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Ciencia Do Ambiente

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Por:   •  31/8/2014  •  8.445 Palavras (34 Páginas)  •  238 Visualizações

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1a Parte

ECOLOGIA GERAL

1. INTRODUÇÃO À ECOLOGIA

o século XIX, o biólogo e naturalista alemão Ernest Haeckel (1866) partindo da observação

de que “o conhecimento biológico nunca é completo quando o organismo é estudado

isoladamente”, deu um novo rumo à História Natural - hoje Biologia, criando uma nova ciência -

a Ecologia.

O termo eco deriva do grego oikos que significa lugar onde se vive, casa, ambiente, e logos é

estudo, ciência, tratado. No sentido literal, Ecologia seria o estudo dos seres vivos em sua casa,

no seu ambiente, ou ainda, a ciência que estuda as relações dos seres vivos com o meio ambiente.

Numa concepção mais moderna, a ciência que estuda a estrutura e funcionamento da Natureza,

considerando que a humanidade é uma parte dela (Odum, 1972).

Com a criação da ciência Ecologia, surgiram os termos ecólogo e ecologista. Este identifica os

militantes de organizações em defesa do meio ambiente, enquanto que ecólogo é o profissional -

pesquisador, cientista, que tem formação e trabalha no campo da ecologia.

Em princípio, a Ecologia considerava as espécies individualmente (ecologia da araucária, ecologia

do peixe-boi...), o que deu origem a auto-ecologia. Hoje, a auto-ecologia é a parte da ecologia

que estuda as respostas das espécies aos fatores ambientais, em função de suas fisiologias e

respectivas adaptações. Posteriormente, os ecólogos perceberam a importância das relações entre

as diversas espécies, surgindo assim a sinecologia, passando esta a ser a parte da ecologia que

estuda as interações entre as diferentes espécies que ocupam um mesmo ambiente, como estas se

interrelacionam e de que maneira interagem com o meio ambiente.

1.1. MEIO AMBIENTE

Para a ciência ecológica, o meio ambiente é o conjunto de condições físicas (luz, temperatura,

pressão...), químicas (salinidade, oxigênio dissolvido...) e biológicas (relações com outros seres

vivos) que cercam o ser vivo, resultando num conjunto de limitações e de possibilidades para

uma dada espécie: o meio ambiente é tudo que nos cerca.

Sempre heterogêneo, o meio ambiente segue variando de um local para outro, dando origem a

agrupamentos de seres vivos diferentes. Tais agrupamentos - comunidades - interferem na composição

do meio e são beneficiados ou prejudicados com essas transformações. O meio ambiente

assim evolui, para melhor ou para pior, conforme a espécie considerada. Num lago que recebe

adubo, proveniente de projetos agrícolas na vizinhança, se for considerada a população de algas,

N

2 - Introdução às Ciências do Ambiente para Engenharia

esta vai ser favorecida, aumentando as suas possibilidades de desenvolvimento, pela maior oferta

de nitratos e fosfatos; porém, se forem considerados os peixes, estes têm suas possibilidades de

desenvolvimento limitadas pela redução do oxigênio, ocasionada pela grande proliferação de algas,

e como resultado morrem asfixiados. O meio ambiente melhorou para as algas e piorou para

as populações de peixes.

O meio ambiente está sempre mudando e evoluindo. O clima, os seres vivos e as próprias atividades

humanas modificam o ambiente e são influenciadas por essas modificações, gerando novas

alterações. Esta é a essência da evolução. Alguns seres vivos são incapazes de adquirir os recursos

que necessitam e se extinguem. Outros desenvolvem constantemente melhores formas de adaptação

aos problemas do ambiente mutante. Diz-se que estes evoluíram. Podemos dizer então

que o meio ambiente é ‘seletivo’ na medida que certas características dão aos seus possuidores

certa vantagem na sobrevivência e procriação. Diz-se que os indivíduos melhor adaptados ao

ambiente mutante ‘foram selecionados’, por meio da seleção natural.

No século passado a poluição nas cidades inglesas fez com que a seleção natural atuasse em uma

espécie de mariposas. No início da industrialização a maioria das mariposas salpicadas era clara

com manchas escuras, confundindo-se com as cascas das árvores e escondendo-se de seus predadores.

Quando a fuligem das fábricas escureceu as árvores e a paisagem urbana de um modo geral,

as mariposas claras ficaram mais visíveis aos pássaros. Alguns anos depois as mariposas escuras

tornaram-se mais comuns nas cidades e as claras salpicadas prevaleciam nos campos, menos

poluídos. Tal fenômeno de seleção natural ficou conhecido como melanismo industrial.

A seleção nem sempre é natural. O homem aprendeu a utilizar a mutação para produzir organismos

que atendam a algum propósito útil ou desejável, criando o processo de seleção artificial. Os

organismos assim obtidos, sobrevivem no ambiente sob a proteção humana. Um exemplo típico

é a galinha doméstica, seu ancestral das selvas africanas é extremamente astuto e bota cerca de

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