Gás De Xisto: Entre O céu E O Inferno.
Trabalho Universitário: Gás De Xisto: Entre O céu E O Inferno.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: flaviocegero • 18/2/2014 • 3.095 Palavras (13 Páginas) • 335 Visualizações
RESUMO
O objetivo deste artigo é abordar as principais características do Gás de Xisto, ou seja, sua origem, exploração, custo/benefício, impactos ambientais e seu estágio de desenvolvimento no Brasil e no Mundo, chegando à conclusão que, embora seja abundante e economicamente viável, a exploração dessa fonte de energia, ainda, gera muita polêmica ou temor em função dos seus possíveis impactos ambientais. Polêmica essa que motivou, inclusive, alguns países a suspenderem ou banirem sua exploração, e outros a planejarem e desenvolverem estudos mais completos a respeito de tais impactos e consequências, exemplo do Brasil, cuja reserva de xisto está entre as maiores do mundo. Em função, principalmente, dessas questões ambientais, atualmente, apenas três países do mundo (China, EUA e Canadá) produzem gás de xisto em quantidades comerciais, destaque aos EUA onde a participação desse gás na produção total de gás natural do país está acima dos 20%, com estimativa de chegar a 46% em 2035 o que, consequentemente, têm causado grandes mudanças no setor e na matriz energética do país. Enfim, o gás de xisto, hoje, se figura entre o céu e o inferno, podendo ser a salvação energética mundial no futuro ou o responsável por catástrofes ambientais incalculáveis.
PALAVRAS-CHAVE
Gás de Xisto, Exploração, Custo/Benefício, Impactos ambientais.
1.0 - INTRODUÇÃO
O grande avanço das economias, nos últimos 150 anos, através do desenvolvimento industrial e o crescimento populacional, juntamente com a melhora da qualidade de vida dos países em desenvolvimento, tem elevado consideravelmente a demanda global por energia com altas taxas de crescimento. Especialistas preveem que a “sede” por energia deve aumentar no mínimo 50% até 2030, à medida que países em desenvolvimento como a China e a Índia mantiverem suas altas taxas de crescimento econômico. Além disso, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia – AIE (1), mais de 80% de todo o combustível consumido no mundo é de origem fóssil, ou seja, não renovável. Sendo assim, a alta taxa de crescimento da demanda global de energia somada às fontes de energia majoritariamente não renováveis tem levado constantemente todos os países do mundo a uma preocupação comum: a falta de energia ou falta de combustível para gerá-la, além da crescente preocupação com o meio ambiente em função da queima dos combustíveis fósseis.
Os recursos de energia são essenciais para sustentar a população mundial, melhorar a qualidade de vida e ajudar os países em desenvolvimento. No mundo atual, a energia significa vida, sendo um elemento básico para a sobrevivência, visto que não se pode mais sustentar toda população mundial sem energia disponível de forma eficiente e eficaz. Em função disso, os investimentos em novas fontes de energia têm crescido muito nos últimos anos, afim de, diminuir a dependência de combustíveis fósseis e ou não renováveis, entre elas a energia eólica e a solar, como também a energia hidráulica, que no Brasil é a principal fonte de energia. Porém, pela instabilidade de geração dessas fontes, as mesmas ainda continuam a depender de combustíveis fósseis. É aí que surge, a princípio, um importante combustível, o shale gás, também conhecido como gás de xisto cuja exploração ainda está em fase de estudos na maioria dos países, mas que tem movimentado o setor energético mundial pelos imensos recursos e reservas espalhadas nos diversos cantos do planeta.
Apesar de ser um combustíveis fóssil e não renovável, o gás de xisto conseguiu, em apenas quatro anos, iniciar uma revolução energética nos Estados Unidos, capaz de alterar o cenário econômico do país. Em função disso, procuramos, através desse artigo, abordar as principais características dessa nova fonte de energia, ou seja, sua origem, exploração, custo/benefício, impactos ambientais e seu estágio de desenvolvimento no Brasil e no Mundo. As informações descritas foram coletadas por meio de pesquisa bibliográfica em artigos disponibilizados on-line, a fim de, reunir informações que fundamentassem esse artigo.
2.0 - XISTO
O xisto é uma rocha sedimentar resultante de transformações sofridas durante milhões de anos sob temperaturas e pressões elevadas, contendo matéria orgânica disseminada em seu meio mineral. Estima-se que o xisto tenha em torno de 250 milhões de anos. É um tipo de rocha betuminosa encontrada na natureza que possui características de carvão e petróleo, também conhecido como folhelho ou xisto argiloso, sendo uma fonte de energia não renovável. Quando submetido a altas temperaturas, produz um óleo de composição semelhante à do petróleo do qual se extrai nafta, óleo combustível, gás liquefeito, óleo diesel e gasolina. Além do óleo, o seu interior contém, também, reservas de gás natural que são extraídos por meio da criação de fraturas através de pressão hidráulica, num processo conhecido como faturamento no interior de seu reservatório na rocha, permitindo que o gás flua e seja coletado. (2)
Atualmente, os Estados Unidos possuem a maior reserva mundial de xisto, seguido pelo Brasil, Estônia, China e Rússia. Ao todo, em 2011, haviam 48 bacias de xisto espalhadas por 38 países, conforme a Energy Information Administration dos EUA.O Brasil possui um dos maiores volumes mundiais de xisto, contendo em seu território reservas de 1,9 bilhão de barris de óleo. As pesquisas iniciais da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) apontaram que as maiores incidências do gás de xisto estão nas bacias de Parecis, Parnaíba, Recôncavo, São Francisco, Acre e Paraná. (2)
FIGURA 1 – Reservas de Xisto no Brasil e no mundo – Revista Época (4)
Em função dessas gigantescas reservas e recursos espalhados pelo Brasil, foi instituída a Superintendência Industrial de Xisto (SIX) da Petrobrás que atua como um centro de desenvolvimento de tecnologia, e processa diariamente cerca de 7.800 toneladas de xisto betuminoso, que geram 3.870 barris de óleo de xisto, 120 toneladas de gás combustível, 45 toneladas de gás liquefeito de xisto e 75 toneladas de enxofre. (2)
2.1 – Gás do xisto
Gás de xisto ou shale gas é o gás natural que pode ser encontrado preso dentro de formações de xisto argiloso. O gás de xisto, é também chamado de gás não convencional,
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