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Métodos de alfabetização: sua história e especificidades

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Por:   •  10/5/2013  •  Tese  •  1.107 Palavras (5 Páginas)  •  832 Visualizações

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A discussão sobre métodos é recorrente na Pedagogia da alfabetização e retomá-los significa pensar a própria escolarização dos conteúdos da língua. A sua opacidade e transparência como tema, em alguns momentos, pode ser descrita pela forma com que estes são focalizados: ora como uma questão central, ora como problemática secundária, ora como algo a ser negado e, de forma surpreendente, pelo seu ressurgimento nas polêmicas contemporâneas como “solução” para os problemas da alfabetização, em vários países. Tomando como pressupostos pesquisas sobre a história da alfabetização, dados de algumas práticas reveladas em livros e manuais para o ensino inicial da escrita e por professores, este artigo pretende recuperar o lugar dos métodos de alfabetização, de um ponto de vista histórico e atual. Parte-se do pressuposto de que mesmo quando os métodos não estão em evidência no campo teórico e no campo das políticas, as formas de materializar novas teorias e desafios em ações fazem parte da natureza da pedagogia. Refletir sobre diferentes formas de intervenção/métodos e metodologias nos possibilita aprender algumas lições. No sentido de recuperar princípios, soluções e problemas que os métodos carregam, esse texto se organiza em torno dos seguintes objetivos: a) discutir os métodos de alfabetização, suas especificidades e os conteúdos que contemplam; b) apresentar as interferências e complementações produzidas a partir de métodos gerais de ensino; c) refletir sobre a ampliação dos conteúdos da alfabetização e sua relação com novas metodologias.

Palavras-chave: Métodos de Alfabetização, Alfabetização e Métodos de Ensino.

*. Profª. Drª. da graduação e pós-graduação da FAE/UFMG, pesquisadora e formadora do CEALE (Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita) da FAE/UFMG. Pós-doutoranda da FE/USP e bolsista do CNPq.

Métodos de alfabetização: sua história e especificidades

A discussão sobre métodos de alfabetização faz parte do campo educacional desde que a escola se tornou uma escola popular ou escola de massa (BRASLAVSKY, 1992). Assim, a história nos permite situar a discussão dos métodos no período em que são formados os sistemas escolares ocidentais e, sobretudo, quando a escola passa a ter que criar estratégias para ensinar a todos, num mesmo espaço e tempo. Discutir metodologias, então, significa discutir a própria escolarização e a história deste campo de saber. No entanto, não só de metodologias da alfabetização vive a escola e várias metodologias cruzam seu interior: tanto aquelas referidas à organização escolar como aquelas de base conceitual, seja esta filosófica, psicológica, sociológica ou antropológica ou todas elas juntas.

Qual a especificidade dos métodos de alfabetização no âmbito de outros métodos de ensino? Poderíamos dizer que os métodos de alfabetização se consolidam juntamente com os ideários gerais e aqueles que dão as bases para eleição dos conteúdos específicos da língua a serem ensinados a crianças, no processo inicial de apropriação da escrita.

Na história dos métodos temos dois marcos fundamentais: aqueles métodos que elegem sub-unidades da língua e que focalizam aspectos relacionados às correspondências fonográficas, ou seja, o eixo da decifração e os métodos que priorizam a compreensão. Ambos têm como conteúdo o ensino da escrita, mas diferem em pelo menos dois aspectos: a)quanto ao procedimento mental, ou ponto de partida do ensino que se daria das partes para o todo nos métodos sintéticos e do todo para as partes nos métodos analíticos;b) quanto ao conteúdo da alfabetização que ensinam.

Os métodos sintéticos seguem a marcha que vai das partes para o todo. Na história dos métodos sintéticos temos a eleição de princípios organizativos diferenciados que privilegiam a decoração de sinais gráficos e as correspondências fonográficas. Essa tendência compreende o método alfabético que toma como unidade a letra; o método fônico que toma como unidade o fonema e o método silábico que toma como unidade um segmento fonológico mais facilmente pronunciável, que é a sílaba. De maneira geral parece que a escolha por apenas um caminho para sistematização das relações fonema-grafema a letra, o fonema ou a sílaba, é que diferencia o tratamento em torno da correspondências fonográficas.

O método alfabético ou de soletração é um dos mais antigos

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