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Ensaio de Fluência

Por:   •  26/5/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.584 Palavras (7 Páginas)  •  1.587 Visualizações

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Instituto de Engenharia Mecânica – IEM

Unifei

Resistência dos Materiais II

Relatório Fluência

Nome: Leonardo Moreira dos Santos                                                RA:         27642        

  1. Introdução

Quando determinado material sofre deformações plásticas, submetidos por longos períodos a tensões constantes, porém inferiores ao seu limite de resistência normal, dizemos que esse sofre um processo denominado fluência.

A fluência é observada em todos os tipos de materiais, sendo relevantes para alguns apenas em temperaturas elevadas, como é o caso dos polímeros (em torno de 90% da temperatura absoluta de fusão) [1]. A deformação é medida e traçada em função do tempo decorrido até ocorrer a fratura e é normalmente dividida em três etapas: fluência primária, secundária e terciária. Na primeira é aplicada a carga e ocorre uma deformação elástica instantânea seguida de uma deformação plástica gradualmente menor até se tornar constante devido ao encruamento do material. Na segunda etapa a velocidade de deformação é aproximadamente constante, sendo a etapa mais longa. Na terceira o material deforma-se muito rapidamente até ocorrer ruptura, que se deve à diminuição da área da secção útil, que causa um aumento da tensão aplicada, pois a carga se mantém constante e ao processo de recuperação do encruamento do material [2].

Em relação aos fatores que atuam na fluência de metais, temos a tensão aplicada e a temperatura. Seja pelo aumento da tensão ou temperatura o seguinte será observado: a deformação instantânea no momento da aplicação da tensão aumenta; a taxa de fluência em regime estacionário é aumentada; o tempo de vida até a ruptura é diminuído [2]. Já os mecanismos para a explicação do processo de deformação envolvem transporte de massa, escalagem e deslizamento de discordâncias e o deslizamento de contorno de grão [2].

  1. Fluência de Polímeros

A larga utilização dos materiais poliméricos deve-se principalmente ao seu baixo custo e às suas propriedades mecânicas, como a de fluência, que se torna diferente da apresentada pelos metais, o que se deve principalmente ao efeito de viscoelasticidade, que está associada à capacidade destes materiais armazenarem e dissiparem energia simultaneamente, durante uma solicitação mecânica [5].

A natureza da resposta dessas solicitações depende da estrutura química, temperatura, tempo de solicitação e das condições de processamento do polímero. E embora os movimentos moleculares sejam mais complexos que os atômicos, as forças de ligação sendo mais fracas permitem elevadas velocidades de fluência, possibilitando alongamentos de até 1000% [2]. Devido a essas particularidades com relação à fluência, os polímeros são empregados em diversos lugares tais como:

  • Resinas de Polietileno empregadas na fabricação de tubos de água [6];
  • Adesivos de Resina ureia-formol utilizados na fixação de componentes [7];
  • Chapas de Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS) usadas na indústria automobilística [8].

  1. Fluência em Metais

Os resultados presentes na Tabela 1 a seguir foram obtidos num ensaio de fluência de uma liga de Alumínio submetida à tensão de 2,75 MPa, à temperatura de 480ºC.

Tempo (min)

Extensão

0

0,01

2

0,22

4

0,34

6

0,41

8

0,48

10

0,55

12

0,62

14

0,68

16

0,75

18

0,82

20

0,88

22

0,95

24

1,03

26

1,12

28

1,22

30

1,36

32

1,53

34

1,77

Tabela 1 - Resultados do Ensaio de Fluência De Uma Liga De Alumínio.

  1. Trace a curva de fluência.

Com auxílio do software nPlot traçamos a curva de fluência, mostrada na Figura 2, do ensaio para os dados oferecidos na Tabela 1.

[pic 1]

Figura 2 - Curva Deformação x Tempo para a Liga de Alumínio.

  1. Determine a velocidade de fluência estacionária

O valor da velocidade estacionária é obtido a partir da inclinação da região de fluência secundária. Tomando pela figura 1 dois pontos melhores ajustados à curva traçada temos:

ɛ˙s = (0,88 – 0,55)/(20 – 10) = 0,033 min-1 = 1,98 h-1

Comparando o valor obtido dos dados fornecidos para a velocidade de fluência estacionária da liga de alumínio com o mesmo parâmetro apresentado para a liga Inconel 718 ensaiada em [4] temos:

  • A liga Inconel 718 é submetida a dois ensaios em temperaturas de 650°C e 700°C, enquanto a liga de alumínio é submetida a 480°C, valendo lembrar que a Tf desse último é em torno de 660°C;
  •  As cargas aplicadas à liga Inconel são da ordem de 625 MPa a 814 MPa nos dois ensaios, enquanto a carga aplicada a liga de alumínio é de 2,75 MPa;
  • A velocidade de fluência estacionária para a liga de alumínio é extremamente maior que as obtidas nos ensaios da Inconel 718, mesmo sendo ensaiada a temperatura bem menor.

A partir do exposto, conclui-se que a liga Inconel 718 possui bem maior resistência à fluência que a liga de alumínio apresentada, sendo resistente a grandes esforços aplicados sob altas temperaturas sendo ideal para aplicação em peças para turbina a gás, processamento petroquímico e indústria aeroespacial e marinha. Já a liga de alumínio proposta, por apresentar uma vida útil curta a altas temperaturas e elevadas cargas aplicadas é melhor empregada em atividades com ambientes pouco agressivos que necessitam de materiais leves em sua estrutura, tais como na produção de componentes da indústria automobilística.

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