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Concreto Projetado

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Por:   •  30/11/2013  •  1.766 Palavras (8 Páginas)  •  659 Visualizações

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CONCRETO PROJETADO

1 - Introdução

Desde o início do século se usa no mundo o concreto projetado e no Brasil desde a década de 60. Vem da língua inglesa a expressão gunite, como também é conhecido, termo que lembra uma pistola ou um canhão.

2 - Definição

É um tipo de concreto que é lançado, “projetado” ou “jateado” através de mangueiras especiais com uso de ar comprimido em alta velocidade sobre uma superfície, proporcionando a compactação e a aderência do mesmo a esta superfície e sem a necessidade de usar fôrmas.

3 – Campos de Aplicação

O concreto projetado é mais indicado para locais especiais como superfícies irregulares, aplicações no bordo inferior de lajes, reforços com aplicações urgentes ou com eliminação do uso de fôrmas. A principal e maior aplicação no entanto é na abertura de túneis, principalmente pelo processo NATM (Novo Método Austríaco de Túneis). A consolidação da abóbada na frente de escavação é conseguida com aplicação sucessivas do concreto projetado. Praticamente a capacidade de lançamento determina o ritmo das escavações. O grande problema no lançamento, principalmente em túneis, é a geração de pó. Existem braços hidráulicos robotizados para controlar o lançamento de volumes maiores e operação em condições insalubres. Na construção de grandes barragens, após escavação e limpeza da rocha, o leito e encostas são tratados com concreto projetado, por apresentar boa aderência e preencher bem reentrâncias e cavidades com bom adensamento, antes do lançamento do concreto convencional ou compactado com rolo.

Segundo o Eng.º Sérgio Gonçalves Ferreira, da antiga JATOCRET “o concreto projetado é a técnica mais recomendada na recuperação e reforço de lajes. Algumas características específicas do método de aplicação, como projeção, autosustentável, de baixo para cima, faz com que seja altamente indicado e praticamente o único, no reforço de lajes, na parte inferior”.

Geralmente em sinistros de incêndio, quando recuperáveis, a técnica mais indicada e muitas vezes conveniente é o concreto projetado.

Recentemente, um novo ramo de aplicações para o concreto projetado é na execução de piscinas de formas irregulares imitando formas da natureza e execução de rochas artificiais e imitações de animais em parques temáticos. Este tipo de aplicação é que provavelmente possibilitou a origem do equipamento e o uso do concreto projetado, no inicio do século na Pensilvânia, USA. Têm-se recuperado com certa frequência, paredes de canais em processo de degradação executados em gabiões ou concreto convencional, com projeção de concreto no primeiro terço da altura das paredes do canal.

Imagens da aplicação do Concreto Projetado

4 - Processo de Aplicação

4.1 - Via seca:

A máquina recebe a mistura de cimento e agregados e, por meio de mecanismos de discos alveolares ou câmaras duplas, recebe o fluxo de ar e é transportado seco pelo mangote até o bico de projeção, onde recebe uma injeção, sob pressão, da água necessária controlada pelo operador de projeção ou mangoteiro.

Nos últimos anos têm-se adotado um procedimento que melhorou e facilitou a projeção via seca. Consiste no pré-umedecimento da mistura durante o trajeto até o bico de projeção. O mangote é seccionado a mais ou menos cinco metros antes do bico onde é conectado um dispositivo que permite a injeção da água. Este pré-umedecimento facilita a aplicação, inclusive diminuindo a quantidade de pó gerado na operação. Reduz também a reflexão – ribound , característica dos concretos projetados, onde, a mistura ao ser lançada sob pressão, provoca o ricochete de partículas maiores, alterando inclusive o proporcionamento de agregados do traço e suas propriedades.

No processo por via seca, o controle do fator água/cimento, fica a critério do operador mangoteiro e o mesmo vai alterando a quantidade de água em função do desplacamento ou mesmo do ricochete.

4.2 - Via úmida

O concreto pronto é introduzido na máquina para projeção, onde recebe um jato de ar e é lançado contra a superfície a ser concretada. A variação do fator a/c na via seca é o que leva determinados consultores ou empresas a optar pelo processo via úmida, que, logicamente não se presta a qualquer situação.

O processo de projeção via úmida permite um melhor controle do fator água/cimento, que resulta uma maior uniformidade tanto do produto como no acabamento da superfície tratada. Há um menor ricochete de agregados, menor consumo de ar, melhor conservação do equipamento, mangotes e bicos, e como apresenta uma maior relação de a/c, para um mesmo consumo, menores resistências.

Tanto em um processo como no outro, o operador mangoteiro é fundamental para garantir a qualidade do processo e do produto final acabado. Há uma norma da ABNT para esta atividade – NBR 13597/96, Concreto Projetado – Procedimento para qualificação de mangoteiro por via seca. Entre outros cuidados, o mesmo deve procurar a projeção com o bico ortogonal à superfície, controlar a distância do bico à superfície procurando eficiência e evitar sobretudo a formação de oclusões (regiões sem adensamento), e em superfícies inclinadas ou verticais, evitar cobrir ou incorporar, o concreto refletido ou desplacado ao projetado.

Para grandes volumes aplicados, túneis por exemplo, é imperiosa a utilização de aditivos, aceleradores de pega e endurecimento, líquidos ou em pó. Neste aspecto o projetado por via úmida apresenta vantagens. Por permitir uma melhor uniformidade, o produto tende a reduzir o consumo de aditivos e apresentar características melhores que o via seca. No entanto o consumo de cimento é maior para as mesmas resistências obtidas no processo via seca.

Equipamento importante na aplicação do concreto projetado é o dosador automático de aditivos. Este equipamento praticamente condiciona o volume produzido em função de sua capacidade dosadora, salientando que o consumo, da ordem de 6% em relação à massa de cimento, impõe uma dosagem contínua de mais ou menos 200 litros/hora, dependendo do modelo e da produção do equipamento.

5 -Exemplo de Equipamento para Concreto Projetado e sua Especificação

Bombas

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