Bombas Infusora
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COD-0005
BOMBAS INFUSORAS
Volume 1
TEORIA
PRATICA
DICAS
FOTOS ILUSTRATIVAS
INDICE
BOMBAS INFUSORAS
1. O que são Bombas de Infusão
2. Para que servem
3. Tipos de Dispositivos ou Sistemas de Infusão
4. Como funcionam
5. Classificação das Bombas de Infusão
6. Acidentes mais comuns
7. Manutenção
Você sabia?
O primeiro dispositivo automático de infusão surgiu em 1963. Chamado de infusor cronométrico
de Watkins, consistia em um mecanismo de relógio que movimentava um cabeçote com roletes, os
quais comprimiam um cateter que deslocava o líquido.
Modelo de dispositivo de infusão
Modelo de dispositivo de infusão
Paciente com dispositivo de infusão
1. O que são Bombas de Infusão
Infusão quer dizer a introdução de um líquido - que não seja o sangue - em um vaso sangüíneo.
Cerca de 80% dos pacientes hospitalizados recebem terapia por infusão.
Uma bomba de infusão é um dispositivo eletromecânico capaz de gerar fluxo de um fluido a pressões maiores que a pressão do sangue no local da infusão - cerca de 10 mmHg para pressão venosa e 80 mmHg a 120 mmHg para pressão arterial diastólica e sistólica, respectivamente. As bombas de infusão possuem alarmes e controles que possibilitam a infusão precisa e segura mesmo em baixas velocidades e longos períodos.
As bombas de infusão fazem parte de sistemas de infusão, os quais são formados por três
componentes:
a) um reservatório de fluido;
b) um equipo que leva o fluido do reservatório ao paciente e
c) um dispositivo para gerar e regular o fluxo.
2. Para que servem as Bombas de Infusão
Pacientes hospitalizados precisam de fluidos e drogas que são administrados por via
intravenosa, epidural e, mais raramente, intra-arterial. As bombas de infusão são usadas
para:
a) manutenção dos níveis adequados de fluidos em pacientes durante e após cirurugias;
b) nutrição parenteral;
c) manter a veia aberta e facilitar a administração de medicamentos em emergências e
d) infusão contínua (ex. hormônio do crescimento) ou intermitente (ex. antibióticos) em
quantidades adequadas e não tóxicas.
A aplicação mais importante das bombas de infusão é a administração contínua de drogas. Modos
tradicionais como injeções ou pílulas resultam em flutuações da concentração da droga no tempo.
A infusão contínua reduz a flutuações e assegura maior eficácia terapêutica.
Comparação da evolução da concentração da droga x tempo, a partir do instante de sua administração para terapias convencional e ideal.
Os dispositivos de infusão são usados em pacientes de ambulatório, centros cirúrgicos, UTIs e
ambulâncias. Outras aplicações da infusão contínua de drogas:
a) controle da pressão arterial com drogas vasoativas;
b) anestésicos em cirurgias;
c) quimioterapia para tratamento de câncer;
d) agentes indutores de trabalho de parto;
e) supressores de dor e de trabalho de parto;
f) drogas anti-arrítmicas;
g) insulina para diabéticos;
e) hormônios e outros.
Quando usar as Bombas de Infusão?
- quando for necessário maior precisão que a dos métodos tradicionais;
- quando for preciso pressão positiva para vencer a pressão do vaso (terapia intra-arterial);
- quando o extravazamento da droga infundida for um risco ao estado do paciente;
- quando o volume total de infusão não puder ser ultrapassado;
- quando estiver especificado pelo fabricante da droga;
- quando a taxa de administração da droga for pré-determinada e
- quando a bomba representar um método efetivo para diminuição do risco do paciente.
O que pode ocorrer se vazão for inadequada?
- o paciente pode ter uma resposta retardada (em caso de fluxo baixo) ou sofrer com a toxicidade
da droga (em caso de fluxo alto);
- aumenta a possibilidade de flebite e tromboflebite (infecção e entupimento dos vasos,
respectivamente);
- infiltrações e extravazamentos no local da aplicação, podendo levar a necrose, edema pulmonar,
problemas renais e cardíacos;
- problemas no metabolismo do paciente e
- embolia pulmonar
3. Tipos de dispositivos ou sistemas de infusão
Existem três tipos, de acordo com o controle do fluxo da infusão:
- o mais simples é o de controle manual de fluxo;
- o de controle automático ou semi-automático (controlador de infusão) tem o fluxo determinado
pelo operador;
- e a bomba de infusão que gera, monitora e controla o fluxo. Este é o sistema de maior precisão
e que permite trabalhar com pressões maiores que os sistemas gravitacionas. Nas bombas de infusão
o controle do fluxo pode ser volumétrico ou não volumétrico.
Controle Manual do Fluxo de Infusão
Consiste em um reservatório em um equipo composto por um tubo, uma câmara de gotejamento e uma pinça rolete ou chapinha metálica (grampo) para comprimir o tubo do equipo e controlar o fluxo de líquido do reservatório para o paciente. A pressão da infusão é a diferença entre a pressão
hidrostática gerada pela coluna de líquido e a pressão venosa (que varia em torno de 10 mmHg).
Componentes do sistema de infusão com controle de fluxo manual.
As vantagens do dispositivo de controle manual são o baixo custo e operação simples. A
desvantagem é a imprecisão do sistema, pois o fluxo varia no tempo em função dos seguintes
fatores:
- redução da coluna do líquido;
- variações da pressão venosa do paciente;
- posicionamento (altura) do reservatório;
- viscosidade e temperatura do líquido;
- formação de coágulo na linha de infusão e
- duração da infusão.
Além da imprecisão, o sistema de controle de fluxo manual só pode ser usado em veias periféricas
devido à baixa pressão que é gerada. Onde a pressão do sangue é alta (ex. veias centrais e
artérias), seu uso é impraticável.
O dispositivo de controle manual se baseia na contagem de gotejamento feita pelo operador
(enfermeiro, auxiliar de enfermagem). Há um erro intrínseco ao processo: as características
das gotas variam no tempo. Também não é possível estabelecer um fluxo que resulte
em um número de gotas que não seja inteiro (ex. 3,5 gotas/min). Por fim, este sistema
não possui alarmes e a monitoração do processo depende exclusivamente do profissional de saúde.
Controladores de Infusão
são equipamentos que regulam a pressão de vazão do líquido sob pressão positiva gerada pela
força da gravidade. O fluxo depende da pressão gerada pela ação da gravidade para proporcionara infusão, mas a regulação do fluxo é controlada pela contagem eletrônica das gotas.
Os controladores de infusão são uma opção simples de infusão, monitoram e regulam o fluxo
determinado pelo operador (semi ou automaticamente) e são sensíveis à oclusão no equipo ou
ao deslocamento da agulha. Sua limitação é a baixa pressão de infusão.
Sistema de infusão por gravidade com controlador semi-automático de infusão.
Quando a contagem de gotas não está de acordo com o valor pré-determinado, soa o alarme e o operador reajusta o grampo
Sistema de infusão por gravidade com controlador automático.
O sistema estabelece e controla o fluxo de infusão e a pressão de infusão é determinada pela pressão gravitacional da coluna de fluido no resevatório e no equipo.
No sistema de infusão por gravidade (figuras acima) o controle é semi-automático: o operador
ajusta o fluxo desejado com ajuda de um grampo. Na cãmara de gotejamento há um diodo emissor
de luz (LED) de um lado e um sensor de luz do outro. O funcionamento do sensor é interrompido
pela passagem de cada gota, que envia um sinal ao contador de gotas. Assim, o controlador
pode emitir um alarme caso a contagem de gotas esteja abaixo da programação estabelecida ou
se estiver ocorrendo fluxo livre, duas situações que necessitam da intervenção do operador.
Bombas de Infusão
Esta é certamente a opção de maior precisão. Nas bombas de infusão a pressão independe da pressão gravitacional e, muitas vezes, ela é maior que a pressão gravitacional. O controle de fluxo
pode ser volumétrico ou não volumétrico. O mecanismo de infusão pode ser peristáltico, por pistão
ou por seringa.
As bombas de infusão são amplamente usadas em hospitais, principalmente:
- em tratamentos de quimioterapia (clínica oncológica);
- para administração contínua de drogas cardiovasculares (UTIs);
- em unidades de queimados;
- no tratamentos de pacientes desidratados;
- em neonatologia (bebês de baixo peso)
- nas terapias intra-vasculares feitas no hospital ou na casa do paciente.
4. Como funcionam as bombas de infusão
Diagrama em blocos de uma bomba de infusão.
4a - Circuito de controle
4b - Painel de controle
4c - Saída de dados (display)
4d - Alarmes
4e - Motor
4f - Mecanismos de infusão
4a - Circuito de controle
É reponsável pela interpretação das informações inseridas no dispositivo
(programação), pelo controle do mecanismo de infusão, pela interpretação dos sinais dos sensores
e pelo disparo dos alarmes quando necessário.
Os circuitos de controle podem armazenar informações, calcular a dose da droga, realizar
variações na taxa de infusão e funcionar como interface entre a bomba e o computador, periféricos
etc. Estes circuitos podem ser analógicos, digitais e/ou microprocessados. Com ele a infusão
pode ser feita de duas formas:
a) com controle volumétrico: o volume do líquido a ser infundido é controlado, assim como a
velocidade da infusão, independentemente das características do líqüido. A unidade de volume por unidade de tempo é ml/h.
b) com controle não volumétrico: é controlada a quantidade de gotas liberadas
por unidade de tempo (gotas/min), o que afeta a velocidade da infusão. O volume depende
do tamanho da gota (que varia com o tipo de equipo), da temperatura, viscosidade e densidade
do líquido.
4b - Painel de controle
Geralmente é um teclado para a entrada de dados sobre a infusão a ser feita.
4c - Saída de dados (display)
Os mais comuns são displays alfa-numéricos de cristal líqüido. Eles apresentam informações
sobre a infusão em andamento, volume total a ser infundido, fluxo (ml/h ou gotas/min), tempo
total e tempo restante da infusão, dados sobre alarmes etc.
4d – Alarmes
Indicam problemas tais como:
- bolhas de ar no equipo (nesse caso, deve-se interromper imediatamente a infusão);
- fluxo livre;
- oclusão do equipo;
- fim da infusão/término do líqüido e
- bateria fraca (a bateria deve autonomia mínina de cinco minutos).
4e – Motor
Para acionar os sistemas de infusão costuma-se usar motores de corrente contínua ou motores
de passo.
4f - Mecanismos de infusão
Mecanismos de infusão peristálticos
Esse mecanismo de infusão é caracerizado pelo esmagamento de um tubo por onde passa o líqüido de infusão.
As bombas peristálticas podem usar mecanismo rotativo (com ou sem batente) ou linear. Elas
fornecem fluxos entre 0,01 ml/h e 999 ml/h. Seu volume é limitado pela capacidade do
reservatório.
Mecanismo peristáltico rotativo
É composto por um rotor que pressiona pequenos rolos contra um tubo flexível.
Representação do mecanismo de infusão peristáltico rotativo.
Esse mecanismo se apresenta sob duas formas: com ou sem batente. No modelo com batente o
tubo é pressionado contra um ponto fixo (batente rígido). Nele pode ser usado um equipo comum.
A vantagem do mecanismo sem batente é que, por haver um ponto único de esmagamento, o mecanismo é mais confiável. A desvantagem é que seu ajuste é mecânico e portanto mais difícil.
Esquema do sistema peristáltico rotativo com batente.
No modelo sem batente não há um ponto fixo de esmagamento. O tubo é preso sobre o rotor. Roletes esticam e esmagam o tubo promovendo o fluxo do líqüido. Nesse caso é preciso usar um equipo de silicone, pelo menos na porção onde ocorre o esmagamento. O equipo é específico para cada modelo de bomba. A vantagem do mecanismo sem batente é que ele é mais fácil de ser construído. As desvantagens são a necessidade de um torque maior do motor para impulsionar o líqüido e de um equipo especial de silicone.
Para escolher o tubo de silicone deve se levar em conta:
- o grau de pureza (médico, alimentício ou industrial);
- o diâmetro interno do tubo, que define a quantidade de fluido deslocada a cada passo do motor e
- a espessura da parede do tubo, que determina a força para se obter o colabamento do tubo.
-
Mecanismo peristáltico linear
É composto por uma série de placas ou engrenagens que pressionam o tubo contra um batente,
fazendo um movimento ondulatório gerado por um fuso, acionado pelo motor e justaposto às placas. O fluido é impulsionado pela pressão aplicada ao tubo em posições consecutivas
A vantagem desse sistema é alta precisão - erro é menor que 2%. A infusão é contínua e não
pulsátil e as bombas com mecanismo de infusão por seringa não possuem sensor de ar (pois são
menos suscetíveis a esse problema)
A desvantagem é o volume limitado ao da seringa e a necessidade de padronização das mesmas. Apesar de serem limitadas pelo volume da seringa (máximo 100 ml) alguns modelos podem acomodar mais de uma seringa.
Seringa
A seringa funciona como reservatório da droga em uma bomba de infusão e garante alta precisão
e fluxo contínuo para pequenos volumes (menores que 100 ml) - geralmente usados para medicamentos potentes.
As seringas infundem soluções com precisão elevada e baixo fluxo, por isso são muito
apropriadas em pediatria e terapia intensiva, onde volumes pequenos de drogas com concentração
elevada devem ser infundidos por longo tempo.
Neste mecanismo a rotação do motor de passo é transmitida a um fuso (rosca sem fim) que
movimenta o êmbolo da seringa. Normalmente uma mola ou um mecanismo a gás é usado para
empurrar o êmbolo com força constante, criando uma pressão de infusão também constante.
Esquema do mecanismo de infusão por seringa.
.
Pistão ou diagragma
No sistema de infusão do tipo pistão o motor transmite um movimento ao pistão que entra e sai
do êmbolo do equipo promovendo enchimento e esvaziamento do reservatório ou diafragma de
volume conhecido.
Uma válvula direciona o fluxo conforme o estágio do ciclo de bombeamento. Este mecanismo
controla o volume infundido variando a amplitude e a taxa de deslocamento do pistão. A vantagem
desse sistema é sua alta precisão (2%), mas sua desvantagem é o fluxo pulsátil e o custo
elevado do equipo.
Esquema de funcionamento do sistema de infusão tipo pistão.
Sensor de gotas
Fica posicionado junto à câmara de gotejamento do equipo e é composto normalmente por um display(que emite um feixe de luz) e um componente fotosensível (como um fototransistor).
Esquema de um sensor de gotas.
Cada gota interrompe o feixe de luz e corta a corrente no fototransistor, gerando um pulso.
A freqüência dos pulsos é medida e comparada com o valor ajustado pelo operador no painel
de controle. Se a freqüência estiver fora da faixa selecionada o circuito soa o alarme. Este
sensor, além de ser usado para medir o fluxo de infusão, também detecta fluxo livre.
Sensor de ar
Posicionado junto ao equipo, depois do mecanismo de infusão, o sensor de ar opera de modo análogo ao sensor de gotejamento - um display de um lado do tubo e um sensor fotoelétrico do outro. Quando uma bolha de ar atravessa o tubo, mais luz chega ao sensor e um sinal é enviado para o circuito de controle disparando o alarme.
Demais sensores
Há ainda sensores de pressão para detectar oclusão na linha e transdutores de ultra-som para
medir o fluxo e o final de infusão, reservatório vazio e erro de programação. Na maioria das
bombas é possível armazenar em memória, no caso de uma interrupção temporária causada por uma alarme, as programações e o volume total infundido.
Equipo
É o dispositivo que transporta o líquido do reservatório ao paciente. Um equipo universal é
aquele desenvolvido para uso em qualquer bomba peristáltica. Já um equipo específico é
desenvolvido para um determinado modelo de bomba de infusão, o que garante maior exatidão
da vazão infundida.
Outros
Algumas bombas possuem a capacidade de armazenas dados, tais como a configuração da bomba, ocorrência de alarmes, erros de sistema, uso de comando e o tempo e data de cada evento. Também podem possuir porta serial RS232 para saída de dados para microcomputador ou
impressora, o que permite armazenar dados sobre os procedimentos de infusão.
5. Classificação das bombas de infusão
Bombas de infusão de uso geral
Bombas de infusão de uso geral servem para aplicar com precisão soluções de drogas por via
intravenosa e epidural em procedimentos terapêuticos ou diagnósticos. Elas são usadas em
ambulâncias, hospitais e outros tipos de estabelecimentos de saúde.
Bombas de infusão de uso geral.
Bombas de infusão ambulatoriais
Usa-se bombas de infusão ambulatoriais para administrar soluções parenterais através
de seringas ou reservatórios compressíveis - que devem ser pequenos o suficiente para serem
carregados pelo paciente. São usadas para infundir soluções por via intravenosa, epidural e
ocasionalmente intra-arterial. A infusão pode ser contínua (ex. hormônio do crescimento,
nutrição parenteral total e quimioterapia) ou intermitente (ex. antibióticos). Se o paciente precisar apenas de terapia de infusão ele pode ser tratado fora do hospital usando uma bomba de infusão ambulatorial. A solução é infundida através de um cateter implantado em uma veia periférica ou central.
Existem bombas de infusão eletrônicas (bombas peristálticas, bombas a seringa e bombas de
insulina) que funcionam através dos mesmos mecanismos descritos acima. Há também bombas
descartáveis, como a bomba por balão elástico, em que a pressão de infusão é obtida pelo
preenchimento de uma balão elástico e o controle do fluxo é feito de acordo com as
características do equipo.
Bomba ambulatorial eletrônica.
A maioria das bombas ambulatoriais são são microcontroladas e alimentadas por bateria. Alguns
modelos permitem programação complexa com regimes de infusão de mais de uma droga.
Bombas de insulina
São bombas ambulatoriais específicas para pacientes com diabetes tipo 1. A infusão ocorre por
um cateter subcutâneo inserido na região abdominal. Em geral, o reservatório tem capacidade para
3 ml de solução, o que é suficiente para dois dias. Essas bombas infundem microvolumes de
forma pulsátil, fornecendo controle metabólico melhor que as injeções porque infundem insulina de
forma semelhante ao que faz o pâncreas, o órgão responsável pela secreção de insulina e que, nos diabéticos, é deficiente.
Na maior parte do tempo a bomba de insulina opera com um fluxo basal suficiente para manter
o volume necessário de glicose ao paciente depois das refeições e durante a noite. A taxa basal é
definida em unidades por hora e programada em um microprocessador. É possível infundir uma dose extra nos horários das refeições (em geral, 30 min antes). Calcula-se a dose extra levando em conta o conteúdo calórico da refeição e o nível de glicose antes dela.
A maioria das bombas da insulina usa cateter revestido internamente por material que não
reaja à insulina (polyolefin) para evitar incrustrações e entupimento do cateter. Algumas
bombas têm capacidade de guardar dados ou têm ainda um comando de "automatic off", usado para encerrar a infusão depois de um certo período pré-programado, evitando assim a hipoglicemia do paciente.
Sistemas de malha aberta de infusão de insulina não monitoram o nível de insulina no sangue do
paciente. Pode-se usar um coadjuvante que é o monitor portátil de glicose para fazer
pelo menos quatro análises diárias. Os resultados das análises podem ser usados para reprogramar a bomba de infusão de insulina Eventualmente pacientes com diabétes tipo 2 podem ser tratados com infusão subcutânea intermitente de insulina.
Bomba de infusão de analgésicos controlada pelo paciente
Conhecidas como bombas de infusão PCA, operam de forma análoga às demais bombas mencionadas, com a diferençã de que estas infundem medicamento conforme a requisição do paciente. Isso permite que o paciente se auto-administre com doses de analgésicos por via intravenosa, subcutânea ou epidural.
São indicadas no pós-operatório, para pacientes terminais e traumatizados que apresentam
perfil psicológico adequado. As bombas PCA permitem a administração segura de analgésicos
conforme a necessidade do paciente e dentro dos limites da prescrição médica.
Para evitar a "overdose" é possível ajustar o intervalo mínimo de tempo entre uma infusão e
outra, criando-se um intervalo de bloqueio do mecanismo. É possível também programar a dose
basal e o volume da dose extra. O botão de acionamento pode se localizar na bomba ou em um cabo junto ao leito do paciente.
Bombas implantáveis
As bombas implantáveis são usadas em pacientes com dor crônica (causadas por trauma físico
ou câncer, por ex.), nos quais mesmo doses elevadas de medicação oral não são suficientes e/ou
quando é necessário aplicar a droga o mais perto possível de uma região específica
(para reduzir a dose efetiva).
O mecanismo de controle de infusão é implantado sob a pele (por ex. na região abdominal ou
lombar) juntamente com um cateter que leva a droga até a região-alvo.
Estas bombas devem ser pequenas e confiávies, além de permitir recarga do reservatório. Nos
modelos eletrônicos a programação e o controle são feitos externamente, por ex. através de
ondas de rádio-freqüência. A bateria deve permitir uma boa autonomia antes da substituição.
Alguns modelos comerciais permitem a recarga, mas não a regulação. Nos modelos mecânicos a
pressão de infusão é gerada por gás freon ou fluorcarbono (que se expande a 37ºC). O gás
contido a uma pressão P1 em um compartimento fechado comprime o reservartório do medicamento.
A pressão ao redor da bomba é P2. A recarga se dá por injeção de fluido através de perfuração
septum.
Esquema de funcionamento da bomba implantável (sem motor)
I: em pleno funcionamento; II: em recarga;
1- saída do líquido infundido;
2 - auto-selamento da bomba para conter a droga;
3 - reservatório da droga;
4 - gás a pressão 1;
5 - interface vapor/líquido do gás freon;
6 - droga a ser infundida (P3 > P1);
7 - condensação do vapor de gás freon.
Na figura abaixo uma bomba de infusão de 2,5 cm de espessura, 7,5 cm de diâmetro e
170 g de peso foi implantada cirurgicamente sob a pele na região lombar. O cateter, também
implantado cirurgicamente, é um tubo fino com uma ponta conectada à bomba e outra localizada
no espaço intratecal (ao redor da medula espinhal). É aí que a medicação para dor é liberada
diretamente, em doses controladas e precisas, no fluido que envolve a medula espinhal.
Em casos como esse, normalmente a dose é uma fração daquela necessária para via oral ou
intravenosa, uma vez que ela está sendo aplicada no local por onde a dor é transmitida. Com
bombas implantáveis é possível reduzir bastante os efeitos colaterais das drogas.
Exemplo de localização de bomba de infusão implantada na região lombar, com a droga sendo liberada no espaço intratecal, através de cateter.
Bomba de infusão de drogas implantável.
Bombas de múltiplos canais
É comum pacientes de UTI precisarem de múltiplas infusões contínuas e simultâneas. Além
da terapia intravenosa, em geral o paciente também necessita rehidratação. Quando se precisa
de um reservatório para várias soluções deve-se usar as bombas de infusão de múltiplos canais
ou uma combinação de bombas de canal único montadas em um único polo intravenoso.
Algumas bombas permitem a infusão simultânea e intercalada ("piggybacking") de duas soluções
a taxas de volumes de infusão diferentes. Para iniciar uma infusão secundária no modo intercalado
é preciso fechar a linha primária, ajustar a infusão secundária e então reabrir a linha primária
quando a secundária terminar (o que em geral é indicado por alarme).
Controle de malha fechada
Dispositivos de infusão com controle de malha fechada têm realimentação negativa da saída na
entrada no sistema para reduzir os erros. Estes dispositivos vêm sendo desenvolvidos para:
a) dar mais precisão à infusão, potencializando a eficiência do medicamento e melhorando o
atendimento ao paciente e
b) para reduzir a atenção dispensada pelo profissionais de saúdo na terapia intravenosa.
são determinados pelo experiência do operador. Uma Em sistemas convencionais de administração de drogas a taxa e o volume de infusão forma de melhorar esste sistema é pelo uso
de programas de computador específicos que auxiliam na decisão do operador.
Em sistemas totalmente automatizados, sensores fazem a transdução da variável a ser controlada
e um algoritmo de computador calcula a taxa de infusão, que é automaticamente ajustada pela
bomba.
Esquemas de funcionamento de um sistema tradicional de administração de drogas
6. Acidentes mais comuns
a) Fluxo Livre: pode levar à overdose. Ocorre devido ao mau posicionamento, escape ou uso
inadequado do equipo;
b) Interferência Eletromagnética: pode alterar a programação e, logo, o funcionamento da bomba;
c) Infecção e Necrose no local da Infusão: pode ocorrer por falta de higienização e deslocamento
da agulha.
7. Manutenção
As rotinas de inspeção são feitas uma ou duas vezes por ano, geralmente seguindo as normas do
fabricante. Quando os equipamentos destes sistema falham soam alarmes específicos,bloqueando a infusão.
Podem ocorrer falhas nos alarmes e sensores durante o uso das bombas que raramente são
detectados nas inspeções de rotina. A calibração das bombas não deve mudar durante todo seu
ciclo de vida (que varia entre cinco e dez anos). A maior parte dos acidentes decorrem do
mau uso por erro do operador e não por defeitos do equipamento.
As partes que costumam apresentar problemas, ainda que raramente, são os circuitos de
alimentação de "drivers" de acionamento da propulsão do fluxo e de tracionamento do equipo.
Como não envolvem componentes específicos (transistores, diodos retificadores, capacitores e
outros), não há necessidade de manutenção de estoque dessas peças. Os componentes integrados(microcontroladores e EPROMs) são fornecidos apenas pelos fabricantes.
As inspeções de rotina podem ser feitas segundo o protocolo dos fabricantes com ou sem
o uso de analisadores de bombas de infusão. Tais dispositivos fazem testes simples de fluxo,
volume e alarmes de oclusão, substituindo buretas, balanças, temporizadores, barômetros e outros.
Os analisadores são necessários quando o número de bombas a inspecionar é elevado; necessitam de calibração anual, que é feita pelo próprio fabricante.
A rotina de inspeção deve conter os seguintes testes:
1. verificação das taxas de fluxo e do volume a ser infundido (VBTI). Em geral, uma bomba é
capaz de fazer infusões primárias a fluxos entre 1 ml/h e 99 ml/h e infusões secundárias
a fluxos entre 1 ml/h e 200 ml/h. A programação do fluxo primário deve se limitar a
valores coerentes. Por ex., bombas que permitem infusão de microvolumes entre
0,1 ml/h e e 99,0 ml/h não podem permitir programação de fluxos maiores que 99,9 ml/h.
2. Funções de memória. Depois de desligada a bomba retém os ajustes de fluxo e VBTI e dados
sobre alarmes por até quatro horas. Idealmente a bomba deve permitir a revisão de períodos
pré e pós-alarme, além de permitir a impressão dos dados.
3. A descontinuidade de fluxo baixo (1 ml/h ou menos) deve ser mínima. Para drogas
de ação rápida a continuidade do fluxo é especialmente importante. Erros de fluxo de até 5%
por menos de 30s podem ser tolerados.
4. Precisão do fluxo: o fluxo não deve variar mais que 5% do valor programado.
5. Todos os alarmes devem estar funcionando.
6. Não deve ser possível desativar alarmes por tempo indeterminado. Se silenciados, devem
ser reativados automaticamente depois de dois minutos ou menos.
7. Se houver controle do volume sonoro do alarme, certificar-se que o alarme é audível.
8. A bomba deve detectar oclusão antes do paciente, sem precisar de sensor de gotas ou outro
dispositivo.
9. O limite de pressão do fluxo deve ser menor que 20 psi (1.034 mmHg) para evitar que o equipo
se desprenda. Na maioria das aplicações venosas, pressões de infusão abaixo de 4 psi (207 mmHg) são suficientes. Para linhas epidurais, pressões em torno de 10 psi (517 mmHg) são necessárias. (103 mmHg). Para aplicação neonatal, deve ser possível ajustar a pressão máxima a valores abaixo de 2 psi
10. Gráficos de tendência de pressão disponíveis em alguns modelos auxiliam o operador a
detectar oclusões incipientes.
11. Em caso de oclusão a bomba deve interromper o fluxo e soar o alarme o mais rápido possível.
12. O controlador de infusão deve ser resistente a programações incompletas e a alterações feitas
pelo paciente ou visitante. Os ajustes são feitos em duas etapas, sendo que a segunda é a
confirmação da primeira.
13. Quando desconectado da bomba o equipo não deve permitir fluxo livre, apenas
fluxo gravitacional.
...