Ensaio Jominy
Por: a_palczuk • 30/3/2015 • Relatório de pesquisa • 978 Palavras (4 Páginas) • 2.244 Visualizações
Ensaio Jominy
1. Objetivo
. Para se entender o método de ensaio Jominy, primeiramente devem ser considerados alguns conceitos vitais para o mesmo. A temperabilidade de um aço é um termo utilizado para descrever a habilidade de uma liga de ser endurecida pela formação de martensita e depende de diversos fatores, como o seu tamanho de grão, a homogeneidade austenítica do material e a sua composição química. O ensaio Jominy, tem como objetivo determinar esta temperabilidade dos aços por meio de um eficaz e prático ensaio, podendo assim se fazer uma análise dos fatores que contribuíram ou depreciaram a qualidade da temperabilidade no material. O ensaio leva este nome devido ao seu criador e é atualmente um dos mais utilizados na indústria metalúrgica.
2. Teoria (Ensaio jominy)
Ensaio padronizado no qual um corpo de prova cilíndrico, de tamanho determinado, é aquecido a fim de formar austenita, e então uma de suas extremidades é temperada com uma corrente de água de temperatura,vazão e pressão especificadas (dispositivo jominy).
Determina-se então os valores das durezas ao longo do comprimento da barra, o qual foi submetido a um gradiente de velocidade de resfriamento. A extremidade temperada é resfriada muito rapidamente, de forma que se atinja a dureza máxima possível, de acordo com o teor de carbono do aço.
Conforme se caminha ao longo do comprimento tem-se velocidades de resfriamento cada vez menores, de forma que a dureza vai diminuindo. Tal análise pode ser feita medindo sua dureza a distâncias variáveis com intervalos de 1/16" a partir da primeira polegada da extremidade que recebeu o jato d'água. E com intervalos de 1/8” a partir da segunda polegada.
3. Desenvolvimento
O Ensaio Jominy, segue os seguintes passos:
- Normalizar o corpo de prova padrão :
com dimensões finais de 25,4mm de diâmetro e 101,6 mm de comprimento, porém neste primeiro passo, deve ser deixada uma margem de sobremetal.
- O corpo de prova :
deve ser aquecido por 30 minutos (A3+65°C) e resfriado em ar calmo. Com o objetivo de refinamento de grãos do C.P.
- Eliminação do sobremetal:
deixando o C.P com as medidas estabelecidas segundo a norma, que são de , 25,4mm de diâmetro e 101,6 mm de comprimento. (Figura com cotas arredondadas)
[pic 2]
- Aquecimento do corpo de prova:
até a temperatura de austenitização dentro do forno (A3+25°C) por 30 minutos e protegido da descarbonetação, proteção esta que pode ser feita por meio de um ambiente controlado, ou com a inserção de grafite no fundo e nas laterais do recipiente onde se aloja o C.P no interior do forno.
- Colocação do corpo de prova no aparato Jominy :
Deve ser realizada em no máximo 05 segundos. A aparelhagem também deverá atender a determinadas especificações, como o orifício de saída do borrifo de água com diâmetro de ½”, a altura máxima da água de 2 ½”, distancia entre o jato de água e a superfície temperada de ½” e a temperatura da água, que deve ser de 24°C +/- 2,8°C. Como demonstrado na figura seguinte , com os devidos arredondamentos e conversão em milímetros das cotas.
[pic 3]
- Resfriamento :
.Resfriamento de uma das extremidades do corpo de prova com água em borrifo no dispositivo Jominy. (a distância do borrifo foi especificada na figura x )
[pic 4]
- Retificação:
Retificação de rebaixos , ambos a 180° C e com profundidade de 0.015” (0,38 mm).
- Medição:
Após a retirada do corpo de prova do aparato jominy e a retificação dos rebaixos, é realizada a análise pode de dureza a distâncias variáveis com intervalos de 1/16" a partir da primeira polegada da extremidade que recebeu o jato d'água. E com intervalos de 1/8” a partir da segunda polegada.
[pic 5]
4. Resultados
.Os ensaios de dureza foram realizados conforme o método de jominy, e foram obtidos os seguintes resultados em um aço SAE 4340
J | Dureza Mínima | Dureza Real | Dureza Máxima |
1 | 53 | 58 | 60 |
2 | 53 | 58 | 60 |
3 | 53 | 58 | 60 |
4 | 53 | 58 | 60 |
5 | 53 | 58 | 60 |
6 | 53 | 58 | 60 |
7 | 53 | 57 | 60 |
8 | 53 | 57 | 60 |
9 | 53 | 57 | 60 |
10 | 53 | 57 | 60 |
11 | 53 | 57 | 60 |
12 | 53 | 56 | 60 |
13 | 52 | 56 | 60 |
14 | 52 | 56 | 59 |
15 | 52 | 56 | 59 |
16 | 51 | 56 | 59 |
18 | 51 | 56 | 58 |
20 | 50 | 55,5 | 58 |
22 | 49 | 55 | 58 |
24 | 48 | 55 | 57 |
26 | 46 | 54 | 57 |
28 | 46 | 53 | 57 |
30 | 45 | 52 | 57 |
32 | 44 | 51,5 | 57 |
5. Conclusão
Através desta tabela podemos observar que a dureza média cai de acordo com a profundidade do corpo de prova, isto porque quanto mais se aprofunda o material, mais lenta se torna taxa de resfriamento e como consequência se diminui a formação de martensita e aumenta a formação de ferrita e cementita. Podemos perceber também que o aço SAE 4340 tem maior temperabilidade, portanto mantém seus níveis de dureza relativamente altos enquanto comparado ao longo da seção resfriada, isso se deve ao fato de que o SAE 4340 possui em sua composição elementos de liga (Mn,Mo,Cr,Ni) que aumentam a temperabilidade dos materiais. A partir disso podemos concluir que a temperabilidade dos aços é afetada pelo teor de carbono em sua composição, mas o fator que mais influi na temperabilidade do material é a adição de elementos de liga.
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