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O Sistema de Efluente Líquidos

Por:   •  3/1/2022  •  Artigo  •  4.989 Palavras (20 Páginas)  •  127 Visualizações

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Sistemas de Tratamento de Efluentes Líquidos

Jéssica Talita de Souza Nunes

Daniel Moraes da Silva

Amanda Eduarda

RESUMO: Os efluentes líquidos nocivos lançados em locais, como fontes de água usadas para o abastecimento de cidades e regiões devem passar por um sistema de tratamento que possibilita a remoção de substâncias prejudiciais. Atualmente as maiores fontes de produção desses efluentes vêm da própria população, o esgoto. Entendendo melhor o que são os efluentes líquidos são aprofundados aspectos como sua composição química, suas características físicas e possíveis impactos. Apesar da fiscalização sobre as grandes indústrias existir o grande vilão da poluição de rios, lagos, entre outros, são os esgotos domésticos não tratados e não coletados, para isso a existência de sistemas de tratamento. Para a determinação do tipo de sistema a ser instalado são analisados parâmetros dos líquidos e assim determinados os tipos de tratamento a serem executados. A legislação em relação a prática de lançamento irregular de efluentes é incisiva em não dar vazão para a realização de tal crime ambiental. Os métodos utilizados podem variar de acordo com a necessidade e a viabilização do empreendimento, tais como questões de manutenção de equipamentos, custo-benefício e a aprovação de licença ambiental que acarreta até mesmo na melhor imagem da indústria em questão perante a população.

PALAVRAS-CHAVE:  efluentes líquidos, água, meio ambiente, esgotos domésticos.

1        AS PROBLEMÁTICAS DOS TRATAMENTOS DE EFLUENTES

O crescimento de centros urbanos e a grande concentração de população têm gerado o aumento de produção em várias áreas da indústria e de consumo, causando efeitos no meio ambiente. Com tal crescimento faz-se necessário a minimização de impactos ambientais, utilizando métodos de tratamento com boa relação de custo/benefício prezando a preservação da natureza.

Os efluentes líquidos produzidos pela atividade humana são, um dos muitos focos que necessitam de intervenção para a devida destinação dos resíduos que são comumente gerados, sejam eles industriais ou domésticos.

Os resíduos líquidos resultantes de processos industriais podem conter variadas substâncias de origem química ou orgânica, por isso deve-se prezar por sistemas de tratamento para assegurar limpeza tanto para o lançamento em rios, como para a reutilização (Ibrahin et al., 2015). O investimento nesses sistemas além de priorizar o aspecto ambiental, proporciona benefícios sociais e econômicos com o reuso da água, prevenção da poluição dos rios e a redução dos custos de produção.

 Já os efluentes líquidos domésticos, tais como esgoto, caixas de gorduras e fossas sépticas ou até mesmo o chorume criado pelo lixo doméstico (em aterros sanitários ou lixões), necessitam de estrutura e alto investimento para controle devido a constante produção em massa, principalmente de esgoto doméstico e lixo. Basicamente sua composição são sólidos suspensos, sólidos dissolvidos, matéria orgânica, nutrientes (nitrogênio e fósforo) e organismos patogênicos (vírus, bactérias, protozoários) (Ibrahin, 2015).

Para a determinação do tipo de tratamento através da análise técnica são indicadas a carga poluidora (DBO) e a presença de contaminantes do liquido (EOS Organizações e sistemas, 2018). Com os dados extraídos das análises é possibilitado o dimensionamento do risco de contaminação hídrica com o lançamento da água, e o planejamento da rede.

O processo realizado em efluentes pode ser de caráter biológico (utiliza reações bioquímicas), químico (incorporação de reagentes) e físicos (alterar propriedades como tamanho das partículas) (CIMM, 2018).

Para indústrias que geram resíduos líquidos tóxicos, inorgânicos ou orgânicos não biodegradáveis a opção indicada é o tratamento físico-químico, que apesar de apresentar elevados custos em equipamentos, transporte, armazenamento e produtos, é o de maior eficiência quando comparado a outros métodos. O biológico por sua vez é baseado na ação metabólica de microrganismos.

O descarte incorreto de resíduos líquidos industriais provoca contaminação de solo e hidrica, podendo ser caracterizado crime ambiental e causar consequente perda do licenciamento ambiental impossibilitado os financiamentos públicos. Com isso, o número de empresas que consideram usar os sistemas de tratamento aumenta, enquanto os órgãos públicos responsáveis pelas redes de tratamento de esgoto não dão a devida atenção ao problema em questão.

Apesar de no Brasil atualmente várias cidades já contarem com Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), a grande maioria das cidades ainda não realiza a coleta e não tratam os efluentes produzidos (Ibrahin, 2015). Pode ser explicado pelo fato de que para os esgotos o método de tratamento geralmente utilizado é por lodo ativado, devido a quantidade de matéria orgânica, e esse método apresenta custos altos, dificultando a instalação em municípios com baixa renda.

A maioria das estações de tratamento já implantadas com fundos federais foram projetadas para receber esgotos de populações de longo prazo, normalmente de 20 a 30 anos. (Metcalf and Eddy, 2016). É importante ressaltar que ao longo desse periodo será necessário além de monitorar e supervisionar, aprimorar para manter eficiência do processo de limpeza dos efluentes.

Ainda no contexto brasileiro, temos que grande parte da poluição hídrica tem origem doméstica, uma vez que 61% do esgoto das áreas urbanas é coletado e 43% desse esgoto é tratado (ANA, 2017). Mostrando que o esgoto produzido que não é coletado, ou é coletado mas não passa por tratamento, são lançados ao meio ambiente causando morte da flaura e flona regionais. Os problemas relacionados a esse tipo de poluição envolvem essencialmente questões políticas e de gestão.

 Como no caso do Rio Tietê, em São Paulo onde 41% do esgoto doméstico da cidade vão parar in natura[1] no rio e seus afluentes, impossibilitando o processo de descontaminação da água. Conforme José Carlos Mierzwa, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), "Em uma região metropolitana com 22 milhões de habitantes, 41% do esgoto não receber tratamento é um volume muito grande".

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