O Principal componente das obras de construções civil
Por: 0445431 • 14/3/2018 • Resenha • 1.974 Palavras (8 Páginas) • 220 Visualizações
Resumo
Sabe-se que a emissão de CO2 é o fator que mais contribui para o agravamento do efeito estufa no mundo.
O presente artigo apresenta uma abordagem do tema ligado a Construção Civil, baseado no Protocolo de Kyoto e Conferência de Copenhague.
Com base nas atividades e métodos adotados na Engenharia Civil e que contribuem para o agravamento do aquecimento global, destacaremos medidas capazes de reduzir esses índices na construção civil em geral, aliando-se a tecnologia, desde as pequenas obras até as indústrias que fabricam materiais para construção.
PALAVRAS-CHAVE: Protocolo de Kyoto, Conferência de Copenhague, Indústria, Cimento, Redução na Emissão de Gases, Reaproveitamento de Resíduos.
INTRODUÇÃO
O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global.
A Conferência de Copenhague foi redigida pelos Estados Unidos, China, Índia, Brasil e África do Sul no dia 18 de dezembro 2009, tendo em vista diminuir a emissão de Co2 e o aquecimento global.
Observa-se que a construção civil é um dos setores que mais utiliza recursos naturais, consequentemente, um setor emissor de gases que provocam o aquecimento global (efeito estufa). Pode-se dizer que a geração de gases está distribuída na sua cadeia produtiva, começando na extração de matéria prima, passando por seu beneficiamento, se estendendo aos transportes, consumos energéticos e inúmeros outros processos, até a finalização de uma obra. Pesquisas mostram que este setor é responsável por 40% do consumo de energia e por 40% da emissão de CO2 no mundo Globalmente, são discutidas ações para alcançar o desenvolvimento sustentável, entre estas, o Protocolo de Kyoto, que buscou promover a redução dos níveis de emissões de gases que provocam o efeito estufa, principalmente por países industrializados. O Brasil, apesar de ainda não ser obrigado a cumprir as metas de Kyoto, também tem empresas do ramo da construção civil que colaboram para o aquecimento global. Estudos evidenciam que os processos de produção/obtenção de cimento, cal, aço (ferro), agregados, cerâmica vermelha, queima de combustíveis fósseis e transporte, são os que mais emitem gases causadores do efeito estufa. Algumas técnicas e equipamentos sustentáveis, que poluam menos o meio ambiente, já estão sendo desenvolvidas e implantadas, mas as soluções para este setor ainda são poucas. O mercado brasileiro, ainda, não oferece variedade de soluções para o problema mencionado. Neste contexto, a construção civil mostra-se displicente quanto às necessidades de conservação ecológica, pois este setor brasileiro é o sexto maior emissor de CO2 no ranking mundial. Sendo considerado como um gerador de resíduos e poluidor do meio ambiente, o setor da construção civil tem responsabilidades pelo que gera, e sua capacidade para mudar esse quadro passa por mudança de postura, incluindo, entre outros aspectos: adoção de energias renováveis nos projetos; seleção de materiais e combustíveis com menores índices de emissões de gases; seleção de fornecedores, incentivando-os para com a preocupação ambiental; entre outras soluções que podem ser encontradas. Conclui-se que, além de causar impactos ambientais, este setor pode voltar ao inicio de sua cadeia de produção e tomar medidas que diminuam seus efeitos, embora já existam alguns empresários preocupados com estes fatos. Ademais, seria interessante uma maior atenção dos governos para com as empresas que apresentassem um índice baixo de emissão de gases que provocam o aquecimento global, dando algum tipo de incentivo, para que outras empresas também adotem uma forma mais limpa de trabalhar, reduzindo seus índices de emissões de Co2.
Desenvolvimento
Abordagem do artigo a indústria que fabrica o principal componente das obras de construções civil.
A fabricação de cimento não é simples. São diversas fases e, como existe mais de um tipo de cimento, a quantidade de alguns componentes pode mudar. Mas a base para todas as variedades tem dois materiais principais: calcário e a argila.
Ambos são extraídos da natureza. As pedras de calcário passam por um processo de quebra para ficarem menores. Em seguida, elas são misturadas com a argila em doses previamente estabelecidas e recebem alguns aditivos para que haja quantidades necessárias de alumínio e ferro na composição do cimento. Tudo deve ser muito bem misturado antes de ir ao forno, onde será formado o “clínquer”. Essa mistura pode receber água, que será posteriormente evaporada (via úmida), ou não (via seca), indo ao forno em forma de pó mesmo - no caso da segunda opção. O clínquer é formado por bolas escuras que serão resfriadas e moídas. Após isso, quantidades de gesso, calcário, pozolana ou escória são adicionadas para definir qual tipo de cimento será fabricado e sua finalidade. Toda essa mistura será moída de modo conjunto até que os grãos atinjam o tamanho ideal para que o cimento possa ser ensacado e comercializado.
PROBLEMAS AMBIENTAIS
As fábricas de cimento são consideradas grandes poluidoras, segundo estudos. Durante o processo de extração do calcário de pedreiras podem ocorrer desmoronamentos e erosões devido às vibrações produzidas no terreno ou pelo abandono de pedreiras já muito exploradas. Também são emitidos gases poluentes. Já a extração de argila em rios causa aprofundamento desses cursos d’água, diminuindo a quantidade de água nos leitos e atrapalhando os habitats ali existentes, o que diminui a biodiversidade da região. Além de consumir 2% de toda a energia global, as cimenteiras também são responsáveis por 5% da emissão de dióxido de carbono (CO2) de todo o mundo (na produção de uma tonelada de clínquer, é produzido uma tonelada de CO2), contribuindo em grade parte para o aumento do efeito estufa, segundo estudos liberam também oxido de enxofre, oxido de nitrogênio, monóxido de carbono e compostos de chumbo, todos eles poluentes. A previsão é que a produção de cimento dobre nos próximos 40 anos, o que faria com que essas empresas fossem responsáveis por até 20% do total de emissões de CO2 no mundo. Para evitar essa projeção, é necessário que o processo sofra alterações, já que dificilmente a demanda por cimento irá diminuir.
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