Capitalismo De Portos
Ensaios: Capitalismo De Portos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: anacavalcanteee • 2/7/2013 • 521 Palavras (3 Páginas) • 626 Visualizações
Contrariamente àquilo que os neoliberais pretendem fazer crer, e à mensagem que todos os dias os grandes órgãos de comunicação social, controlados pelo capital, fazem passar, a crise actual não resulta apenas da ausência de regulação, ou da falta de confiança no sistema financeiro, com as quais, uma vez implementadas ou restabelecidas, todos os problemas do capitalismo estariam resolvidos.
A crise actual é uma crise sistémica, própria e inevitável no capitalismo, que se distingue das anteriores apenas por ser mais geral e mais profunda. Ela foi gerada pela lei fundamental do capitalismo - a caça ao lucro máximo não olhando a meios - que agravou a contradição fundamental do capitalismo, a qual consiste na contradição crescente entre uma minoria que concentra cada vez mais riqueza nas suas mãos, e a grande maioria da população que cada vez tem menos para viver e que, por isso, vive cada vez mais com maiores dificuldades.
Neste momento estamos a assistir a uma situação que devia ser inadmissível em pleno séc. XXI: fábricas e empresas que fecham, trabalhadores que perdem o emprego e deixam de produzir, não porque as necessidades da população estejam plenamente satisfeitas, mas sim porque a esmagadora maioria da população não tem meios (dinheiro) para adquirir o que necessita para viver com dignidade.
A contradição entre os poucos que cada vez têm mais e os muitos que cada vez têm menos foi tremendamente agravada por uma globalização selvagem dominada pelo capital financeiro, o qual, em busca de lucros cada vez maiores e imediatos, lançou o mundo numa crise cujas consequências, em termos de destruição de riqueza e de sofrimento para os povos, ainda não se conseguem avaliar plenamente.
O sistema financeiro que devia servir a economia e promover o seu desenvolvimento económico em benefício dos povos, desligou-se da economia, transformou-se num gigantesco sistema de destruição de riqueza e de empregos, e de agravamento das desigualdades não só no interior de cada país, mas à escala mundial. Por exemplo, nos EUA, a concentração da riqueza nas mãos de uma minoria privilegiada, que representava apenas 1% da população do país, passou, em poucos anos, de 20% para 30% de toda a riqueza americana. Em Portugal, um administrador executivo das empresas cotadas na bolsa ganha em média, por ano, cerca de 800 mil euros, ou seja, 127 vezes mais do que um trabalhador que receba o salário mínimo nacional.
Uma das consequências mais graves da crise capitalista é o aumento do desemprego, e será aquela com maior incidência em Portugal. E a gravidade é ainda maior no nosso país se se tiver presente que o Governo de Sócrates, manipulando as estatísticas, sempre procurou ocultar a verdadeira dimensão do problema do desemprego em Portugal para não ser obrigado a tomar as medidas que a gravidade da situação exigia, tendo mesmo reduzido o apoio aos desempregados quando tomou posse, apoio que já era insuficiente.
Pretexto para o aumento da taxa de exploração
As estatísticas oficiais sobre o emprego e a taxa de emprego utilizadas pelo Governo não incluem a totalidade dos desempregados existentes no nosso país. O quadro 1, com base
...