Os Tipos de Concreto

1. CONCRETO

Segundo Adão e Hemerly (2010), concreto é uma mistura simples de areia, pedra, cimento e água que, misturados e “ligados” com alguma homogeneidade, após seca, torna-se sólida.

O concreto é um excelente material para a construção civil, tendo como concorrente direto a estrutura metálica. Com o concreto pode-se alcançar uma longa durabilidade, além de uma alta resistência. Escolhendo-se melhor seus componentes (cimento, areia, pedra e água) dosagem correta de “sílica ativa” e a redução do fator água-cimento com o uso do aditivo superplastificante, obtém-se um concreto de alto desempenho.

A grande vantagem do concreto é o seu baixo custo por conta de seus componentes naturais existentes em todo mundo, assim, podendo ser fabricado em qualquer lugar. Mesmo sendo facilmente fabricado, o concreto pode ser produzido industrialmente para comportar os grandes volumes utilizados em uma obra e para isso existem as concreteiras ou centrais de concreto, que fornecem na medida exata e no local da obra. O transporte feito pelas concreteiras até a obra é por caminhões betoneiras que transportam pequenos volumes de até 8m³ por caminhão, conforme Adão e Hemerly (2010).

Ainda segundo Adão e Hemerly (2010), o concreto é considerado como o segundo material mais consumido do mundo inteiro, assim, em quase todos os países existem institutos para pesquisar e coordenar seu desenvolvimento. Em algumas dessas organizações como o IBRACON, no Brasil, e ACI, nos Estados Unidos, trabalham profissionais, geralmente engenheiros civis e químicos, para troca de experiências, divulgação de pesquisas e participação em seminários. Graças a esses estudos que se chegou ao CAD (Concreto de Alto Desempenho).

No Brasil, o instituto responsável pelo concreto, é o IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto).

1.1. Propriedades e Características

Segundo Adão e Hemerly (2010), a principal propriedade do concreto é a resistência à compressão, que é medida pela tensão (relação entre a força e a área) e sua unidade universal é o MPa (Mega Pascal). Por exemplo, um concreto de 30 MPa, corresponde a 300 Kg/cm². Entretanto, sua resistência à tração é bem menor.

De acordo com Libânio (2007), a massa específica de um concreto convencional tem um valor de até 2.000 Kg/m³ e para o concreto armado de até 2.500 kg/m³.

O concreto é qualificado pelo seu Fck, que significa Resistência Característica à Compressão. Essa resistência é obtida por meio de ensaios de resistência à compressão realizados em corpos de prova.

O Fator água-cimento também é muito importante na mistura de um concreto, pois influi diretamente na resistência. Este fator é a relação entre o peso da água e o peso do cimento na mistura do concreto. A água é necessária para envolver os agregados, permitindo a hidratação e cristalização do cimento, mas quando se tem excesso de água criam-se vazios chamados de porosidade, prejudicando a resistência do concreto e aumentando sua permeabilidade, reduzindo a durabilidade da peça, conforme Adão e Hemerly (2010).

1.2. Dosagem

De acordo com Adão e Hemerly (2010), dosagem é a mistura dos agregados (areia, pedra), aglomerantes (cimento) e água, dosados de acordo com a resistência característica solicitada e definidos em projeto por engenheiro responsável. Além desses componentes, podem ser adicionados aditivos à mistura, que alteram quimicamente as características do concreto, dando mais plasticidade, trabalhabilidade, retardando ou acelerando o tempo de início e fim de pega. Essa dosagem é denominada “traço”. A norma correspondente às condições de preparo do concreto é a NBR 12655/2015.

Segundo a NBR 12655/2015, o cimento e os agregados são medidos em massa, a água de amassamento é medida em massa ou volume com dispositivo dosador e corrigida em função da umidade dos agregados.

1.3. Cura do Concreto

Após o endurecimento de uma peça de concreto, esta peça continua ganhando resistência, mas para que isso ocorra deve-se iniciar o processo de cura, que é o que se faz para impedir que evapore a água adicionada ao concreto.

A cura proporciona ao concreto uma perfeita hidratação do cimento, pois a evaporação da água antes do tempo ideal pode provocar fissuras na superfície e reduzir até 30% de sua resistência, assim, quanto melhor feito o processo de cura, melhores serão suas características. Para garantir uma boa cura, uma das maneiras é molhar logo após o início da pega, no mínimo, três vezes ao dia, mantendo uma lâmina d’água sobre a superfície concretada por, no mínimo, 14 dias, conforme Adão e Hemerly (2010).

1.4. Tipos de Concreto

Segundo Adão, Hemerly (2010), os tipos de concreto são definidos como:

• Concreto Convencional: é um concreto tradicional com uma média de Fck de 30 MPa.

• Concreto de Alto Desempenho: sua principal característica é a alta resistência final à compressão, atingindo valores de até 100 MPa ou maiores, além de sua excelente durabilidade.

• Concreto Bombeável: é o concreto lançado diretamente no local do adensamento através de tubulações e bombas hidráulicas.

• Concreto de Alta Resistência Inicial: é o concreto dosado com cimento ARI (Alta resistência inicial), que pode atingir alta resistência em poucos dias de cura, gerando redução no prazo da obra.

• Concreto Leve Estrutural: é dosado com agregados leves, como a argila expandida, resultando em uma densidade menor que o concreto convencional, que pode variar de 1.200 a 1.750 kg/m³, oferecendo boa isolação termo acústica e reduzindo o peso da estrutura.

A ABNT NBR 12655 (2006) – Concreto – Preparo, controle e recebimento – Procedimento, é a norma que apresenta as definições de termos técnicos dos tipos de concreto.

2. CONCRETO LEVE

De acordo com Rossignolo (2009), o concreto com agregados leves começou a ser aplicado há, aproximadamente, 1000 a.C. por pré-colombianos em uma cidade no México, que utilizaram pedra-pomes, uma massa a base de cinzas vulcânicas. Após esta primeira aplicação, começou a ser utilizado em outras regiões do mundo, sendo que as construções mais conhecidas foram realizadas pelos romanos, a saber, o Coliseu e a cobertura do Panteão, em Roma.

Segundo Rossignolo (2009), os agregados