.
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Tabela 1 - Tipos e procedimentos de ataques químicos
No ataque eletroquímico ocorrem durante o procedimento na superfície metálica reações de:
- Redução (catódicas/irônicas): amostra é submetida à ação de bons energizados, geralmente de gases de argônio ou néon, os quais amotinam o material seletivamente, analogamente ao ataque químico. O ataque catódico é processado aplicando-se na amostra, que atua como cátodo, um d.d.p de 1 – 10 KV por um período de tempo que varia de 1 a 30 minutos.
- Reações de oxidação (anódicas/ eletrolíticas): ataque seletivo para certos tipos de fases do corpo de prova, colocado como ânodo em um determinado eletrólito. É com frequência efetuada imediatamente após o polimento eletrolítico.
Todos os metais contendo a solução eletrolítica tendem a se ionizar desprendendo elétrons. A extensão de reação pode ser avaliada medindo-se o potencial eletroquímico. Isto é realizado pela comparação do potencial do metal com o potencial do eletrodo de referencial. Logo, microestruturas com diferentes potenciais eletroquímicos são atacadas com taxas (velocidades) diferentes, produzindo ataque diferente, que resulta em contraste microestrutural.
O ataque eletroquímico pode ser considerado como uma corrosão forçada. A diferença de potencial dos diversos elementos da microestrutura origina miniaturas de células galvânicas constituídas de regiões anódicas e catódicas. Estas células se originam não somente devido à diferença na composição das fases, mas também devido às irregularidades na estrutura cristalina, por exemplo contornos de grão.
TABELA – ATAQUES POR MATERIAIS | ||
Método de Aplicação | Materiais Indicados | Microestruturas Reveladas |
Imersão | Aços Carbono em geral | |
Imersão | Aços Carbono em geral tratados termicamente | |
Eletrolítico - 200/400 mA. | Aços Inox Austeníticos | |
Imersão | Aços Ferramenta | |
Imersão | Ligas Cr Fe | |
Esfregar | Aços com alto Si: Ataca fases de P | |
Imersão ou Esfregar | Aços Inox Austeníticos End. Precipitação (AISI 660) | |
Imersão ou Esfregar | Aços Inox, Aços Ferramenta | Identifica as fases Delta e Sigma. Revela Carbonetos em CG Austenítico |
Imersão | Aços Ferramenta e Aços alto Si | |
Eletrolítico - 200/400 mA. | Aços Inox Austenítico e Aços Maraging | |
Eletrolítico - 200/400 mA. | Aços Inox Austeníticos End. Precipitação (AISI 660) | |
Eletrolítico - 200/400 mA. | Aços Inox Austeníticos End. Precipitação (AISI 660) | |
Esfregar | Aços Inox Austeníticos End. Precipitação (AISI 660) | |
Imersão ou Esfregar | Aços Inox Austeníticos End. Precipitação (AISI 660) Aços AISI 400 | |
Esfregar | Ligas a base de Ti | |
Eletrolítico 5 to 7 Amp | Ligas a base de Ti | |
Esfregar | Aços Inox Austeníticos, End. Precipitação, Inox Martensíticos e Ligas alto Ni | |
Esfregar | Aços Inox Ligados, Ligas Ni-Cr-Co-Mo | |
Esfregar | Aços Inox Ferríticos, End. Precipitação e Martensítico | |
Imersão, Temperatura ambiente, ou entre 80-100ºC | Aços Inox, Soldas | Carbetos em Contorno de Grão. Em 80-100C revela fase sigma e delta após 30s. |
Eletrolítico, 3V | Aços Inox, Soldas | Revela a ferrita delta (azulado) e sigma (laranja/marron) |
Imersão a frio ou morno ~60-70ºC Preparação da Solução à 60ºC 3min à 35min. | Aços carbono temperados (levemente revenidos) | Revela tamanho de grão austenítico. |
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