O NIVELAMENTO DE PRODUÇÃO

UNIVERSIDADE DE SOROCABA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROJETO DE PESQUISA

NIVELAMENTO DA PRODUÇÃO

ALUNO:

JULIANE MONTEIRO

ORIENTADOR: Professora Bertha Castro

Sorocaba/SP

2012

1. INTRODUÇÃO

As empresas, independentemente do ramo, têm buscado as melhores práticas para obter maximização de capacidades e capacitação e conseqüentemente alcançar a excelência operacional.

Para atingir tal objetivo, a manufatura já avançou vários estágios, ampliando o foco, além da produção, para demais atividades e setores de uma empresa. Na base de muitas inovações aplicadas nas empresas, encontramos o Paradigma da Produção enxuta.

A Produção Enxuta deriva-se do Sistema Toyota de Produção, que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, na Toyota do Japão, e atualmente sua implantação é ativa em diversas organizações. Este sistema é baseado, sobretudo, na eliminação de desperdícios e na formação da cultura “pensamento enxuto” para combatê-los. Entretanto, são raras as empresas que conseguem entender e atingir um nível de otimização em suas operações podendo ser consideradas empresas realmente enxutas.

Nos ambientes produtivos mais complexos, a aplicação da Filosofia Enxuta ainda causa discussão, pois existem alguns fatores limitantes. Um desses fatores que limitam a aplicabilidade da Filosofia enxuta é o mercado consumidor, devido à grande variação na demanda em aspectos qualitativos e quantitativos conseqüente das mudanças nos requisitos dos clientes. Assim, é claro perceber que o maior desafio é nivelar internamente a produção, mesmo quando a demanda varia.

O Nivelamento da Produção, conhecido em japonês por Heijunka, trata de uma prática originada na Toyota que busca corrigir e sanar problemas como a variação de demanda, auxiliando nas decisões sobre o que, quando e quanto produzir, atuando nas atividades de planejamento e controle, tendo como principal característica a gestão visual obtida através do quadro de nivelamento ou Heijunka Box. Apesar de essa ferramenta ter ênfase no processamento, os benefícios podem ser obtidos em toda a cadeia produtiva.

1.1 JUSTIFICATIVA

O presente artigo estuda a prática do Nivelamento da produção, através do quadro Heijunka, que é uma ferramenta importante para, entre outros benefícios, satisfazer a demanda com alta flexibilidade para atendimento das necessidades dos clientes, e deixar os estoques baixos, mantendo-se a mesma composição de produtos todos os dias. Adicionalmente, os produtos são fabricados em pequenas quantidades. Isto contrasta com a produção em massa, que manda produzir grandes quantidades de um produto em um dia e grandes quantidades de outro produto no dia seguinte, causando grandes aumentos de estoque e, conseqüentemente elevados custos de armazenagem.

Com os benefícios gerados pelo Nivelamento da Produção, é possível obter-se grande redução de custos e aumento da produtividade.

2. OBJETIVO

O objetivo deste artigo é abordar os conceitos da Produção Enxuta, detalhando o Nivelamento de Produção e Gestão Visual, o que será demonstrado com exemplos de quadros Heijunka, explorando suas vantagens, os ganhos, e melhoramentos no ambiente produtivo.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO

Será proposto um modelo de quadro Heijunka, onde juntamente com cartões indicadores de produção, serão inseridos cartões com programação para check-list de manutenção, ou seja, inspeção realizada pelo próprio operador onde é possível verificar e registrar eventuais anormalidades no comportamento das máquinas, que trabalharão para que o nivelamento da produção seja excelente.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 O SISTEMA DE PRODUÇÃO EM MASSA

O sistema de produção em massa nasceu do conceito de produção e consumo aplicado por Henri Ford, também chamado de Fordismo. Ford tinha visão centrada no conceito de linha de montagem, no qual os produtos são transportados dentro da fábrica, através de estações de trabalho, reduzindo assim o tempo de movimentação dos operários na busca de ferramentas e aumentando a velocidade e ritmo da produção de maneira padronizada e econômica. Buscou incessantemente a contínua redução dos tempos de fabricação dos veículos produzidos por sua fábrica, de modo a atingir economia de escala, ou seja, reduzir o custo unitário de fabricação de um veículo através da diluição dos custos fixos em uma grande quantidade de produtos fabricados, para atender à demanda crescente nas primeiras décadas do século XX.

MARTINS e LAUGENI (2005) denominaram de “produção customizada”, e a produção em grandes lotes se tornou economicamente inviável. Segundo SHINGO (1996) a produção em massa deveria ser chamada de produção em grandes lotes, pois isso determinou o aumento excessivo dos custos e sua inviabilidade frente aos novos desafios do mercado.

3.2 O SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO – PRODUÇÃO ENXUTA

A produção em massa não era utilizada no Japão do pós-guerra. Ao perceber a inviabilidade de utilização do modelo norte americano, Eiji Toyoda, se viu forçado a repensar o modelo fordista, adequando-o à demanda reduzida e fragmentada do mercado japonês.

Eiji Toyoda foi, aos poucos, construindo o que seria o modo de produção enxuta ou produção flexível (lean production). Iniciou um processo de desenvolvimento de mudanças na produção, as quais permitiriam que fosse possível a eliminação dos estoques desnecessários e a redução drástica das peças defeituosas, tanto para ampliar a oferta como a variedade de produtos.

Corrêa e Corrêa (2004) explicitam que Produção Enxuta é uma das expressões geralmente utilizadas para traduzir aspectos da filosofia just-in-time, trazendo em sua obra uma discussão sobre a dependência de um conceito sobre o outro, concluindo que os principais princípios do JIT e lean production são parecidos.