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Kerlin

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Por:   •  4/4/2013  •  2.784 Palavras (12 Páginas)  •  561 Visualizações

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Dossiê Globalização

No ultimo terço do séc. XX ouve grandes transformações no sistema capitalista mundial, e mesmo assim as transformações não debilitaram a essência da produção capitalista, reforçaram e se acentuou sua característica mundial.

O que se dá, em época é o movimento das economias nacionais, ultrapassado pelo movimento das empresas multinacionais, em número muito restrito, que atuam, com agilidade quase desembaraçada, no cenário do mercado mundial. As alterações verificáveis nas relações de produção capitalistas ao contrário, fortalecem seus traços fundamentais, cuja contundência como que se incrementa ao infinito. Um dos indicadores ideológicos são as virtudes ecumênicas da competitividade, para assim atingir o curso espontâneo e autônomo dos agentes mercantis.

As transformações no sistema capitalista vem da revolução tecnológica, sobretudo, na informática e nas telecomunicações, com seus efeitos nas empresas e nos métodos de produção, na relação de trabalho e política financeira.

Auge e declínio do fordismo

Henry Ford, ao introduzir novos métodos de trabalho em suas fábricas, suplantou a produção de tipo artesanal, então característica da indústria automobilística, pela produção em massa. As inovações de Ford visaram ao mesmo objetivo da chamada organização científica do trabalho sistematizada por Frederick Taylor, assim conseguindo grandes volumes de produção com custos baixos.

Para superar a produção do tipo artesanal ele adotou o princípio taylorista, reservando o primeiro exclusivamente aos diretores e gerentes, depois caberia aos trabalhadores no chão da fábrica. Concentrando sempre nas tarefas manuais, o trabalho deveria seguir uma rígida norma de movimentos, visando à máxima economia de tempo, para economia de tempo inovaram com uma estira de montagem onde as tarefas produtivas puderam ser parceladas ao extremo, numa repetição rotineira sem fim. Com isso conseguiram atingir a economia de escala.

A produção em regime fordista implantou-se nos Estados Unidos, porém não migrou para outro país até o segundo pós-guerra. Nesse entretempo, o gigantesco mercado norte-americano revelou-se insuficiente para o volume da produção fordista, o que ficou patente ao eclodir a crise econômica em 1929, dando início à Grande Depressão.

Dois fatos se destacam na conjuntura imediata do segundo pós-guerra. O primeiro refere-se ao Plano Marshall que suportava a produção em massa de automóveis e de outros bens de consumo duráveis. O segundo fato diz respeito à aceitação generalizada da doutrina de Keynes pelos países capitalistas desenvolvido, que permitiu a expansão da demanda agregada, ajustando-a a absorção da produção em massa característica do fordismo; elevou gradualmente o padrão de vida dos trabalhadores e ganhou o seu consenso a uma política de tipo social-democrata e fortaleceu a Europa Ocidental contra a ameaça comunista.

Contudo após a década de 70, após 30 anos o regime fordista-keynesiano já evidenciava com muita clareza seus pontos fracos, traduzidos no acúmulo de deficiências. Em primeiro lugar, chamava à atenção a desmotivação dos operários, manifestada em altos índices de abandono do trabalho e rotatividade no emprego, no absenteísmo elevado, no alcoolismo, no fraco empenho nas tarefas. A par disso com a esteira o n° de produtos defeituosos era considerável avia rápida produção, mas mito desperdício Como é compreensível, o trabalho de reparação poderia recuperar a qualidade padronizada dos produtos, porém não lhe agregaria valor. Por fim, prolongava-se em demasia o tempo de adaptação das máquinas dedicadas quando se tratava de colocar em linha de produção um novo modelo de automóvel.

Simultaneamente, acentuavam-se as dificuldades fiscais do intervencionismo estatal keynesiano e do Estado do Bem-Estar Social, a aceleração do processo inflacionário evidenciava os tropeços do regime no momento em que a acumulação de capital e o crescimento das forças produtivas tocavam os limites cíclicos da economia capitalista.

Com os japoneses entrando em cena como concorrentes, colocava em perigo o domínio do mercado, assim começaram tentativas de superação dos problemas apresentados no regime fordista. Uma dessas tentativas ocorreu na Suécia, por iniciativa da Volvo, nas suas fábricas a fim de despertar o interesse participativo, sufocado pela rotinização da esteira de montagem, buscou-se suplantar o trabalho parcelado e repetitivo ao extremo por meio da constituição de grupos de operários, aos quais se confiariam tarefas manuais e também intelectuais, combinadas em prolongado ciclo operacional.

Nos Estados Unidos, instituiu o programa da Quality of Work Life onde os operários desenvolveriam um ciclo longo de tarefas (cinco minutos), ao invés do ciclo curto (um minuto, no máximo), como era usual na esteira de montagem fordista. As dificuldades empresariais da General Motors anularam os possíveis ganhos da experiência, impedindo sua continuação.

As mais fortes empresas automobilísticas da Alemanha puderam resistir por mais tempo à coerção da mudança. A orientação social-democrata e keynesiana, potenciada por greves e outras manifestações operárias, conduziu à elevação dos salários e dos benefícios trabalhistas e, em 1995, à jornada de trabalho de 35 horas semanais, a menor do mundo. Compreende-se que tais resultados tenham consolidado o consenso dos trabalhadores ao sistema econômico e político capitalista. Tais fatores permitiram à indústria automobilística alemã garantir fatia importante do mercado mundial no setor dos carros compactos e médios (Volkswagen) e dos carros de luxo (BMW e Mercedes-Benz).

As empresas norte-americanas, a necessidade de mudanças apresentou-se com caráter de urgência, pois trouxeram ameaças de falência e obrigaram o governo, no caso da Chrysler, a fornecer socorro financeiro. A solução foi encontrado no concorrente Japonês onde seus métodos chamou atenção onde havia um baixo nível de salário e exploração da mão de obra infantil.

A organização japonesa do trabalho e da produção.

O chamado modelo japonês originou-se na fábrica automobilística Toyota, nos anos 50, daí também ser designado como toyotismo. Os seus elementos fundamentais são a economia de escopo, as equipes de trabalho (também chamadas de grupos de trabalho ou células de produção) Os administradores japoneses precisavam de imediato dar resposta ao problema de como produzir para um mercado então muito estreito. Precisaria assim produzir pouco com custos ainda baixos, obtendo um produto acessível para os consumidores. A proposta seria

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