Os Principais espécies de pescado marinho capturados no mundo e suas relações com o Meio Ambiente
Por: Polly França • 2/3/2018 • Trabalho acadêmico • 2.039 Palavras (9 Páginas) • 376 Visualizações
[pic 1] UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS [pic 2]
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQUICULTURA – DEPAQ
DISCIPLINA: OCEANOGRAFIA PESQUEIRA
PRINCIPAIS ESPÉCIAS DE PESCADO CAPTURADO E SUAS RELAÇÕES COM O MEIO AQUATICO.
Aluna: Pollyanna de França Lima
São Cristóvão
2017
INTRODUÇÃO
O peixe é um importante componente alimentar por ser considerado uma fonte de proteína de qualidade devido ao seu excelente valor nutricional.
O crescimento da sua oferta tem aumentado exponencialmente nas últimas décadas, o dobro do crescimento populacional. Em adição ao crescimento na produção, fatores têm contribuído para aumentar a sua exploração, como a utilização de canais de distribuição melhorados e crescimento da demanda relacionado ao aumento populacional.
A produção mundial de peixes capturados, em 2014, segundo a FAO, foi de 93.4 milhões de toneladas, dos quais 81.5 milhões foram advindos de águas marinhas, sendo a China o maior produtor, seguido da Indonésia, Estados Unidos da América e Federação Russa.
A base de dados relativos à captura mundial da FAO inclui estatísticas para quase 1.600 espécies marinhas, sendo que 22 espécies ultrapassaram uma média anual de meio milhão de toneladas em 2014.
No presente trabalho abordaremos as doze principais espécies de pescados capturados e a sua relação com o meio aquático.
Theragra calcograma (Polaca do Alasca)
Conhecida como Polaca do Alasca, é a espécie de peixe mais abundante no mar oriental de Bering e compreende a maior das capturas comerciais anuais de peixes de fundo, num total de 3 milhões de toneladas em 2014, segundo a FAO. É composto por 12 estoques principais, distribuídos em diferentes áreas do Pacífico Norte.
É um peixe de água salgada que vive em mares, oceanos e golfos. Está amplamente distribuído com as maiores populações existentes nas regiões da plataforma externa e no declive das águas oceânicas. Geralmente demersal, ocupando profundidades de 30 a 400 m, às vezes perto da superfície; executa migrações verticais diurnas. São capazes de sobreviver em grandes estuários, áreas costeiras e bacias abertas. A Polaca do Alasca está restrita às regiões do norte devido à tolerância de temperatura limitada desta espécie, que é de 10° a 12° C. Os peixes mais jovens têm uma maior tolerância à temperatura do que os peixes mais velhos.
É uma espécie móvel que forma densos cardumes durante a estação da desova. A profundidade, a temperatura e as frentes frias contribuem para a sua distribuição vertical e também afetam a distribuição horizontal dos cardumes de adultos que geralmente se encontram em intervalos de 0° a 2°C. À noite, peixes juvenis podem ser encontrados perto da superfície, indicando seu padrão alimentar distintivo.
Engraulius rigens (Anchoveta peruana)
Os engraulídeos são uma espécie marinha, pelágica, encontrados predominantemente em águas costeiras tropicais e subtropicais das Américas, a 80 km de costa, mas ocasionalmente até 160 km, formando enormes cardumes, principalmente em águas superficiais.
Vivem em águas moderadamente frias, com temperaturas que oscilam entre 16° e 23°C no verão e de 14° a 18°C no inverno.
A espécie Engraulis ringens tem grande valor econômico em diversos países. Está distribuída ao longo do ano em toda a costa do Peru, mas com grande desova no inverno / primavera (julho a setembro) e menor no verão (fevereiro e março); também ao longo do ano fora do Chile, com picos no inverno (maio a julho) e no final da primavera (especialmente dezembro).
Em períodos normais a sua profundidade de captura é dentro das 60 milhas náuticas e profundidades inferiores a 100m. O seu padrão de distribuição vertical está relacionado com as condições ambientais.
É o peixe mais explorado da história mundial, teve uma drástica redução nos anos 80, influenciado pelo fenômeno climático El Niño, seguido de uma rápida recuperação nos anos 90, atingindo uma produção marinha de 3 milhões de toneladas em 2014, segundo a FAO.
Katsuwonus pelamis (Bonito)
São peixes marinhos epipelágicos, encontrados na maioria das águas em todo o mundo, com temperaturas variando entre 14,7° e 30° C. Tendem a ser associados a regiões de afloramento ou áreas de frio, com alta produtividade. A distribuição da profundidade varia da superfície a cerca de 260 m durante o dia, mas é limitada a águas superficiais à noite. Aparece ao longo do ano, embora se limitem a reprodução desde o início do outono até à primavera nas regiões próximas do Equador.
São migratórios, considerando que têm um padrão de sazonalidade migratória de norte a sul, com as populações do Pacífico mais migratórias do que populações no Atlântico.
As capturas desta espécie têm aumentado constantemente desde a década de 50 e a sua captura total relatada para o ano de 2014, segundo a FAO, foi de 3 milhões de toneladas.
Sardinella spp (Sardinhas)
Peixes pelágicos pertencentes à família Clupeidae, encontrada no Oceano Atlântico, Índico e Pacífico. São abundantes em águas mais quentes dos oceanos tropicais e subtropicais. Formam grandes cardumes e, geralmente, os adultos estão localizados na costa enquanto que os juvenis são frequentemente encontrados em lagos e estuários.
Esta espécie alimenta importantes pescarias, sendo um dos gêneros dominantes da pesca extrativa em todo o mundo.
A sardinha-verdadeira é uma espécie de vida curta e de crescimento rápido, e apresenta altas taxas de fecundidade e de mortalidade naturais.
Sua produção anual foi de 2 milhões de tonelada, de acordo com a FAO. Seus estoques no mar Ibérico atingiram níveis dramáticos e o Conselho Internacional para a Exploração do Mar considera que seriam necessários, pelo menos, 15 anos de suspensão total da pesca para repor o estoque em níveis aceitáveis.
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