Estudo de Uma Extrusora para a Fabricação de Compósitos
Por: Anselmo Lucena • 4/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.363 Palavras (6 Páginas) • 190 Visualizações
INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE MOAGEM NO REFINAMENTO DAS PARTÍCULAS QUASICRISTALINAS
José Anselmo de Lucena Junior1, Severino Jackson Guedes de Lima2, Danielle Guedes de Lima Cavalcante3.
- Curso de Engenharia Mecânica, CT, UFPB.
Email: anselmojr77@yahoo.com.br
- Departamento de Tecnologia Mecânica, CT, UFPB.
Email: jackson@lsr.ct.ufpb.br
- Mestranda (DTM, CT, UFPB)
Email: sracavalcante@yahoo.com.br
Palavras-chave: moagem; quasicristal; tratamento térmico
1 – Introdução
Os materiais quasicristalinos são sólidos ordenados de simetria e orientação incompatíveis com a periodicidade de translação dos cristais, ou seja, os sólidos cristalinos caracterizam-se por terem um arranjo atômico periódico à longa distância com simetria rotacional de primeira, segunda, terceira, quarta e sexta ordem. Por outro lado, os sólidos amorfos (ex: quasicristais) caracterizam-se por não apresentarem ordem à longa distância nem simetria rotacional, sendo encontrada alguma regularidade em escala atômica.
Atualmente, as pesquisas têm como foco o estudo de suas características e a obtenção de novas ligas capazes de formarem fases quasicristalinas. Existem cerca de 100 sistemas de ligas metálicas capazes de formarem fases quasicristalinas. As ligas contendo Al-Cu-Fe são as mais estudadas devido à facilidade de obtenção dos elementos e custo relativamente baixo de processamento das ligas (PASSOS, 2006).
A estrutura quasicristalina foi descoberta em 1984 por Shechtman, através da solidificação rápida (CHATTOPADHYAY, et al, 1997). A Fig. 1.1 apresenta os principais tipos de microestrutura freqüentemente encontradas nas ligas quasicristalinas:
[pic 1][pic 2]
Os quasicristais obtidos através das técnicas de solidificação rápida e metalurgia do pó, vêm sendo testados no campo industrial devido às suas excelentes propriedades superficiais tais como: alta dureza, baixo coeficiente de atrito, resistência à corrosão, baixa condutividade térmica e elétrica, propriedades ópticas incomuns, etc.
Os pós quasicristalinos tem larga aplicação como elementos integrantes na formação de materiais compósitos. Um dos melhores métodos para obtenção de pós quasicristalinos com boa homogeneidade é através da moagem de alta energia (MAE).
Esta técnica é bastante complexa, pois envolve um número de variáveis que influenciam na forma final do pó (SURYANARAYANA, 2001). Algumas dessas variáveis, denominadas parâmetros externos, são: velocidade de moagem, tempo moagem, relação de massa esfera-pó, diâmetros das esferas e do recipiente, atmosfera de moagem, etc.
O objetivo desta pesquisa é fazer um tratamento térmico na liga quasicristalina obtida previamente por fusão, de modo a observar se houve melhoria na homogeneidade da liga e também observar a influência do tempo de moagem na estabilidade de uma liga quasicritalina.
2 – Materiais e métodos
2.1 - Elaboração da liga
Com o objetivo de obter ligas quasicristalinas o mais próximo possível da composição nominal e com alto grau de pureza, utilizou-se um forno de indução equipado com cadinho de soleira fria, Fig. 2.1.1.
[pic 3]
[pic 4]
Este equipamento permite a fabricação da liga sob atmosfera praticamente isenta de elementos que contaminam o banho de metal fundido como oxigênio e o nitrogênio.
O forno de soleira fria consiste de uma câmara para obtenção do vácuo, onde é acondicionado no seu interior um cadinho de cobre, na forma de tronco de cone, e circundado por uma espira de mesmo material que permite a circulação de corrente elétrica assim como a circulação d’água para refrigeração do sistema.
Obteve-se através do mesmo, ligas quasicristalinas com a seguinte composição em porcentagem atômica, Al65Cu22,5Fe12,5. Esses componentes foram pesados nas respectivas composições, totalizando 10g, e logo em seguida fundidos sob uma atmosfera de argônio utilizando um gerador de alta freqüência de 40 kW. Deste modo foram elaboradas 20 amostras de 10g cada, o que possibilitou a produção de uma quantidade considerável de material para ser usado na moagem.
2.2 - Tratamentos Térmicos
O processo de solidificação no forno de soleira fria gera uma liga heterogênea de fases cristalina e quasicristalina. Para aumentar a quantidade da fase quasicristalina na liga, foram feitos tratamentos térmicos, afim de fornecer energia para a transformação peritética das fases. Deste modo, as ligas previamente fundidas foram em seguida tratadas termicamente.
Para isso, utilizou-se um forno de resistência do tipo Nabertherm mantendo a amostra por 24 horas a uma temperatura de 750°C com uma taxa de aquecimento, até o patamar, de 30°C/min. Para diminuir a oxidação da liga, estas foram tratadas termicamente sob atmosfera de argônio, e por fim, submetidas a ensaio por difração de raio-x para se analisar a qualidade do material.
2.3 - Moagem de alta energia
Para o processo de moagem foi utilizado um moinho planetário, utilizando uma razão bola/massa de 10:1, ou seja, para cada 100g de bolas de aço usou-se 10g da liga quasicristalina por jarra, com uma rotação de 240 rpm por 0,5h, 2h, 5h e 10h. As moagens foram conduzidas em atmosfera de argônio, de modo a evitar contaminação da liga.
Amostras das ligas moídas, em cada tempo de moagem, foram conduzidas a ensaio por difração de raio-x, com a finalidade de observar o comportamento da fase icosaédrica em tempo progressivo de moagem.
2.4 - Difração de raio-X (DRX)
As amostras das ligas brutas sem tratamento térmico e com tratamento térmico foram analisadas em um equipamento de difração de raios-x. Nesse ensaio utilizou-se um tubo de Cu com comprimento de onda de 1,5406Å com tensão de 40kV, corrente de 30mA, passo de 0,01°, tempo por passo de 3s e o ângulo 2θ (2-theta) variando de 20 a 120 graus. As análises foram também conduzidas nas amostras moídas em 0,5h, 1h, 2h, 5h e 10h, utilizando os mesmos parâmetros de DRX citados anteriormente.
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