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Descrição do gênero

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Por:   •  17/9/2013  •  Seminário  •  2.855 Palavras (12 Páginas)  •  304 Visualizações

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Choro

Descrição do gênero

O Choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero de música popular e instrumental brasileira.

O músico, compositor ou instrumentista, ligado ao choro é chamado chorão. Característica freqüentemente apreciada no choro é o virtuosismo dos instrumentistas, bem como a capacidade de improvisação dos executantes.

As rodas de choro são reuniões mais informais de chorões, muito diferentes de apresentações e shows. Geralmente acontecem em bares ou na própria casa dos músicos, em que todos se juntam para tocar choro. Não existe uma formação específica e os músicos que vão chegando se juntam à roda.

Alguns dos chorões mais conhecidos são Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.

Período Histórico e Principais acontecimentos

Gênero criado a partir da mistura de elementos das danças de salão européias (como o schottisch, a valsa, o minueto e, especialmente, a polca) e da música popular portuguesa, com influências da música africana. De início, era apenas uma maneira mais emotiva, chorosa, de interpretar uma melodia, cujos praticantes eram chamados de chorões. Como gênero, o choro só tomou forma na primeira década do século 20, mas sua história começa em meados do século XIX, época em que as danças de salão passaram a ser importadas da Europa. A abolição do tráfico de escravos, em 1850, provocou o surgimento de uma classe média urbana (composta por pequenos comerciantes e funcionários públicos, geralmente de origem negra), segmento de público que mais se interessou por esse gênero de música.

Em termos de estrutura musical, o choro costuma ter três partes (ou duas, posteriormente), que seguem a forma rondó (sempre se volta à primeira parte, depois de passar por cada uma). A origem do termo choro já foi explicada de várias maneiras. Para o folclorista Luís da Câmara Cascudo, esse nome vem de xolo, um tipo de baile que reunia os escravos das fazendas; de xoro, o termo teria finalmente chegado a choro. Por outro lado, Ary Vasconcelos sugere que o termo liga-se à corporação musical dos choromeleiros, muito atuantes no período colonial. José Ramos Tinhorão defende outro ponto de vista: explica a origem do termo choro por meio da sensação de melancolia transmitida pelas baixarias do violão (o acompanhamento na região mais grave desse instrumento). Já o músico Henrique Cazes, autor do livro Choro – Do Quintal ao Municipal, a obra mais completa já publicada até hoje sobre esse gênero, defende a tese de que o termo decorreu desse jeito marcadamente sentimental de abrasileirar as danças européias.

Vários músicos e compositores contribuíram para que esse maneirismo inicial se transformasse em gênero. Autor da polca Flor Amorosa, que é tocada até hoje pelos chorões, Joaquim Antonio da Silva Callado foi professor de flauta do Conservatório de Música do Rio de Janeiro. De seu grupo fazia parte a pioneira maestrina Chiquinha Gonzaga, não só a primeira chorona, mas também a primeira pianista do gênero. Em 1897, Chiquinha escreveu para uma opereta o cateretê Corta-Jaca, uma das maiores contribuições ao repertório do choro. Outro pioneiro foi o clarinetista e compositor carioca Anacleto de Medeiros, que realizou as primeiras gravações do gênero, em 1902, à frente da Banda do Corpo de Bombeiros. Assim como outros registros posteriores, essas gravações indicam que a improvisação ainda não fazia parte da bagagem musical dos chorões naquela época.

Estimulado pelo show Sarau, com Paulinho da Viola e o grupo Época de Ouro (e em parte pelo sucesso do grupo Novos Baianos), o choro conheceu um período de revitalização, nos anos 70. Não apenas surgiram grupos jovens dedicados ao gênero, como os cariocas A Fina Flor do Samba, Galo Preto e Os Carioquinhas, mas um novo público se formou, ampliado por clubes de choro criados em cidades como Brasília, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia e São Paulo, entre outras. O novo interesse pelo gênero propiciou também a redescoberta de veteranos chorões, como Altamiro Carrilho, Copinha e Abel Ferreira, além de revelar talentos mais jovens, como os bandolinistas Joel Nascimento e Déo Rian. . Sem dúvida, o músico mais brilhante dessa nova geração foi o violonista carioca Rafael Rabello, que apesar de ter morrido prematuramente, aos 32 anos, em 1995, deixou gravada uma obra de peso.

Já a partir dos anos 80, o choro passa a estabelecer outras conexões musicais. Grupos de espírito chorão, como a Camerata Carioca e a Orquestra de Cordas Brasileiras, também traziam em seus repertórios música erudita de Bach, Vivaldi e Villa-Lobos, ou mesmo o tango contemporâneo de Astor Piazzolla. Por outro lado, a música popular brasileira passou a flertar mais com o choro através de obras de influentes compositores e letristas, como Paulinho da Viola e Chico Buarque, ou instrumentistas, como Hermeto Pascoal. Já na última década, o choro vem recebendo uma ênfase especial na parceria do violonista e compositor Guinga com o veterano letrista Aldir Blanc, que elevaram o patamar das experiências com o choro vocal. Entre os músicos da atualidade que dedicam considerável parte de seu repertório ao choro chamam atenção o pianista Leandro Braga, o gaitista Rildo Hora, o clarinetista e saxofonista Nailor Proveta Azevedo e os flautistas Antônio Carlos Carrasqueira e Dirceu Leitte.

Contexto Social e politico

O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira.

Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta de 1880, no Rio de Janeiro antiga capital do Brasil, nascidos nas biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios cariocas.

Esses grupos eram formados por músicos, muitos deles funcionários da Alfândega, dos Correios e Telégrafos, da Estrada de Ferro Central do Brasil, que se reuniam nos subúrbios cariocas ou nas residências do bairro da Cidade Nova, onde muitos moravam.

O nome Choro veio do caráter plangente e choroso da música que esses pequenos conjuntos faziam. A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões girava em torno de um trio formado por flauta, instrumento que fazia os solos; violão, que fazia o acompanhamento como se fosse um contrabaixo os músicos da época chamavam esse acompanhamento grave de "baixaria"—; e cavaquinho, que fazia o acompanhamento mais harmônico, com acordes e variações.

Esse tipo de música também era conhecida na época como pau-e-corda, porque as flautas usadas naquele tempo eram

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