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Metodo Indutivo

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Por:   •  2/12/2014  •  2.788 Palavras (12 Páginas)  •  2.743 Visualizações

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Introdução

O método indutivo prevê que pela indução experimental o pesquisador pode chegar a uma lei geral por meio da observação de certos casos particulares sobre o objeto (fenômeno/fato) observado. Nesse sentido, o pesquisador sai das constatações particulares sobre os fenômenos observados até as leis e teorias gerais. Pode-se concluir que a trajetória do pensamento vai de casos particulares a leis gerais sobre os fenômenos investigados.

Nessa perspectiva, o exercício metódico do conhecer afirma uma posição indutiva do sujeito em relação ao objeto, na qual a investigação científica é uma questão de generalização provável, a partir dos resultados obtidos por meio das observações e das experiências. Francis Bacon foi o “sistematizador do Método Indutivo, pois a técnica de raciocínio da indução já existia desde Sócrates e Platão”.

O exercício do método indutivo requer alguns procedimentos por parte do pesquisador, os quais:

Observação sistemática dos fenômenos;

Elaboração de classificações a partir da descoberta de relação entre os fenômenos observados;

Construção de hipóteses (verdades provisórias) a partir das relações observadas;

Verificação das hipóteses por meios de experimentações e testes;

Construção de generalizações, a partir dos resultados experimentados e testados, servindo como explicação para outros estudos que apresentem casos similares;

Confirmação das hipóteses para se estabelecer as leis gerais sobre os fenômenos investigados.

Conforme Ferreira (1998), o método indutivo define suas regras e etapas a partir de dois pressupostos que se sustentam na ideia da existência de um determinismo nas leis observadas na natureza, são eles:

Determinadas causas produzem sempre os mesmos efeitos, sob as mesmas circunstâncias e determinações;

A verdade observada em situações investigadas, torna-se verdade para toda situação universal correspondente.

Os argumentos indutivos criam um exercício para o pensar cujo caminho é feito de observações particulares (premissa), tomadas a priori como verdadeiras, a generalizações conceituais (conclusões) que podem ser verdadeiras. A verdade não está implícita na conclusão. Veja exemplos:

O corvo 1 é negro.

O corvo 2 é negro.

O corvo 3 é negro.

O corvo n é negro. (Todo) corvo é negro.

Cobre conduz energia.

Zinco conduz energia.

Cobalto conduz energia.

Ora, cobre, zinco e cobalto são metais.

Logo, (todo) metal conduz energia.

Analisando os dois exemplos, podemos tirar uma série de conclusões respeitantes ao método indutivo:

a. De premissas que encerram informações acerca de casos ou acontecimentos observados, passa-se para uma conclusão que contém informações sobre casos ou acontecimentos não observados;

b. Passa-se pelo raciocínio, dos indícios percebidos, a uma realidade desconhecida por eles revelada;

c. O caminho de passagem vai do especial ao mais geral, dos indivíduos às espécies, das espécies ao gênero, dos fatos às leis ou das leis especiais às leis mais gerais;

d. A extensão dos antecedentes é menor do que a da conclusão, que é generalizada pelo universalizante “todo”, ao passo que os antecedentes enumeram apenas “alguns” casos verificados;

e. Quando descoberta uma relação constante entre duas propriedades ou dois fenômenos, passa-se dessa descoberta à afirmação de uma relação essencial e, em consequência, universal e necessária, entre essas propriedades ou fenômenos.

O raciocínio indutivo pode ser completo (assemelha-se ao raciocínio dedutivo, já que a conclusão não fornece mais informação do que aquela que dão as premissas) ou incompleto (a conclusão vai mais além das informações fornecidas pelas premissas; quanto maior a quantidade de informações, maior é a probabilidade. No entanto, a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão).

Exemplo de raciocínio indutivo completo:

O Pedro e a Marta têm três cães: o Tico, o Teco e o Tareco.

O Tico é de cor preta.

O Teco é de cor preta.

O Tareco é de cor preta.

Portanto, todos os cães do Pedro e da Marta são de cor preta.

Exemplo de raciocínio indutivo incompleto:

O Tico é de cor preta.

O Teco é de cor preta.

O Tareco é de cor preta.

Portanto, todos os cães são de cor preta.

Como se pode ver, no segundo exemplo, todas as premissas são verdadeiras, mas a conclusão é falsa.

A indução matemática

Como já foi mencionada, a indução, usada em todas as ciências, é o processo de descoberta de leis gerais pela observação e combinação de exemplos particulares. A indução matemática é usada apenas na matemática para provar certos tipos de teoremas; aplica-se aos conjuntos enumeráveis, tendo uma “Base”, onde se mostra que uma propriedade P é verdadeira para certo elemento deste conjunto X1, uma “Hipótese”, onde assume que P é verdadeira para o elemento Xk e um “Passo Indutivo” onde se mostra que P é verdadeira para o elemento Xk+1.

Não há muita ligação lógica entre os processos da indução generalizada e da indução matemática, no entanto, há algumas ligações práticas. Polya critica a semelhança destas designações dizendo que esta proximidade não é conveniente já que não se refere a um mesmo processo.

Através do caso particular 1³ + 2³+ 3³+ 4³ = 10², Polya coloca a seguinte hipótese: A soma dos primeiros n cubos é um quadrado. O autor tenta seguir os mesmos passos que um naturalista seguiria para provar a existência de uma lei geral, ou seja, ele investigaria

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